sábado, agosto 19, 2006

TEMPO DE INLEIÇÃO

Marcus Ottoni


"É preciso sair do sul do Líbano e informar a Beirute que qualquer violação do cessar-fogo e qualquer agressão contra a soberania de Israel terá uma resposta sem precedentes."

Ministro israelense, citado sem identificação pela rádio pública de Israel

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A Revista Época, Edição 430, de 14/08/2006, está realizando uma pesquisa para
saber quem foi o maior brasileiro da história.
Na sua lista, está o nome de "Câmara Cascudo" na secção "Ciências" (cientistas,
pensadores, inventores).

Vamos votar no CASCUDO no site

www.edglobo.globo.com/pesquisas/pesquisa_epoca_190706.htm

Um grande abraço


Daliana Cascudo



TEMPO DE INLEIÇÃO


Dr. Brocardo era um Deus pequenino; era o maió!
Entre todos uis hôme da terra, era o mió!

Chapelão de massa na cabeça,
um charuto, um ané, uma pistola,
uma pasta bunita e um sapatão de vaqueta e sola.

Num s’isqueça do meu voto; num s’isqueça!

Pru tôda istrada adonde ía passando,
uis pobre e uis rico, êle ía abraçando,
e cunquistando ais amizade in um sigundo.

E eu, cheio de orgúio e sastisfação,
fazia inté promessa mode vê êle,
deputado, adispôi dais inleição.

Desse dia invante,
eu siria um hôme de vida sigura,
siria dono de uma sinicura,
e da miséra, eu ía tá liberto.

Fináimente êsse dia chegô!
Dr. Brocardo foi o mais votado,
e eu dava uis viva p’ru meu deputado,
e prá vitóra qui êle cunquistô.

Passo-se um dia e lá se foi um mêis.
Passo-se um trimestre, mais ôto, e lá se foi um ano,
e nunca, nunca chegô a minha vêiz.

Hoje o peste nem fala cumigo.
Ficô trumbudo, todo indeferente,
E eu, feito uma besta, aqui discrente,
penso na burrice qui fiz e me mardigo.

Mais, porém, mantenho uma linha de cunduta:
Quando êle passa in campanha, eu fico oiando,
e vô dizendo, arrespostando purentre uis dente...
VÁ TUMÁ NO CÚ, FELA DA PUTA!...


De um autor desconhecido; e pelo que escreveu, “desiludido com seu ex-candidato”...

Obs. Qualquer semelhança com fatos e pessoas da vida real, “É MERA COINCIDÊNCIA”...


Bob Motta




parte é como se deserto fosse


parte é como se deserto fosse
o deserto é como fosse parte
toda parte me fosse deserto
eu deserto todo como fosse

como fosse eu do deserto parte
fosse parte como eu deserto
o deserto como todo eu fosse
do deserto como fosse parte

como parte sou deserto — como?
se deserto todo sou deserto
e da parte do deserto fosse

toda parte sou como deserto
e deserto todo fosse como
parte é como se deserto fosse.

Antoniel Campos




SOBRE A BELEZA QUE SE VÊ


Eu sei que tanto já se falou e se fala desse tema, e que antes de Vinícius opinar sobre ela em sua célebre frase “As feias que me desculpem,...”, Platão e Aristóteles, ainda na Antiga Grécia, já filosofavam a respeito, tentando defini-la e conceituá-la. Depois deles, todos os outros pelos séculos afora, até hoje.

Mas o fato é que cada vez mais nos deparamos com apelos visuais que nos remetem para a cultura de uma beleza padronizada, segundo ideais estabelecidos. Historicamente, verificamos que esses ideais são proclamados em todas as épocas, e vendidos em grandes pacotes que incluem inúmeras lições de como é possível sermos transformados em escravos, implacáveis perseguidores do modelo de perfeição imposto.

No entanto, nesses pacotes que compramos, não estão incluídos, nem a título de amostra, valores essenciais para alguém que, além de ser exteriormente belo e desejável, pretenda, também, ser uma pessoa feliz. Confunde-se felicidade com beleza, assim como se confunde felicidade com a possibilidade de, não apenas comprar, mas de manter essa beleza para todo o sempre.

O estereótipo de um corpo ideal é atingido, logicamente, por uma minoria, pois está muito aquém das possibilidades de 99,9% das pessoas comuns – essas que somos -, e transforma-se em neurose e insatifação, não raro em tristeza e depressão. A constatação inevitável da impossibilidade de que nos tornemos todos “belos” resulta numa sensação de fracasso e incompetência.

E cada vez que olhamos no espelho, e fazemos a mesma pergunta que a ele fazia a madrasta da Branca de Neve, ouvimos como resposta: “você é gordo”; ou “você é magro demais”; ou “você não é bonito”; “você não é atraente”.

Outras vezes, os espelhos que nos refletem são a percepção que temos da expressão silenciosa de outras pessoas, a nos dizer: “você está velho”, “a sua presença é inconveniente”, “você não é aceitável”. E tudo concorre para reforçar a idéia que construímos de nós mesmos, quando nos olhamos no espelho com olhos diferentes dos que os que Narciso olhava para as águas do lago.

E se tanto insistirmos, conseguiremos nos convencer e aos outros, de que se não estivermos dentro das normas – ou das fôrmas -, não temos o direito de ser feliz. “Água mole em pedra dura...”. Já sabe. Eu, hein... Não quero correr o risco. Prefiro aceitar que não somos somente corpo, mas “corpomente” e aprender com Lya Luft em sua Canção da Plenitude. Porque além de ser mais prudente, é, também, mais inteligente.


Neide de Camargo Dorneles

por Alma do Beco | 9:03 AM


Hugo Macedo©

Beco da Lama, o maior do mundo, tão grande que parece mais uma rua... Tal qual muçulmano que visite Meca uma vez na vida, todo natalense deve ir ao Beco libertário, Beco pai das ruas do mundo todo.

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