terça-feira, agosto 28, 2007

COMPENSA, SIM

Marcus Ottoni


"Petistas fazem jantar de desagravo a acusados"
Folha


JC PimentaCompensa, sim

Estavam errados
os que jogando errado
ganharam

A História é sorrateira
Tem capoeira
Maculelê

Dos antigos Cucumbis

Devemos parabenizar os ministros que tiveram a coragem de trazer a julgamento os que estiveram envolvidos em jogos escusos para levar Lula e o PT ao poder e formar a base de sustentação desse governo.

Mas fica a sensação de que o crime compensa.

Mesmo todos sabendo do processo fraudulento da compra de partidos e parlamentares que o ajudaram na obstinada (e a qualquer preço) vitória eleitoral, Lula levou seu primeiro mandato até o fim.

Apesar de todos os indícios de uso do dinheiro público na compra de um novo mandato, isso lhe foi permitido e o resultado acachapante veio nas urnas infladas de confirmação de que populismo, assistencialismo e compra de apoio político ainda são a melhor receita a quem quer chegar a qualquer custo ao poder.

O pior é que o pesadelo não se encerra na decisão de ontem. O grande crime continuará compensando e continuará a ser usado para novas empreitadas de pouco risco e vantagens imensuradas.

Se cumprirão penas os criminosos da burla da vontade do povo? Pouco importa. As penas, se chegarem, serão mínimas e não atrapalharão o objetivo da empreitada consolidada.

Os coadjuvantes, como já o são, serão heróis (deles) pelos objetivos atingidos, pelo escudo que se fizeram para a blindagem do grande e maior beneficiado.

E a vida seguirá e as burlas dos resultados comprados e feitos lei permanecerão na vida nacional como fantasmas de vida eterna, a dizer: compensa, sim.


Eduardo Alexandre

por Alma do Beco | 9:50 AM | | Ou aqui: 0




quinta-feira, agosto 23, 2007

MAMULENGO

Marcus Ottoni


"Tenho que trabalhar."

Lula, dizendo-se sem tempo para acompanhar o julgamento do mensalão.

"O estilo agora-vai-não-foi dos companheiros da FJA nos brindou com o insólito: conseguiram transferir a semana do folclore (logo ela?) para setembro, como se a data não fosse comemorada em agosto desde os tempos de Cascudo menino."
Alex de Souza

Foto: Tribuna do Norte
Decisão


Hoje acordei disposto

a retalhar meus sonhos...

Navalha na carne das ilusões!

Esquartejar desejos...



Hoje acordei disposto

a não ser eu mesmo!

A me perder na multidão...

Desvanecer na fumaça...



Hoje, serei milhares

e ninguém

Hades, Eros, Hécate



Hoje, quebrarei juras...

Contarei mentiras...

Brincarei com meus pulsos...

Cefas Carvalho


Georges Seraut
Circulando, companheiro

Há um estranho descompasso entre o que fala o diretor-geral da Fundação José Augusto, Crispiniano Neto, e as ações impetradas pela instituição. A primeira mostra disso foi durante o lamentável episódio do Fest em Cena, o que foi cancelado sem nunca ter sido. Esta semana, o estilo agora-vai-não-foi dos companheiros da FJA nos brindou com o insólito: conseguiram transferir a semana do folclore (logo ela?) para setembro, como se a data não fosse comemorada em agosto desde os tempos de Cascudo menino. Fizeram um armengue de última hora e os convidados, pasmem, foram desconvidados de véspera.

Tenho em mãos a mais nova empreitada da Fundação: o Circulador - Roteiro da Cultura Potiguar. Pois bem, sabe qual é proposta revolucionária do jornaleco? Divulgar a programação cultural da cidade. Como diria o amigo Caio Vitoriano: Noassa! É isso mesmo, a FJA resolveu direcionar suas parcas forças para fazer o famoso agendão, algo que este portal e os jornais impressos fazem diariamente e - vamos combinar - com muito mais competência.

Afinal, os veículos de comunicação desta cidade, com pontuais exceções nas edições diárias, há muito que fizeram a opção editorial de abandonar o jornalismo cultural propriamente dito para se especializarem na mera divulgação de eventos - se bem que esse não é o cerne da questão aqui.

A Fundação José Augusto tem uma tradição histórica de debate intelectual de primeira linha e jornalismo cultural realmente relevante. Primeiro com O Galo, que chegou a ser premiado pela União Brasileira de Escritores quando teve a escritora Marize Castro à frente, e depois com Nelson Patriota. Posteriormente com a revista Preá, um primor gráfico e de conteúdo.

Fica a pergunta: que lacuna a FJA espera preencher com essa publicação? Terá ela um esquema de distribuição mais eficiente que o dos jornais impressos? Ou ela sabe de alguma coisa que está acontecendo nessa cidade e da qual mais ninguém foi avisado? Talvez estejam achando que os eventos internos da instituição não estejam recebendo o devido espaço na mídia local e decidam massificar a distribuição no interior do Estado, na esperança de que caravanas e mais caravanas venham lotar as dependências do Teatro Alberto Maranhão e do Teatro de Cultura Popular...

Conjeturas à parte, é de espantar que estejam literalmente jogando fora o pouco dinheiro que têm e desperdiçando talentos como o de Cefas Carvalho neste Circulador - que, em termos gráficos, está pau a pau em feiúra com o Nós do RN.

Qual o problema em retomar a Preá, esta sim um diferencial em nosso mercado editorial? Será por que o editor Tácito Costa não é do partido? Ora, demite o cara então. Só acho complicado achar algum companheiro à altura para substitui-lo...

Enquanto isso, pensem na quantidade de árvores que estão morrendo para manter o Circulador girando e lembrem que Mineiro é da Comissão de Meio Ambiente, gente.


Alex de Souza
coluna de Alex de Souza, nominuto.com



"A cultura do RN parece mesmo um grande folclore."

A frase acima, de Michelle Ferret, abrindo o que seria a matéria comemorativa à Semana Internacional do Folclore em terras de Cascudo, eu não vou esquecer.
Passei a noite anterior conversando com o meu amor sobre o sucedido na FJA. E eu dizia:
- Você estava tão envolvida nos últimos dias... Acordava cedo e logo se levantava para preparar essa festa. Eu até ficava com ciúme.
Coisa de quem se dedica e é apaixonado pelo que faz: passava a noite esperando a manhã chegar para preparar o que seria o XIII Encontro de Folclore e Cultura Popular do RN. Deixava de sair à noite para não se cansar. Queria ver as pessoas da cultura popular. Conversar com elas. Fazer planos de apresentações. Opinar sobre o que poderia ou não acontecer. Ouvir sugestões. Sugerir. Propor uma bela e significativa arte para os impressos. Tentar descobrir uma manifestação inédita. Abrir processos para os pagamentos tão bem-vindos aos muitos que esperam meses por uma apresentação. Tão rica. Tão pouco valorizada.
E o meu amor:
- Depois de tantos contatos, tantos planos e planejamento, tanta alegria, vou ter que ir à FJA hoje para desconstruir tudo o que foi feito. Telelefonar para, a um e um, dizer o que ninguém vai conseguir entender: o Encontro foi adiado de véspera.
A frustração, assim, tão estampada, dolorida, até. E eu pensando no que ela havia dito: desconstruir.
Devia ser muito doloroso para ela comunicar aquela notícia. E desconstruir o evento com o qual sonha o ano inteiro para a alegria dos brincantes, gente simples do povo.
Você liga e pede a alguém para fazer esse serviço, sugeri.
E ela:
-Não. Sou eu mesma que tenho de fazer as comunicações. Aqui não tem estória de Rei Mandinha mandou dizer que Rei Mandinha mandou dizer que... Vou lá fazer a desconstrução, em lugar dos "companheiros".
Me deu um beijo e foi. Triste como aboio de vaqueiro quando perde o boi.

Dunga


Referência
E joão-redondo ficou de fora
22/08/2007 - Tribuna do Norte

Michelle Ferret - Repórter

A cultura do RN parece mesmo um grande folclore. Assim como a sereia Iara, o boto e o saci que se encantam nas águas e matas do imaginário popular, a programação da semana do folclore que seria promovida de hoje até a próxima sexta-feira desapareceu do mapa. Restou apenas o vestígio de comemoração no dia de hoje, sem a homenagem ao mestre Chico Daniel. O que deixou seu filho, Josivan de Chico Daniel, a ver navios, sem entender se o desaparecimento da programação seria lenda ou verdade.

Muitos percalços para os participantes e a falta de um esclarecimento que pudesse ao menos suprir a decepção de alguns, não foram dadas a tempo. Josivan conseguiu unir em DVD imagens com entrevistas cedidas por Chico em diversos veículos do país especialmente para ser lançado na noite de hoje. “Passei um tempo trabalhando nisso e preparei tudo contando com a semana do folclore da Fundação José Augusto, e agora confesso que estou me sentindo decepcionado”, desabafa Josivan. Ao todo foram gastos R$ 4.200 para a produção e reprodução do vídeo e o dinheiro serviria para a família de Chico que está no momento necessitando de ajuda. “É estranha essa sensação, é uma falta de respeito sem tamanho. Tudo bem que a semana irá acontecer em setembro, mas tivessem me avisado antes. Não compreendo realmente isso”, disse Josivan indignado ontem pela manhã, ao saber que o evento havia sido cancelado.

Segundo a assessora de imprensa da FJA, Mary Land Brito, a semana foi adiada para a segunda quinzena de setembro, mantendo hoje a programação oficial. “A semana seria realizada em três dias, mas com a greve do Ministério da Cultura, não tivemos repasse de verba para o evento, por isso permanecemos com a programação de hoje, com a mesa de debates, Boi de reis de Manuel Marinheiro, discussões sobre cordel, repente e viola, Congos de Calçola, Araruna, entre outros”, disse

O que Josivan não entendeu é manter a programação e retirar a exibição e venda do vídeo de Chico Daniel. “Poderiam ter pensado um pouco, deixando ao menos eu lançar o trabalho, para não ter prejuízos”. Para a assessora não teria lógica lançar o DVD se a homenagem será feita em setembro. “Como iremos fazer a semana em setembro, o DVD ficará guardado até lá”, argumenta a assessora. A TRIBUNA DO NORTE tentou falar por telefone com o presidente da fundação José Augusto, Crispiniano Neto, mas o mesmo não atendeu.

Além de um certo descaso com a data, Os realizadores também deixam brechas para outra polêmica. Segundo informações de uma funcionária da FJA que pediu para não ser identificada, Josivan de Chico Daniel ficou sabendo que em reunião com representantes de comissão do folclore, a homenagem a seu pai foi questionada. “Disseram que a contribuição de Chico para a cultura era pequena diante da riqueza do folclore. Fiquei perplexo e estou sentindo uma traição dupla. Isso é uma covardia grande. Por que é ínfima a participação? Como dizer isso de um mestre que conseguiu transformar a nossa cultura! Logo meu pai que batalhou tanto por um espaço e hoje vem um membro da comissão de folclore desmerecer seu trabalho, estou realmente muito triste, não sei nem o que dizer”, desabafa Josivan. Sobre o assunto, Mary Land disse que “isso é natural, cada um tem sua opinião. Chico Daniel não foi deixado de fora, é um reconhecimento mais que justo por toda a sua contribuição para a cultura do nosso Estado. Temos consciência da importância do mamulengueiro, nunca deixaríamos de lado. A semana foi adiada para os dias 19, 20 e 21 de setembro, mas ainda não é certo que aconteça. Quem quiser adquirir o DVD, é só ligar para Josivan (9985-9563).



A lista de Terto

*Fulô. É por causa dela que seu nome é Cabrito.

Terto nasceu na cidade de Jucurí, na fazenda poço perdido. Um lugar escondido entre Mossoró e Apodi. Diz a lenda que numa pedra em Jucurí, Lampião, depois de fugir de Mossoró, botou um cálculo renal pra fora.

Cidade de vida bucólica. Em meados dos anos 20, não existia o movimento anarquista no Brasil e Jucurí já estava alheia a qualquer forma de civilização.

Tertuliano Aires, menino cabrito, desde cedo, saltitava nas pradarias de Jucurí. Corria nos campos de nome cerrado. Certa vez, ele estava na fila do banco Mossoró, ia receber o Furrural do avô e conheceu seu destino, Fulô. Foi ali que tudo começou. Sua vida não seria a mesma. Ele encontrou seu primeiro amor. Tórrido, duradouro, eterno.

Fulô era uma cabritinha branca, borrada de marrom que balançava freneticamente sua calda. Por causa disso, Terto encantou-se.

Ele andava com ela pra tudo que é canto. Na praça tomava sorvete, no clube brincava de correr na grama, no rio tomavam banho juntos. Totalmente terceiro sexo, terceiro mundo, terceiro milênio. Por isso a meninada começou a apelidá-lo de cabrito. Somente no cinema não podia ir com ela. Fulô era barrada. Era ver Fulô na fila e o lanterninha logo gritava: aqui ela não pode entrar!

O menino chorava. Nessa época sofria as primeiras crises existenciais:

-Eu sou cabrito? Eu sou um animal?

-Fulô é mais humana que muita gente. Nunca fez mal pra ninguém, nunca politicou por cargo público. Vou ser sociólogo ou endoido, pensava.

Infelizmente, a alegria de Terto duraria pouco. Um dia Fulô conheceu Inácio. Bode de raça, preto, borrado de branco. Tinha um chifre que amedrontava qualquer concorrente. Parecia um bode das estepes do Himalaia. Era gaiato e paquerador. Tava de olho também numa cabritinha que pastava nas terras do coronel Odilon Garcia. Mas, foi por Fulô que Inácio amansou. Logo surgiu uma prole de cabritinhos.

Terto foi embora da cidade. Veio pra capital. Aqui estudou, se formou em sociologia e virou artista. Hoje, perambula pelas ruas da cidade com um caderninho de anotações. Todo mundo da cidade tem seu nome nessa lista. A lista de Terto. É um que deve R$ 10,00; outro R$ 20,00; R$ 5,00 e por aí vai. Se a companheira Márcia não pagar a dívida de Dunga, ele não tira o nome da lista. O curioso é que Terto não aceita pagamento a vista. Só aceita fiado. Quando perguntado, ele responde:

-Só se paga adiantado no cinema!

Franklin Serrão

por Alma do Beco | 4:46 PM | | Ou aqui: 0




terça-feira, agosto 14, 2007

DEVOLUÇÃO

Marcus Ottoni


"Quem tem boca vaia Lula"
Da Net

"O país apodreceu de vez. Nos poderes, nas instituições, nas atividades, nas relações interpessoais, na deformação do caráter, na reconstrução de conceitos, nos objetivos profissionais, no papel da imprensa, na programação televisiva, no sonho de futuro. Acho que Andy Warhol andou por aqui tecendo uma velha tese. Somos a nação da mediocridade instantânea."
Alex Medeiros


Hugo Macedo

CLASSIFICADOS

Procura-se romântico:

Transparente, indecente

Cínico, sinistro

Aflito, pouco amado

Feroz, um tanto domado

Introvertido, consciente

Bom vivant, desobediente

Áspero, sonhador

Ovelha negra, acalentador

Com defeito, mediador

Construtivo, ótimo infrator

Informações:

Iremediável desastrosa

Mandar Curriculum vitae

Deborah Milgram


Em um eu sinto o buscar-te

Em um eu sinto o buscar-se;

noutro, nada além do ir-se.

Naquele, o multiplicar-se;

nesse, o afã de dividir-se.

Um inteira-se ao partir-se,

faz do fim o eternizar-se;

se um eu só é ao dar-se,

outro o é ao consumir-se.

Um é do outro o disfarce,

se o outro em um traduzir-se.

Antoniel Campos



Defeito de fábrica

- Boa tarde. Quero trocar esta mercadoria que comprei aqui mês passado.

- Está com defeito, minha senhora?

- Defeito de fábrica, eu presumo. Mas tem três meses de garantia.

- Certo, minha senhora. Tentaremos consertar o produto, e se não conseguirmos a senhora pode levar outro sem qualquer ônus. Mas, quais os defeitos que o produto apresentou?

- Bem, nos primeiros dias ele funcionou direitinho. Me levava para jantar, abria a porta do carro para eu sair, dizia palavras doces enquanto bebíamos vinho. Sabia até ler a carta de vinhos, imagine. Um luxo!

- Trata-se de um bom modelo, minha senhora.

- Como eu disse, no começo funcionava bem. Me mandava flores, enxugava a louça que eu lavava, chegou a fazer o jantar uma vez, estrogonofe de frango, imagine... E na hora do amor eu não tinha nada a reclamar. Cumpria bem suas obrigações, do jeito que a vendedora me garantiu. Porque, minha filha, você sabe que tem modelos bem acabados que neste aspecto, são uma negação.

- Quando foi que o modelo começou a apresentar defeitos?

- Teve uma vez que eu o mandei deixar o lixo lá embaixo do prédio e ele não subiu mais. Quando desci, o peguei bebendo no bar da esquina com uns amigos que acabara de fazer. No dia seguinte, cheguei em casa cansada do trabalho e encontrei a toalha molhada na cama. E ele começou a não dar mais descarga depois que usava o banheiro. Este tipo de coisa...

- Às vezes estas mercadorias apresentam problemas... Mesmo os modelos mais avançados.

- Eu pensei que fosse só um defeitinho passageiro, mas, não. Ainda tentei conversar, discutir a relação, mas ele fugiu da conversa como o diabo foge da cruz. Depois, nada mais de mandar flores, nem de cozinhar. Chamei-o para jantar uma noite e ele propôs assistirmos um filme de Van Damme. Mas o cúmulo mesmo, foi quando estávamos fazendo amor, e olhe que ele nem tinha mais o ímpeto dos primeiros dias, e de repente ele parou tudo, levantou-se e correu para a televisão, que estava ligada. Pensei que algo grave tinha acontecido e ele me respondeu com a cara mais deslavada do mundo que o Flamengo fizera um gol. Foi a gota d´água. Desliguei-o, tirei a bateria e trouxe aqui para devolução.

- A senhora tem certeza que quer trocá-lo? Muitas mulheres se afeiçoam à mercadoria mesmo com tantos defeitos registrados...

- Não nego que vou sentir um pouco de saudades, mas, definitivamente, não quero mais este. Mesmo que tenha conserto, quero trocar por outro.

- Certo. A senhora pode se dirigir àquela vendedora ali, ela lhe indicará os novos produtos da loja. Temos inclusive uma mercadoria importada.

- Parece interessante.

- Francês. A cara do Alain Delon.

- Não sei, acho que prefiro algo mais moderno.

- Temos um lançamento bom. Jogador de vôlei.

- Não, menos esportivo... Gosto de modelos mais clássicos.

- Que tal um jovem executivo da bolsa de valores

- Comprei um modelo destes no ano passado. Insuportável!

- Bem, a senhora fique à vontade para procurar o produto que mais lhe agradar.

- Pensando bem, acho que vou experimentar o francês com a cara do Alain Delon.

- Esse modelo sai muito. A senhora não se arrependerá.

- E se tiver defeito de fábrica?

- Basta trazer para a loja. Mas, com base na minha experiência na loja e na vida, posso confessar uma coisa à senhora?

- Claro.

- Não existe modelo perfeito.

Cefas Carvalho


A DEVOLUÇÃO DOS BICHOS

(Conto da vida real na terceira pessoa)

E aí George Orwell o que você faria?

Ele jogou na Vaca e deu Burro.

Descera do ônibus e viu uma balzaquiana formosa em pé embaixo de um guarda sol com uma placa na cabeça que anunciava: “PARATODOS”. Como era um poeta, lhe veio à cabeça imaginações insólitas. Pensara: Nossa! Uma mulher bonita dessa embaixo de um anúncio que é paratodos... (É uma mulher muito bonita mesmo, de chamar atenção)

- Vai apostar em algum bicho senhor?

- Talvez não, estava só imaginando que você poderia ficar muito mais bonita ainda por trás de outra banca.Você tem algum palpite para me dar?

- O senhor sonhou com algum bicho ontem?

- Não.

- Conhece alguém de quem o senhor está com raiva e se parece com um bicho?

(Ele contou-lhe uma recente história)

- Então senhor, se é do jeito que você contou, é vaca.

Ele apostou na Vaca e deu Burro. Quando voltou para saber do resultado, ele reclamou que o palpite dela tinha sido errado.

- Não fique triste meu filho, levar chifre hoje em dia é chique, ser burro é ficar sustentando a vaca.

Ele cheio de defesa pensou que ela estava querendo curtir com a cara dele.

E entrou no jogo.

- Pôrra! Você é o bicho mesmo, quase que me comove.

- É, eu sou o bicho mulher, e quem joga nele nunca ganha. Quando eu era adolescente, aqui na redondeza todo mundo dizia que eu era “Galinha”, que eu trepava com a mão na cabeça pra não perder o juízo. Eram as mulheres dos homens, aquelas véias feias e gordas que tinham inveja de mim porque quando eu tinha 17 anos já tinha esse corpão. De tanto eu desfilar na rua me “defamaram”.

-Acabaste de pronunciar um neologismo, defamar, talvez seja, criar fama, em vez de difamar que é desmoralizar.

- Que diabo é “niologismo”?

- É um bicho que você sempre pronunciará, mas que talvez nunca conhecerá.

- Meu filho, eu conheço tudo nesta vida, e esse tal de “niologismo” foi você quem inventou para tirar onda com a minha cara.

- Não minha linda, foi você quem inventou. Você disse defamar em vez de difamar.

- E então, foi isso mesmo, me “disfamaram”.

- Disfamaram com Z ou com S?

- Pôrra cara, vai procurar tua vaca! Eu não estudei muito, mas sei o que é a vida. Eu não falo difícil como você, ma sei fazer a vida ficar fácil.

Diga logo em qual bicho você vai jogar hoje e pronto.

- Eu não confio mais no seu palpite.

- Você ta certo, é melhor ir embora, você não é homem de jogar. Tem azar no jogo, e pelo que me parece também não tem sorte com as mulheres. Aposte em você mesmo, se você fosse um bicho eu apostaria em você.

- Mas você acabou de dizer que eu não sou homem de jogar!

- É por isso que deu Burro ontem seu cara de Cachorro. Você não é homem de se jogar fora.

- Então, só por causa do elogio, hoje eu vou jogar no Macaco.

- Por quê?

- Eu vivo pulando de galho em galho.

- Não seu burro, jogue na galinha. Ninguém aposta nela, mas todo mundo come. Eu já lhe disse, eu não estudei muito e não sei falar difícil como o senhor, mas, já vi nos seus olhos que o senhor faz qualquer “Galinha” virar um ex-mulher sozinha.

- Você não é casada?

-Não, sou complicada com um bicho que nem tem no meio desses vinte e cinco que tem aqui na banca.

- E que bicho é esse?

- É o bicho “Homem cachorro”.

- Tudo bem, joga aí cinco na Galinha.

- O senhor não é burro, é “ingênio”. Não tem galinha no jogo do bicho, só tem Galo, até nisso sacanearam às mulheres.

Putz! Outro neologismo.”Ingênio” pode ser o gênio incompreendido. Mas ficou na dele, não revidou.

Jogou no Galo, e não foi saber no outro dia qual resultado de bicho tinha dado. Não por medo de enfrentar a formosura plástica da vendedora de palpites, mas por medo de se apaixonar por suas palavras simples e cheias de tanto expressar. Para ele já tinha acontecido o mais importante.

Descobrira que nem a mulher é Galinha, e nem o homem é cachorro, que já era hora de devolver o nome dos bichos para eles mesmos, pois todos os homens são animais, e por serem racionais, são muito mais perigosos do que eles.

Talvez ainda nem saibamos, mas somos o único bicho capaz de matar para não comer. Somos o bicho ser humano. E aí George, o que é que eu faço?

Mário Henrique Araújo

por Alma do Beco | 3:11 PM | | Ou aqui: 0




quinta-feira, agosto 09, 2007

ÊXTASE

Marcus Ottoni


"O seu rosto de mulher transmite uma dor que somente a elas competem"

Cláudia Magalhães


AGONIA E ÊXTASE

Dezoito horas... Há pouco, o Sol beijou a lua na esquina do paraíso com o inferno. E sob o canto suave da Ave Maria, eles fizeram juras eternas de amor. A Rainha da noite, excessivamente romântica, que ama compulsivamente e detesta tudo o que é realidade, nua, brilhava incansavelmente no céu. O seu amor pegou-a por trás e ela sentiu toda a sua paixão escorrer pelo seu sexo, descer pelas suas pernas até formar um mar de sangue. Cheia de saliva, fez amor nos astros e estrelas, deliciou-se na boca do seu amante, virou música, verso, prosa...

Ele vai embora... Pelo mesmo motivo que todas as pessoas vão... Ficou imóvel, parada, não havia o que fazer. Não naquele instante, em que se encontrava diante do horror do nada...

Agora, o seu rosto de mulher transmite uma dor que somente a elas competem, uma vez que os seus ventres são os criadores do amor que nenhum freio segura. Vazio. Os seus olhos choram, cheios de espanto. A sua boca parece sufocar um gemido, um grito, dando-nos a sensação de que, a qualquer momento, explodirá em sua garganta. Por horas a fio, o seu corpo continua imóvel. Somente as formigas se mexem. Ao longe, inúmeras formigas divertem-se na poça de sangue, agora vinho, que nas horas de amor ela derramara no chão. Completamente alheias à situação, parecem rir embriagadas de prazer. Tontas, esbarram-se uma nas outras na tentativa de descobrir uma forma de melhor sorver aquele liquido. Outras, mais prudentes, preferem esconder-se em suas tocas, são frágeis ou fortes demais para enfrentar o frio da madrugada. Tudo é névoa, formas distorcidas, agonia...

Inferno...

Dezoito horas. Escuta um som melodioso, suave... Um canto sem palavras... Ela fecha os olhos e escuta mais nitidamente a música... Lembra um canto gregoriano... O seu coração acelera e sente a mesma sensação, a mesma angústia de todos os dias e pergunta a si mesma, se aquela música trás a salvação do seu espírito ou se ela esconde, como uma armadilha, a sua morte e a sua danação... Dezoito horas... Um calor forte e doce invade o seu corpo leitoso, despertando-a. Vê o seu corpo pálido tingir-se de vermelho... Êxtase. Ele voltou. O seu amor, o seu único e verdadeiro amor. Seus olhos incrivelmente brilhantes olham-na com tamanha intimidade que, por um instante, acredita estar nua. Silêncio. O seu semblante é sereno, transmite paz, muita paz. Sente-se novamente flutuando... Estaria sonhando? Que espécie de sonho era aquele? O sonho do amor ou o sonho da loucura?... Sim, ela acabara de entrar no mundo dos sonhos, mas com o coração acordado... O tempo, por algum motivo, lhe parece mais veloz. Sente o seu coração acelerado livrar-se das dores e das saudades e, sem resistir, deixa-se levar ao som de gemidos, sussurros... Agora, eles, anjo e demônio, em busca de águas santas, de exemplos de amor, amor mais forte do que a morte, amor de qualquer dor, amor das estrelas, do pó da terra, do antes do nada. Amor do Sol e da Lua, o amor mais puro do amor... Entre a agonia e o êxtase, conduzem aos quatro cantos da terra os seus sonhos, suas esperanças, suas preces, seus murmúrios de luz...

Paraíso...

Cláudia Magalhães



Maconheiro acidental

O “Abech Pub” ou Bar do Pedrinho funcionou onde hoje é o Bardallos. Todos sabem o endereço. Entre a Gonçalves Ledo e Vaz Gondim. Duas ruas bastante conhecidas da Cidade Alta.

Chamado de espelunca. Apelido carinhoso. Possuía curiosa decoração. Mesas redondas de ferro fundido, cobertas com pano cor de vinho. Cadeiras enferrujadas, jogadoras de gente no chão. Até hoje, tá lá no Bardallos algumas. O piso era de cerâmica, essas que dá pena de cuspir. As paredes lembravam uma galeria: eram pintadas na base de cor de vinho para combinar com a toalha da mesa. Um balcão de granito recortado expunha miniaturas de bebidas e lembrancinhas. No fundo do Bar, o palco com a bateria, alguns instrumentos de percussão e a guitarra de Pedrinho. No mais, a cozinha, onde hoje é o espaço aberto do Bardallos.

O Abech Pub só funcionou uma face por vez. Ou abria o lado que dava para a rua Vaz Gondim ou abria o acesso para a rua Gonçalves Ledo. Essa última foi face da entrada principal. A mais luxuosa. Onde ostentou a placa com o vulgo Abech Pub. Ao lado de Pedrinho, no atendimento, Dona Ivone, a esposa cúmplice. Não tinha garçom. Às vezes, era Gardênia quem quebrava o galho. Fiado para ninguém. Nem para autoridade.

Certa vez, um cliente acidental, desinformado ou informado demais, talvez. Viu a porta aberta e entrou. Era cedo. Tipo 18h. Os fregueses começavam a chegar. Sem cerimônias, o cliente sacou uma baga da calça e acendeu. Cena igual a do filme de Tourinho. Ele começou a degustar o fumo ali mesmo, na mesa do bar. Enfim, a liberdade. Era sua ilha particular. Bar de artistas é pra isso, pensava. Abrir portas para uma percepção diferente, sentir todos os prazeres relaxantes da alma. Pra lá de “marraquechi”, muito Huxley, muito doidcho tava o cara.

E o cheiro?

-Cabeça de nego, não é elba ramalho, que nada, isso é uma manga rosa, especulavam os bêbados do bar. Vale lembrar que a clientela chegava às 18h, mas já vinham prontas.

E Pedro Abech nervoso, cheio de mungangas e cacoetes. Abanava a orelha, mordia os olhos, cheirava os dedos e continuava nervoso.

-Que danado eu faço? O cidadão já é de maior.

Como que por instinto, Pedrinho correu para o banheiro. Vrummmm. Voltou com o balde plástico cheio d'água, pesado que só a porra. De frente pro ômi, derramou em cima dele.

Meu irmão, apagou tudo, cara.


Franklin Serrão


por Alma do Beco | 9:22 PM | | Ou aqui: 0




sábado, agosto 04, 2007

VIRANDO CÃO

Marcus Ottoni


"Lula se dirige aos brasileiros como se todos fossem participantes de uma sala de jardim da infância."
Leonardo Sodré

"Jamais imaginei que chegássemos a tal ponto de degradação."
Fernando Henrique Cardoso

Ilustração: Valderedo Nunes - Foto: Diogo Moreno
Fissura

rosário de coisas não ditas

desmemórias colhidas

nas tardes feitas silêncio

e distância


Márcia Maia



NARGUILA


Sorrio frente

A essa boca afiada

Calada, ecoa

Penetra profundo e desata

O nó da garganta

Injeta profundo e suave

Libera

A perfeita e exata dose

Cumplicidade...

Não há dor,

Não há temor

O resto já se sabe

De cor...


Deborah Milgram



JOGADOR DE FUTEBOL


Jácio era jogador do América, egresso do Ferroviário, que se destacou por sua raça e disposição em campo. No Ferrim, era quase um amador, porém, quando o AFC, comprou seu passe, ele passou a ser um verdadeiro profissional. Foi pior !

Quando o América ganhava um jogo, que distribuia o "bicho"(gratificação dada aos jogadores, quando venciam a partida), Jácio, mais que depressa, descia para a velha Ribeira e eram três dias de cachaça, baralho e rapariga e mais cinco ou seis carteiras de Continetal sem filtro.

Em um jogo amistoso, contra o Campinense, em Campina Grande, na Paraíba, ele deu um verdadeiro show e o América ganhou o jogo folgadamente. A torcida aplaudiu o atleta e a diretoria do Campinense ficou impressionada. Não houve tempo nem de comemorar, porque logo entraram no ônibus de volta para Natal, onde o bicho seria pago na chegada.

Ao chegar na Rua Maxaranguape, sede do alvi-rubro, Jácio pegou sua sacola e dirigiu-se para a tesouraria, a fim de receber a gratificação pela vitória sobre o Campinense.

Recebeu o dinheiro, foi até o vestiário, deixou a bolsa em um canto de parede, foi para a Rodrigues Alves e já foi gritando :

- Táxi !

Ao entrar no Corcel ll, falou para o motorista:

- Toca pra Ribeira, começando pelo Ideal ou Boate Estrela, como queira, que quero chiar com o carrasco Piaba do ABC, que é amigado com a dona do cabaré e só vive lá.

Passou uma semana na farra. Quando se apresentou pra treinar com dez dias, a diretoria do clube mandou barrar Jácio.

Quase um mês depois, por acaso, esteve em Natal um olheiro do Campinense, procurando reforço pra sua equipe, passou no América e foi informado que Jácio estava no estaleiro, contundido. Não deram nenhuma informação da farra. O cidadão resolveu ira até a casa do jogador, para ter uma conversa com ele, sobre sua ida para Campina.

Fez logo uma inquisição. Perguntou se bebia, fumava, jogava baralho ou tinha qualquer outro vício, ao que Jácio respondeu em cima da bucha:

- Meu vício é ficar em casa com a minha patroa e meus bruguelos, batendo pelada no quintal.

Imediatamente, o dirigente do clube dirigiu-se à sede do América e negociou Jácio. Comunicou ao jogador, pediu que arrumasse a roupa para partir naquele dia mesmo para Campina Grande. Assim foi feito. O jogador conheceu as instalações do novo clube e já dormiu lá, para assinar contrato no dia seguinte.

Com a assinatura do contrato, Jácio pediu um adiantamento e uma folga, para mandar o dinheiro por um portador para sua família. Recebeu na hora e saiu da sede no rumo do Bodocongó.

Três dias depois de muita procura e anuncio em rádio e jornal, encontraram Jácio com duas raparigas em um boteco de Lagoa Seca, cidade vizinha de Campina. O presidente pegou o jogador pelos braços e disparou :

- Você não disse que não bebia, não fumava, nem andava com rapariga ?

Jácio, com a voz embargada, olhos vermelhos de sono e ressaca, respondeu com calma:

- É quando eu estou liso. Com dinheiro, eu viro o cão.


Chagas Lourenço


O Brasil acordou sem sonhar

É impressionante a rejeição que o presidente Lula da Silva está tendo de toda a imprensa brasileira e do povo que pensa e analisa suas ações. Esta semana, um amigo me ligou da Paraíba dizendo que vinha para Natal e que se hospedaria no hotel tal. Eu disse a ele que o presidente Lula tinha ficado neste mesmo hotel na semana passada, quando veio lançar mais um programa do seu governo de poder, o tal do PAC, que todo mundo já ouviu falar, mas que ninguém ainda viu, e ele, imediatamente, disse que iria procurar outro hotel.

O povo brasileiro e particularmente a imprensa tem perdoado muita coisa ao longo da história da Nação, mas ultimamente a imprensa tem cumprido o papel do povo e não se resigna mais com tantas ironias de Lula, que outro dia disse ter duas orelhas seletivas. Uma para ouvir vaias e outra para aplausos. Se não bastasse, minimizou o trágico acidente do Airbus da TAM no último dia 17 de julho dizendo que todo mundo tinha medo de avião. Disse mais, se referindo a ele próprio, como medroso, e ao fechamento da porta do seu moderno avião e tal e coisa. Como se os brasileiros fossem crianças. Isso mesmo, Lula se dirige aos brasileiros como se todos fossem participantes de uma sala de jardim da infância. Para ele, todo mundo está no primeiro grau.

E aplausos ele ouve muito. Sim, porque o seu governo aplaude as crises. É aquela história de dizer que uma coisa está errada e que vai consertar. É aquela história de encontrar uma multidão de miseráveis e de fazer toda uma maquiagem sobre essa miséria, mas, colocando no paredão a classe média e a mídia que pensa. Empobrece a classe média e diz tantas tolices que faz com que a imprensa passe a vê-lo como objeto de despreparo, como símbolo de quem somente diz bobagens.

Lula, em quem votei acreditando no discurso, na mudança para o bem, protagoniza um momento terrível da história do Brasil. Um País que não cresce, que não tem estradas, que não tem ferrovias, que não tem mais uma estrutura aérea de confiança e que somente tem programas para acalentar miseráveis e muitos escândalos sem solução, e que ficará na história como o “Presidente Irônico”, que não dá bola para ninguém e é incapaz de raciocinar na direção do que é bom para todos os brasileiros. Que pensa ser esmola, como moeda de voto, uma coisa importante que irá colocá-lo na história.

Mas, ele ainda tem tempo para mudar, para trocar o comando inerte de muitos órgãos do governo. Tem tempo para tentar ser humilde e bom para o povo brasileiro e fazer jus a tenaz do nordestino, do pernambucano em particular. Tem tempo para ser tão trabalhador quanto foi durante o tempo em que foi operário. Tem tempo para pensar que não é intelectual e muito menos engraçado, quando faz seus discursos travestidos de ironias, para lutar contra a imaginação de que todos, menos os seus comandados, estão contra ele. Tem tempo para, carregado do sentimento de que toda Nação esperava um governo sadio, mudar tudo de ruim que está acontecendo, inclusive determinar a punição de todos os culpados dos vários escândalos do seu governo, começando pelos envolvidos no mensalão, que humilhou o Brasil diante do mundo.

Ele pode mudar. Basta deixar que as duas orelhas ouçam tudo de uma só vez. Que não tenha medo de voar e que voe alto na direção do bem. Do sadio e do melhor para todas as camadas sociais do Brasil.

Muda Lula, pelo amor de Deus!


Leonardo Sodré

por Alma do Beco | 2:05 PM | | Ou aqui: 0


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