sexta-feira, agosto 25, 2006

Ê BUMBA, Ê, MEU BOI!

Marcus Ottoni


"Cavalo-marinho
já pode chegá
que a dona da casa
mandou te chamá"


"A origem do bumba-meu-boi perde-se no passado. Não resta dúvida que se trata de uma aglutinação de reisados em torno do reisado principal, que teria como motivo a vida e a morte do boi. O reisado, ainda hoje, explora um único assunto proveniente do cancioneiro, do romanceiro, do anedotário de determinada região"

Hermilo Borba Filho

Hugo Macedo
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PRÓXIMO CURSO - AGENCIA CULTURAL

CURSO: Passo a Passo na Elaboração de Projetos Culturais para Leis de Incentivo e Editais Públicos.

OBJETIVO: Capacitar agentes culturais a formatarem projetos nos formulários específicos das leis e editais de incentivo à cultura a fim de conseguirem o benefício estatal nas suas produções.

PERÍODO: de 11 a 15 de setembro de 2006

HORÁRIO: das 18h00 as 22h00

LOCAL: auditório do Solar Bela Vista

INVESTIMENTO: R$ 50,00 (cinquenta reais)

Inscrições podem ser feitas na secretaria da Agencia Cultural das 08h00 as 12h00 e de 14h00 as 18h00.



Ê BUMBA, Ê, MEU BOI!

Durante o XII Congresso Brasileiro de Folclore / XII Encontro de Folclore e Cultura Popular, a realizar-se nesta cidade do Natal, entre 29 de agosto e 1º de Setembro deste 2006, estaremos realizando dois cortejos folclóricos que têm por objetivo a documentação e a apresentação pública de autos populares que vêm dos tempos coloniais, trazidos pelos colonizadores europeus ibéricos e escravos negros da costa oeste africana, que aqui ganharam influência da cultura dos índios de Pindorama, nativa.

O primeiro, a realizar-se a 30 de agosto, a partir das 21:00 horas, em homenagem ao mestre Cornélio Campina, terá como palco o Largo João Alfredo, na Redinha, tendo como cenário o Mercado Público, o Redinha Clube, a Igreja de Nossa Senhora dos Navegantes, a Capelinha dos Pescadores e as margens do Potengi e gamboa do Jaguaribe. Neste momento, apenas grupos folclóricos apresentarão seus autos.

Ainda no dia 30, autores do livro “Cascudo guardião das nossas tradições”, organizado pela professora Isaura Amélia Rosado Maia, autografarão a obra no Palácio Potengi, a partir das 18:00 horas.

No Centro Histórico de Natal, onde a cidade nasceu, a partir da Santa Cruz da Bica, no chamado Baldo do rio Tissuru, onde a população primitiva “bebia água”, teremos o segundo cortejo, no dia seguinte, 31 de agosto, começando às 16:00 horas. Ali, grupos folclóricos e para-folclóricos evoluirão pela rua Santo Antônio, tendo como cenário o seu antigo casario, a Igreja de Santo Antônio ou do Galo, até o Memorial Câmara Cascudo, já na Praça André de Albuquerque, para registros defronte à Matriz de Nossa Senhora da Apresentação, Larguinho Vicente de Lemos, defronte ao Instituto Histórico e Geográfico do RN, e posterior apresentação em palco aberto da Praça da Poesia, jardins do Palácio Potengi, finalizando no centro da Praça André de Albuquerque.

Esses cortejos foram pensados não para se caracterizarem como grande espetáculo, mas para proporcionarem aos grupos condições espaçosas e propícias às apresentações. Eles evoluirão em espaços de 40 minutos entre um e outro, para que possam mostrar a beleza particular de cada um deles, em enredos, indumentárias e cantos.

Afora os cortejos de rua, o Congresso apresentará todos os dias outros espetáculos no CEFET, onde se realiza a programação científica, uma apresentação de autos de bois-de-reis defronte à Igreja de Santos Reis, neste sábado, 26 de agosto, quando do lançamento do livro “Folia de Reis”, do folclorista carioca Afonso Furtado; duas exposições de artes plásticas sob o tema “Cultura Popular nas Artes Plásticas”, na Galeria Newton Navarro, salão de entrada da Fundação José Augusto, e Palácio da Cultura.

Um dos momentos mais esperados do Congresso é a apresentação da Chegança, de Barra de Cunhaú, que acontecerá no CEFET, dia 1º de setembro, às 20:00 horas. A grande surpresa, o cenário que o poeta popular e cenógrafo Paulo Varela está preparando.

XII Congresso Brasileiro de Folclore
XII Encontro de Folclore e Cultura Popula
r

Programação Cultural


26/agosto/2006

Pátio da Igreja de Santos Reis
Folia de Reis
16:00h – Lançamento do livro "Folia de Reis", do folclorista Afonso Furtado
17:00h – Boi de Manoel Marinheiro
17:45h – Boi de Reis de São Gonçalo do Amarante

29/agosto/2006
Fundação José Augusto
10:00h – Exposição: Cultura Popular nas artes plásticas

CEFET
18:00h – Abertura do XII Congresso Brasileiro de Folclore – Programação Científica
18:00h – Lançamento da Revista Continente – Câmara Cascudo: Vida dentro da obra
21:00h – Fandango de Canguaretama

30/agosto/2006
CEFET
08:00h – XII Congresso Brasileiro de Folclore – Programação Científica
18:30h – Boi de Reis de Bocas
19:00h – Bandeirinhas de Touros
19:30h – Declamadores: Paulo Varela, Antônio Francisco, Bob Motta
20:30h – Isaque Galvão – Musical "Lírio Verde"

Palácio Potengi – Praça 7 de Setembro
18:00 - Abertura da exposição "Cultura Popular nas artes plásticas do RN"
18:00h – Lançamento do livro "Cascudo Guardião das Nossas Tradições", organizado pela professora Isaura Amélia Rosado Maia

Noite Cornélio Campina
Redinha
50 anos à vida das danças antigas e semi-desaparecidas
21:00h – Tema de Abertura: "Linda Baby", de Pedro Mendes, por Carlos Bem
21:10h – Boi de Manoel Marinheiro
21: 50h – Pastoril de Tibau do Sul
22:30h – Grupo Cavalo Marinho de Bayeux
23:10h – Caboclos de Major Sales
23:50h – Boi de Reis de Dedé Veríssimo
00:30h – Grupo Araruna – Danças antigas e semi-desaparecidas
01:10h – Musical "Usina", com Khrystal
01:50h – Coco de Roda de Tibau do Sul
02:30h – Congos de Calçola de Ponta Negra
03:00h – Coco Maracajá
03:30h – Serenata do Pescador – Fernando Tovar


31/agosto/2006
CEFET
08:00h – XII Congresso Brasileiro de Folclore – Programação Científica
18:30h – Caboclinhos de Ceará Mirim
19:00h – Congos de Calçola de Ponta Negra
19:30h – Grupo Araruna – Danças antigas e semi-desaparecidas
20:00h – Roberto do Acordeom

Santa Cruz da Bica – Memorial Câmara Cascudo – Palácio da Cultura – Praça André de Albuquerque
I Cortejo Folclórico do Centro Histórico de Natal
16:00h – Caboclinhos de Ceará Mirim
16:40h – Congos de Calçola de Ponta Negra
17:20h – Pastoril de Pirangi
18:00h – Cavalo Marinho de Bayeux
18:40h – Boi de Reis Estrela do Oriente
19:20h – Coco de Roda de Dona Neném
20:00h – Caboclos de Major Sales
20:40h – Companhia Parafolclórica da UFRJ
21:20h – Grupo Parafolclórico da UFRN
22:00h – Maracatu Leão Coroado de Recife
22:40h – Espetáculo Teatral "Viva Cascudo na terra dos folguedos", de Dimas Carlos


01/setembro/2006
CEFET
08:00h – XII Congresso Brasileiro de Folclore – Programação Científica
18:30h – Coco de Zambê
19:00h – Pastoril de Tibau do Sul
19:30h – Concerto de Violeiros: Antônio Sobrinho – Francisco Sobrinho – Sebastião da Silva – Cícero Nascimento – Amâncio Sobrinho – Aldaci de França – José Isidro – Luiz Maurício – Assis Sobrinho – Raimundo Lira
20:00h – Chegança de Barra de Cunhaú
20:30h – Tirinete de Tracuá

por Alma do Beco | 6:07 AM | | Ou aqui: 0




quinta-feira, agosto 24, 2006

PRESENTE

Marcus Ottoni


“Alguns países podem ter acesso a alta tecnologia nuclear, os outros podem apenas produzir suco de frutas e pêras!"
Ari Larijani, negociador chefe do Irã

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A Orquestra sinfônica do Rio Grande do Norte e o Quinteto Violado realizarão um grande concerto popular na sexta-feira, 25 de agosto, às 21 horas, no Anfiteatro da UFRN. O ingresso é gratuito!

Osvaldo D'Amore
, Maestro




À diretora da Fundação José Augusto
Doutora Isaura Amélia Rosado Maia


Professora Isaura,

Na qualidade de cidadão natalense, nascido nos começos dos anos 50 no pé-dos-morros da chamada Solidão, hoje Tirol, onde colhia e comia camboim, araçá e guabiroba; e menino veranista do Maruim, do outro lado do rio, na chamada Redinha, onde assisti pela primeira vez os autos folclóricos dos bois e das pastorinhas, fandangos e lapinhas; a peleja dos pescadores para posicionar a Santa protetora dos Navegantes a contemplar o mar bravio, de onde não sabiam se voltariam sem a sua proteção e rogos; onde o cheiro doce do dendê me salivava a boca; onde conheci memoráveis figuras das artes potiguares, como Navarro e João Gualberto, e políticos como Djalma Maranhão e o nosso primeiro mecenas Sylvio Pedroza, venho solicitar desta Fundação o urgente tombamento, a título de preservação patrimonial, do parque arquitetônico hoje contemplado no chamado largo João Alfredo, naquele paradisíaco balneário:

Mercado Público,
Redinha Clube,
Igreja de Nossa Senhora dos Navegantes (a chamada Igreja de Pedra, dos veranistas) e a
"capelinha branca", dos pescadores nativos do lugar.

Certo de contar com o atendimento, em função do valor sentimental que o referido parque encerra, agradeço desde já, em meu nome, e em nome dos muitos que amam o mais poético de todos os poéticos recantos desta nossa Natal amada, ao tempo que manifesto a minha grande admiração diante da trajetória que esta filha de Dix-sept vem firmando em defesa da arte e da cultura em nosso Estado, trabalho que merece de todos nós norte-riograndenses os mais calorosos aplausos.

Em Natal/RN, 24 de agosto de 2006

Eduardo Alexandre

Poeta


(Depois de Postado)


Caro poeta,

não podemos deixar de recorrer aos "anéis" da história:
o nosso primeiro mecenas não foi o atlético Pedroza (vice, com sorte)
mas, o irmão de Pedro Velho
(articulista da velha república que elegeu
irmãos, genro e xeleléus oligárquicos),
Alberto Maranhão.
Administrou o Estado em duas ocasiões (1900/19004 e 1908/1913),
sendo o mais novo governador do Estado (26 anos e nove meses),
na primeira gestão (1900/1904),
na sombra do irmão/mentor da República nestas plagas e
influenciado por Henrique Castriciano,
editou em março de 1900 a primeira lei de incentivo à cultura
da República em todo país - êita província metida a besta.
Importante lembrar que o mesmo,
inaugurou o Teatro Carlos Gomes, que hoje tem o seu nome.

Também ficou famoso por ter propiciado
festas homéricas no Palácio da Cultura
(foi ele que transferiu a sede do governo do Casarão da Ribeira,
para a atual pinacoteca, deixando o caminho livre para o Wander Bar)
para uma Natal embebecida numa belle època retardatária.

Só a história salva
o resto, bobagens
meu bobo
bobagens...

Plínio Sanderson



Caro Dunga,

Parabéns pela iniciativa! A Cidade do Natal sente-se grata pelo seu esforço, seu carinho pelos becos e pelas pedras que contam histórias.

Abraço forte... e conte conosco.


José Correia Torres Neto



Uma rainha para Engady


Hoje ganhei um presente
Como nunca imaginei.
Um presente imenso, digno de corte
feito não para um bobo
mas para um rei

Sem que eu esperasse
Ela me fitou e passou às minhas mãos
um calhamaço
E disse:

- É seu. Cuide dele.

Abri o envelope pesado
Estava lá, como se a escritura fosse
um processo
confirmando o que ela dizia.

Sim. O castelo mudara de mãos
e caberia a mim agora zelar por ele
Logo eu, o bobo
O Castelo de Engady
aos meus cuidados
Todo meu.

Agora, refeito do susto
da surpresa, pergunto
devo levar ao castelo uma rainha?
E acho que sim.

Vou buscar uma rainha para Engady...

Eduardo Alexandre

por Alma do Beco | 5:35 AM | | Ou aqui: 0




domingo, agosto 20, 2006

IVAN JÚNIOR FESTIVAL

Marcus Ottoni


“O governo do Irã voltou a dizer que não vai parar o processo de enriquecimento de urânio. A suspensão do processo é uma exigência do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) para que se iniciem negociações sobre o assunto. Hamid Reza Asefi, porta-voz do ministério do exterior, disse que o assunto nem está mais na agenda do Irã.”
Da BBCBrasil

Alexandro Gurgel
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Ivan Júnior Festival

Sábado passado, no Bardalo’s, muitos artistas potiguares homenagearam Ivan Júnior, proprietário da Offset Gráfica. Era a data de seu aniversário.

Como bem diz Marcelus Bob, “quem é bonito, é bonito”. E Ivan Júnior é uma alma mais que bela.

Daí receber o carinho que recebeu.

Foi uma tarde inteira que entrou pela noite com muita música e felicidade, músicos, poetas, artistas plásticos, jornalistas, gente que faz a cultura da cidade do Natal homenageando esse mecenas de rara sensibilidade que ajuda a todos, indistintamente, confeccionando, a troco de amizade e desejo de ver a todos crescendo em sua arte, cartazes, panfletos, ingressos, o que estiver ao alcance de sua gráfica para incentivar os que fazem cultura nesta cidade de Luís da Câmara Cascudo.

Lá, estiveram, revezando-se no palco, profissionais do naipe de Pedrinho Mendes, Valéria Oliveira, Donizete Lima, Simona Talma, Romildo Soares, Carlança, Geraldo Carvalho, Isaque Galvão, Rodolfo Amaral, Tertuliano Aires, Sérgio Goove, entre muitos outros e; amadores do canto, como Help, Helmut, professor Bira Lemos e outros e outros e outros.

Numa mesa, os poetas Plínio Sanderson e João de Morais, o cineasta Carlos Tourinho, os artistas plásticos Franklin Serrão, Fábio Eduardo e Marcelo Fernandes, o internético Oswaldo Ribeiro, o papangu Alex Gurgel, o arquiteto José Carlos e sua Cristiane, hoje assessora de imprensa da CUT/RN, e muita, muita gente amante das artes e da felicidade. Gente bonita, alegre, numa homenagem amiga e sincera.

Júnior mais que merece.

Parabéns, amigo!


Eduardo Alexandre




Escola de Dança ganha novo prédio na Ribeira
O Poti, 20 de agosto de 2006

A Escola de Dança do Teatro Alberto Maranhão (Edtam) ganhou na manhã de ontem um novo espaço. Caracterizado como ato administrativo, a inauguração do novo prédio (inaugurado em 1908), que abrigou o Grupo Escolar Augusto Severo, o primeiro de Natal, e depois a Faculdade de Direito e a Secretaria Estadual de Segurança Pública, contou com a presença da Governadora do Estado, Wilma de Faria e do reitor da UFRN - instituição que cedeu o prédio -, Ivonildo Rêgo. O prédio fica ao lado do TAM, na Ribeira.

Segundo Wilma de Faria, a fonte dos recursos para a restauração do prédio é do Governo do Estado e foram orçados em R$ 1 milhão. A diretora do TAM, Hilneth Correia ressalta uma conquista de dois anos: ‘‘A Edtam vinha funcionando num sobrado na rua Chile (Ribeira), e já não comportava sua expansão’’. É que a Companhia de Dança tem crescido e conquistado prêmios significativos, como o 1º lugar em Dança Contemporânea, no Festival de Joinville (SC), dos mais importantes do país, conquista da bailarina Érika Rosendo.

Segundo a presidente da Fundação José Augusto - que administrará o prédio - Isaura Rosado, será aberta discussão para saber quais outras escolas usarão o prédio. De certo, o local vai abrigar ainda a Orquesta Sinfônica do Rio Grande do Norte e o Instituto de Música Waldermar de Almeida, o Setor de Documentação Histórico do Tam e o Memorial do Advogado.




Paisagem com cavalo e um calendário carbonizado

Atiçando cavalos como fazendo o tempo amaciar
Estradas intermináveis. Interminável como essa Sexta-Feira.
Rodas quebradas aumentam o torque das carroças, suavizando
Estradas trifurcadas, Sexta-Feira no meio.

Atiçar os cavalos suaviza o tempo
Que move e justifica essa Sexta-Feira. Como quem acende velas numa
Estrada trifurcada, Sexta-feira no meio.
Fustigating time, endless like this faith.

As melhores palavras dispersam as misérias do verbo,
Levam-nas além do sangue e da linfa. Gentilmente.
Sopro clarificador de visões e dança, em cada palavra.
As melhores palavras dispersam as misérias do verbo. Nada no meio.

Como agradecer a quem entrega as melhores palavras?
Como perdoar então, o dia de assassinatos e vergonha?
Um pássaro rompe o véu de gás mortal e gasolina,
Abre um claro para as primeiras estrelas do dia.

Durante séculos de pedra sobre pedra,
Pouco importa o que a Tabela Periódica diz,
Durante séculos sempre pedra sobre pedra,
Vendendo o sangue por nada no processo. Tudo no meio.

A legislatura dos descerebrados dança doida,
Frenética a erigir monumentos, altares, palcos digitalizados.
E por isso e muito mais durante séculos de
Pedra sobre pedra, as melhores palavras afugentam a miséria do verbo.

Fustigar cavalos faz o tempo macio
Na Estrada interminável, razão dessa Sexta-Feira.
Rodas quebradas fazem o tempo fugir
Nessa Estrada trifurcada, Sexta-Feira no meio.

Marcílio Farias

por Alma do Beco | 8:50 PM | | Ou aqui: 0




sábado, agosto 19, 2006

TEMPO DE INLEIÇÃO

Marcus Ottoni


"É preciso sair do sul do Líbano e informar a Beirute que qualquer violação do cessar-fogo e qualquer agressão contra a soberania de Israel terá uma resposta sem precedentes."

Ministro israelense, citado sem identificação pela rádio pública de Israel

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A Revista Época, Edição 430, de 14/08/2006, está realizando uma pesquisa para
saber quem foi o maior brasileiro da história.
Na sua lista, está o nome de "Câmara Cascudo" na secção "Ciências" (cientistas,
pensadores, inventores).

Vamos votar no CASCUDO no site

www.edglobo.globo.com/pesquisas/pesquisa_epoca_190706.htm

Um grande abraço


Daliana Cascudo



TEMPO DE INLEIÇÃO


Dr. Brocardo era um Deus pequenino; era o maió!
Entre todos uis hôme da terra, era o mió!

Chapelão de massa na cabeça,
um charuto, um ané, uma pistola,
uma pasta bunita e um sapatão de vaqueta e sola.

Num s’isqueça do meu voto; num s’isqueça!

Pru tôda istrada adonde ía passando,
uis pobre e uis rico, êle ía abraçando,
e cunquistando ais amizade in um sigundo.

E eu, cheio de orgúio e sastisfação,
fazia inté promessa mode vê êle,
deputado, adispôi dais inleição.

Desse dia invante,
eu siria um hôme de vida sigura,
siria dono de uma sinicura,
e da miséra, eu ía tá liberto.

Fináimente êsse dia chegô!
Dr. Brocardo foi o mais votado,
e eu dava uis viva p’ru meu deputado,
e prá vitóra qui êle cunquistô.

Passo-se um dia e lá se foi um mêis.
Passo-se um trimestre, mais ôto, e lá se foi um ano,
e nunca, nunca chegô a minha vêiz.

Hoje o peste nem fala cumigo.
Ficô trumbudo, todo indeferente,
E eu, feito uma besta, aqui discrente,
penso na burrice qui fiz e me mardigo.

Mais, porém, mantenho uma linha de cunduta:
Quando êle passa in campanha, eu fico oiando,
e vô dizendo, arrespostando purentre uis dente...
VÁ TUMÁ NO CÚ, FELA DA PUTA!...


De um autor desconhecido; e pelo que escreveu, “desiludido com seu ex-candidato”...

Obs. Qualquer semelhança com fatos e pessoas da vida real, “É MERA COINCIDÊNCIA”...


Bob Motta




parte é como se deserto fosse


parte é como se deserto fosse
o deserto é como fosse parte
toda parte me fosse deserto
eu deserto todo como fosse

como fosse eu do deserto parte
fosse parte como eu deserto
o deserto como todo eu fosse
do deserto como fosse parte

como parte sou deserto — como?
se deserto todo sou deserto
e da parte do deserto fosse

toda parte sou como deserto
e deserto todo fosse como
parte é como se deserto fosse.

Antoniel Campos




SOBRE A BELEZA QUE SE VÊ


Eu sei que tanto já se falou e se fala desse tema, e que antes de Vinícius opinar sobre ela em sua célebre frase “As feias que me desculpem,...”, Platão e Aristóteles, ainda na Antiga Grécia, já filosofavam a respeito, tentando defini-la e conceituá-la. Depois deles, todos os outros pelos séculos afora, até hoje.

Mas o fato é que cada vez mais nos deparamos com apelos visuais que nos remetem para a cultura de uma beleza padronizada, segundo ideais estabelecidos. Historicamente, verificamos que esses ideais são proclamados em todas as épocas, e vendidos em grandes pacotes que incluem inúmeras lições de como é possível sermos transformados em escravos, implacáveis perseguidores do modelo de perfeição imposto.

No entanto, nesses pacotes que compramos, não estão incluídos, nem a título de amostra, valores essenciais para alguém que, além de ser exteriormente belo e desejável, pretenda, também, ser uma pessoa feliz. Confunde-se felicidade com beleza, assim como se confunde felicidade com a possibilidade de, não apenas comprar, mas de manter essa beleza para todo o sempre.

O estereótipo de um corpo ideal é atingido, logicamente, por uma minoria, pois está muito aquém das possibilidades de 99,9% das pessoas comuns – essas que somos -, e transforma-se em neurose e insatifação, não raro em tristeza e depressão. A constatação inevitável da impossibilidade de que nos tornemos todos “belos” resulta numa sensação de fracasso e incompetência.

E cada vez que olhamos no espelho, e fazemos a mesma pergunta que a ele fazia a madrasta da Branca de Neve, ouvimos como resposta: “você é gordo”; ou “você é magro demais”; ou “você não é bonito”; “você não é atraente”.

Outras vezes, os espelhos que nos refletem são a percepção que temos da expressão silenciosa de outras pessoas, a nos dizer: “você está velho”, “a sua presença é inconveniente”, “você não é aceitável”. E tudo concorre para reforçar a idéia que construímos de nós mesmos, quando nos olhamos no espelho com olhos diferentes dos que os que Narciso olhava para as águas do lago.

E se tanto insistirmos, conseguiremos nos convencer e aos outros, de que se não estivermos dentro das normas – ou das fôrmas -, não temos o direito de ser feliz. “Água mole em pedra dura...”. Já sabe. Eu, hein... Não quero correr o risco. Prefiro aceitar que não somos somente corpo, mas “corpomente” e aprender com Lya Luft em sua Canção da Plenitude. Porque além de ser mais prudente, é, também, mais inteligente.


Neide de Camargo Dorneles

por Alma do Beco | 9:03 AM | | Ou aqui: 0




quinta-feira, agosto 17, 2006

NA PESCA, O HOMEM

Marcus Ottoni


"Eu acho que este é o momento da verdade para a comunidade internacional. Uma completa implementação da resolução 1.701 pode levar a uma mudança na região, no Líbano, e levar a um futuro melhor para todos nós."
Tzipi Livni, ministra de Relações Exteriores de Israel

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Na Pesca, o homem

Solitário,
solitário homem,
teus remos se perderam
no oceano.
O teu barco vagueia
sob o sol,
mar absurdo.
Teus pensamentos
vão longe
e retornam,
com a força do vento,
na fumaça do cachimbo,
etérea vontade
que dança no ar.

As velas estão tensas
e aguardas tempestades.
Partirão-se os mastros?
Partirão as esperanças?

Aguarda, homem.
Espera, pois o mesmo sopro
que devolve o pensamento
te presenteará de desejo,
vida, festa,
boca, beijo.

O sal não mais corroerá.
Suor esvaecerá
e o peito já dói menos, menos.

Descansa, marinheiro.
Tua sorte é viver nas águas.
Morrer entre as ondas é também certo:
mundo fluido
que escolhestes.

Os peixes – retirantes
do oceano esverdeado,
mares eternos
de Tabatinga,
paz perene
de abismo profundo,
esquecido –
estes serão teus,
numa Páscoa comemorada
por um só.

Os invólucros derradeiros
de teu corpo,
de teu sonho,
guardados perenemente,
tu os deixarás,
no dia exato e único,
submersos,
onde restam
teus velhos,
soltos remos.

Também,
num navio-fantasma,
largar-se-ão,
esquecidos no nunca,
degredados no eterno,
os teus últimos medos
e teus derradeiros remorsos.

Lívio Oliveira

por Alma do Beco | 7:33 AM | | Ou aqui: 0




sábado, agosto 12, 2006

ANTONIEL CAMPOS

Marcus Ottoni


"É realmente uma vergonha. Não temos conseguido acesso às populações sitiadas do sul do Líbano por dias."
Jan Egeland, coordenador das operações humanitárias da Organização das Nações Unidas (ONU)

Alexandro Gurgel
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Poeta Antoniel Campos

POEMA PARA O AMIGO

Há um homem que te habita por direito.
E um que, vez ou outra, te habita.
Há uma posse pacífica e contínua
e outra intermitente e conturbada.

Há certezas e respostas previsíveis
e há o contraponto da surpresa.

O eu sei que você está
contra o não sei se você vem.

Há uma toalha nova que a espera no velho banheiro
contra a velha toalha em um banheiro novo.

As mesmas piadas e o riso garantido
e há a preocupação em não repeti-las.

Há a pretensa, indefensável e estúpida sensação de tê-la
pelo novo,
contra a muralha de quem é sempre o mesmo.

Há a certeza de que ela é única.
Há a certeza dela dividida.

Antoniel Campos



eu não saí incólume

daqui para mais nunca. daqui para daqui a pouco e agora. eu não saí incólume. tudo intenso e num roldão. tudo tão bom. tudo querendo escrever a fatídica palavra sempre — e hoje bem sabemos o quantum da palavra sempre. eu quero mais é que cada parte de mim seja testemunha de cada momento meu. nenhum poro silente. eu inteiro sentindo. quero é cada momento — de lembrança, vá lá — vivo. pulso. sangue e veia. quero é a palavra recém calada. ainda o seu cheiro e o som reverberando. tudo tão agora. tudo não tão agora. tudo agora. basta-me tão pouco: o riso e o flash. o caminhar. a vidraça. o mar. a ladeira a subir descer. o táxi. quero vidrilhos em todas as cores. cerol de pontas arredondadas. vidro que não corta. o breve instante do teu tugúrio. deixa-me querer mais. deixa-me isso: chuvas e nós dois. praia. o bacon profilaticamente envasado. dê-me a visão do asfalto molhado. dê-me o flash. eu nunca mais vou escrever. eu escrevo agora. eu já nem sei se eu grito. eu: grito. mas urge o silêncio, o pensar. o dizer isso: valeu tudo. TUDO. sem direito algum, reivindico todos: antes e depois. cabo Bojador. nada antes e depois. scorpions e gun's e phil collins, agora. teclado, mouse e nada mais. mas que coisa tão tênue! ligações de vandervals — a mais forte que conheço — é a que tenho para nós. quer saber? rio no teu riso belo, em flash ou não. amo teu riso. amo você. eu não saí incólume.

Antoniel Campos

por Alma do Beco | 11:05 AM | | Ou aqui: 0




sexta-feira, agosto 04, 2006

PRA NÃO PERDER

Marcus Ottoni


“O poder em Cuba está começando a entrar em colapso. Raúl Castro não é admirado pelo povo cubano, nem por muitos que apóiam Fidel. Por isso, acreditamos que ele não vá ser capaz de manter a atual estrutura na ilha durante muito tempo. Ainda não conseguimos chegar à ilha, mas o dia vai chegar. Vamos continuar lutando até ver o nosso povo reunido, sem barreiras, na nossa terra natal.”
Ramon Saul Sanchez, presidente do Movimento Democracia, uma organização sediada em Miami que luta pela democracia em Cuba

Alexandro Gurgel

Click de Hugo Macedo


Ainda não é agora

Corra, corra não desista
Retorne a Ítaca
E encontrarás
Penélope e paz

De todas as provações
Nenhuma foi tão grande
Adversidade tão atroz
Revolveu no mar atóis
Fez bancos pra te encalhar

Mas não desistisses
E mesmo da bela Nice
Teu coração conseguiu escapar

E agora que estás tão perto
Por que fraquejas Odisseu de ferro
Por que temes o teu penar?

Agüenta homem
Que ainda não é agora
Mas é certo
Terás a tua chance de provar
Que não jazes adormecido
Nem morto no fundo do mar

A ti nem Poseidon escapa
E ele mesmo verá
Acima de tudo
Diante de todos
A glória e a coragem
De sua volta triunfar

Felipe Cromwell



As mães de Bagdá

Quem são elas? Anônimas criaturas!
Pobres vítimas da cega estupidez,
Dum império com garras da insensatez
Que assassina seus filhos com torturas.

Onde estão os lares, sonhos e venturas?
Lá só existem tormentos e viuvez!
A estupidez da guerra numa sordidez,
Mostra o ódio, com tétricas desventuras.

Quantas frágeis e condenadas crianças,
Hoje estão mutiladas, sem esperanças,
Entre os escombros duma cidade morta.

O império com seus tentáculos mortais
Tem matado crianças, jovens e pais,
Massacrando inocentes de porta em porta.

Gilmar Leite



DIA DE SÃO NUNCA

Jorge Tenente suava e espantava as moscas, enquanto salgava carne no seu açougue. De repente, entrou Miguelzinho, conhecido como o maior mau pagador da cidade. O mesmo, em meio a uma conversa escabreada, disparou:

- Jorge, meu amiguinho, me venda dois quilos dessa carne, que amanhã, bem cedinho, eu venho pagar.

- Ora, Miguezim, eu já tô salgando pra não perder...

Hugo Macedo

por Alma do Beco | 6:59 AM | | Ou aqui: 0


Hugo Macedo©

Beco da Lama, o maior do mundo, tão grande que parece mais uma rua... Tal qual muçulmano que visite Meca uma vez na vida, todo natalense deve ir ao Beco libertário, Beco pai das ruas do mundo todo.

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(Serenata do Pescador)


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A imagem de fundo é do artista plástico e poeta Eduardo Alexandre©

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