"É preciso sair do sul do Líbano e informar a Beirute que qualquer violação do cessar-fogo e qualquer agressão contra a soberania de Israel terá uma resposta sem precedentes."
Ministro israelense, citado sem identificação pela rádio pública de Israel
A Revista Época, Edição 430, de 14/08/2006, está realizando uma pesquisa para
saber quem foi o maior brasileiro da história.
Na sua lista, está o nome de "Câmara Cascudo" na secção "Ciências" (cientistas,
pensadores, inventores).
Vamos votar no CASCUDO no site
www.edglobo.globo.com/pesquisas/pesquisa_epoca_190706.htm
Um grande abraço
Daliana Cascudo
TEMPO DE INLEIÇÃO
Dr. Brocardo era um Deus pequenino; era o maió!
Entre todos uis hôme da terra, era o mió!
Chapelão de massa na cabeça,
um charuto, um ané, uma pistola,
uma pasta bunita e um sapatão de vaqueta e sola.
Num s’isqueça do meu voto; num s’isqueça!
Pru tôda istrada adonde ía passando,
uis pobre e uis rico, êle ía abraçando,
e cunquistando ais amizade in um sigundo.
E eu, cheio de orgúio e sastisfação,
fazia inté promessa mode vê êle,
deputado, adispôi dais inleição.
Desse dia invante,
eu siria um hôme de vida sigura,
siria dono de uma sinicura,
e da miséra, eu ía tá liberto.
Fináimente êsse dia chegô!
Dr. Brocardo foi o mais votado,
e eu dava uis viva p’ru meu deputado,
e prá vitóra qui êle cunquistô.
Passo-se um dia e lá se foi um mêis.
Passo-se um trimestre, mais ôto, e lá se foi um ano,
e nunca, nunca chegô a minha vêiz.
Hoje o peste nem fala cumigo.
Ficô trumbudo, todo indeferente,
E eu, feito uma besta, aqui discrente,
penso na burrice qui fiz e me mardigo.
Mais, porém, mantenho uma linha de cunduta:
Quando êle passa in campanha, eu fico oiando,
e vô dizendo, arrespostando purentre uis dente...
VÁ TUMÁ NO CÚ, FELA DA PUTA!...
De um autor desconhecido; e pelo que escreveu, “desiludido com seu ex-candidato”...
Obs. Qualquer semelhança com fatos e pessoas da vida real, “É MERA COINCIDÊNCIA”...
Bob Motta
parte é como se deserto fosse
parte é como se deserto fosse
o deserto é como fosse parte
toda parte me fosse deserto
eu deserto todo como fosse
como fosse eu do deserto parte
fosse parte como eu deserto
o deserto como todo eu fosse
do deserto como fosse parte
como parte sou deserto — como?
se deserto todo sou deserto
e da parte do deserto fosse
toda parte sou como deserto
e deserto todo fosse como
parte é como se deserto fosse.
Antoniel Campos
SOBRE A BELEZA QUE SE VÊ
Eu sei que tanto já se falou e se fala desse tema, e que antes de Vinícius opinar sobre ela em sua célebre frase “As feias que me desculpem,...”, Platão e Aristóteles, ainda na Antiga Grécia, já filosofavam a respeito, tentando defini-la e conceituá-la. Depois deles, todos os outros pelos séculos afora, até hoje.
Mas o fato é que cada vez mais nos deparamos com apelos visuais que nos remetem para a cultura de uma beleza padronizada, segundo ideais estabelecidos. Historicamente, verificamos que esses ideais são proclamados em todas as épocas, e vendidos em grandes pacotes que incluem inúmeras lições de como é possível sermos transformados em escravos, implacáveis perseguidores do modelo de perfeição imposto.
No entanto, nesses pacotes que compramos, não estão incluídos, nem a título de amostra, valores essenciais para alguém que, além de ser exteriormente belo e desejável, pretenda, também, ser uma pessoa feliz. Confunde-se felicidade com beleza, assim como se confunde felicidade com a possibilidade de, não apenas comprar, mas de manter essa beleza para todo o sempre.
O estereótipo de um corpo ideal é atingido, logicamente, por uma minoria, pois está muito aquém das possibilidades de 99,9% das pessoas comuns – essas que somos -, e transforma-se em neurose e insatifação, não raro em tristeza e depressão. A constatação inevitável da impossibilidade de que nos tornemos todos “belos” resulta numa sensação de fracasso e incompetência.
E cada vez que olhamos no espelho, e fazemos a mesma pergunta que a ele fazia a madrasta da Branca de Neve, ouvimos como resposta: “você é gordo”; ou “você é magro demais”; ou “você não é bonito”; “você não é atraente”.
Outras vezes, os espelhos que nos refletem são a percepção que temos da expressão silenciosa de outras pessoas, a nos dizer: “você está velho”, “a sua presença é inconveniente”, “você não é aceitável”. E tudo concorre para reforçar a idéia que construímos de nós mesmos, quando nos olhamos no espelho com olhos diferentes dos que os que Narciso olhava para as águas do lago.
E se tanto insistirmos, conseguiremos nos convencer e aos outros, de que se não estivermos dentro das normas – ou das fôrmas -, não temos o direito de ser feliz. “Água mole em pedra dura...”. Já sabe. Eu, hein... Não quero correr o risco. Prefiro aceitar que não somos somente corpo, mas “corpomente” e aprender com Lya Luft em sua Canção da Plenitude. Porque além de ser mais prudente, é, também, mais inteligente.
Neide de Camargo Dorneles