
SAMBA 15 ANOS.
SAMBA DE TODAS AS TRIBOS.
SAMBA DE TODOS OS TOQUES E DE TODOS OS ROQUES.
SAMBA ANÁRQUICA E LIBERTÁRIA POR NATUREZA.
1994, o ano do tetra campeonato de futebol obtido pelo Brasil, do renascimento do fusca – amores de Nelson Freire (o locutor) e de Aurino da saudosa MARPAS, Vanessa Gurgel coroada a miss Rio Grande do Norte e uma nova moeda era criada no Brasil: o Real, que persiste até hoje. Airton Senna morreu; na Europa abriram um túnel ligando a Inglaterra à França; o massacre de Ruanda mata 800 mil pessoas; Kurt Cobain, líder da banda Nirvana, comete suicídio; o cometa Shoemaker-Levy 9 colide contra Júpiter; nasce o Mangue Beat, aqui no Recife tão vizinho, tão perto mas o que nos interessa, como diz o poeta, é a nossa aldeia.
Aqui em Natal, nasceu uma sociedade que foi denominada SAMBA, Sociedade dos Amigos do Beco da Lama e Adjacências, muitas artérias, veias e capilares, repletas de vida, desde a boêmia, até as mais prosaicas atividades comerciais, moradias, serviços artesanais, tantas e tão múltiplas mas todas gravitando em torno do Beco, nosso Beco da Lama seminal e sagrado, que assim passou a ser o primeiro, senão o único, a ter uma sociedade criada para defender os interesses culturais, sociais e boêmios, do bairro e de seus moradores.
Nesses quinze anos a Samba passou por todas as crises, desde a queda do dólar, subida do dólar, eleição de presidentes, governadores e prefeitos, resistindo a tudo isso e hoje continua mais viva do que nunca. Por isto é que no sábado, dia 1° de agosto, a nova diretoria, eleita no ultimo dia 01 de maio, prepara uma grande festa para comemorar os 15 anos de fundação.
A festa começa às 18 horas e sem hora pra acabar. No decorrer da noite passarão pela praça da poesia (Jardim do Palácio da Cultura) ao som da banda do maestro Franklin Novais, os artistas: Fabão Boca Seca, Os Grogs, Pedro Mendes, Cabrito, Mc Priguissa, Tribunal Zen, Maguinho da Silva, Roda de Bambas, Du Souto, Rodolfo Amaral, Carlos Bem, Carcará na Viagem, Raul Cruz da Alcatéia Maldita, Isaque Galvão, Marcelus Bob.
Portanto, não tem festa de aniversário, casamento e batizado que lhe deixe fora da comemoração, se você estiver numa, saia à francesa, pegue o beco e corra, a festa estará lá, lhe esperando, imperdível e inimaginável.
SERVIÇO
15 Anos da SAMBA
Quando: Sábado, 01 de agosto de 2009
Onde: Praça da Poesia (Jardins do Palácio da Cultura)
Hora: 18 Horas
Entrada: Gratuita (leve 01 Kg de alimento não perecível)
Clorocromados Eduardo Alexandre abre nova exposição no Pôr do Sol "Clorocromados" é o título da exposição que o artista plástico Eduardo Alexandre abre nesta quinta-feira, 30 de julho, às 18 horas, no Bar Pôr do Sol, em Santos Reis. Criador da Galeria do Povo e ex-presidente da Associação dos Artistas Plásticos do RN, Eduardo mostra 50 abstratos inéditos, todos em coloração verde. Com vasto currículo de realizações no campo das artes do Rio Grande do Norte, Eduardo foi premiado com menção honrosa em Salão de Artes Visuais da Capitania das Artes e conquistou, como produtor cultural, o Troféu O Poti, do Diário de Natal. Sobre sua pintura, disse Vicente Vitoriano, professor de arte da UFRN, também artista plástico e crítico de arte: "Alexandre consegue manter uma limpeza genérica e uma integridade de cada cor em particular que faz alçar a sua prática pictórica a uma maestria. Daí ser necessário fixar-se na observação de cada obra, no esforço de abstrair-se das demais." Já o artista plástico Pedro Pereira diz que a pintura de Eduardo Alexandre "é viva porque provoca, com maestria, uma arte visceral, não preocupada em agradar olhos que não têm o gosto de ver algo que lhe dê motivo de reflexão para questionar o belo ou o feio." Diz mais Pedro Pereira: "Eu posso citar artistas que fizeram opção natural pela escola abstracionista que são da estirpe de Eduardo Alexandre, como Kandinsk, Paul Klee, Jackson Pollock, Amilcar de Castro, Iberê Camargo, Manabu Mabe, Tomie Otake, entre outros importantes artistas." Clorocromados Exposição de Eduardo Alexandre Data: Quinta-feira, 30 de julho Hora: A partir das 18 horas Local: Bar Pôr do Sol Rua Cel Flamínio, Santos Reis, defronte ao Iate Clube |
Mais informações: portfolioeduardoalexandre.blogspot.com

Tudo começou como um sonho. Há 15 anos, Nalva Melo abriu seu salão de beleza na Ribeira. Na época, pouco ou nada se falava sobre a revitalização do bairro histórico, mas ela apostou na ideia e em pouco tempo começou a atrair as pessoas para seu projeto inovador. Com o passar do tempo, a área de 120 metros quadrados do salão passa também a abrigar exposições, desfiles, apresentações de teatro, exibição de filmes, bazares e festas dançantes. Tornou-se Café Salão, com a marca de Nalva Melo em tudo o que é realizado, mesmo quando o espaço é cedido ou alugado.
Ambiente para todo tipo de evento cultural, o que marcou o início das atividades culturais no espaço foi uma exposição coletiva que reuniu oito artistas em novembro de 1998. Nalva convidou Marcelus Bob, que se encarregou de convidar um colega, que chamou outro, e outro, resultando numa intensa união de talentos. Hoje, passados quase 12 anos, a cena é recriada de uma maneira inusitada. Todos os mesmos artistas voltam ao espaço e deixam para sempre sua assinatura no Café Salão, compondo uma mostra permanente inédita, produzida em total harmonia pelo grupo.
Além disso, no período de 30 de julho a 31 de agosto de 2009, Nalva Melo abrigará no Café Salão a exposição coletiva retrospectiva aos 15 anos do espaço, com obras individuais dos artistas participantes. O sentimento de “revival” rejuvenesce a alma, mexe com os sentidos, eternece as emoções guardadas, por isso a intenção e o desejo de transformar esse encontro em uma celebração à amizade e aos sentimentos que a arte pode possibilitar.

"Um presidente que tem 80% de popularidade, um partido com 30% da preferência e militância não pode continuar refém de Sarney, Renan Calheiros, Jader Barbalho, Romero Jucá e Valdir Raup em nome da governabilidade ou da candidatura de Dilma".
Domingos Dutra, presidente do PT do Maranhão.

A supressão da manhã
Queridos poetas
Nei Leandro de Castro - JornalistaTribuna do Norte, 24/07/09
Faz trinta anos que Berilo Wanderley nos deixou. Mas, para quem o conheceu, a sua presença continua forte, marcante, o tempo não consegue apagá-la. Berilo era essencialmente um poeta, bom poeta, embora – por conta de uma autocrítica muito severa – tenha escrito apenas um livro de poemas, que desprezaria depois de publicado. Berilo era um excêntrico, mas sua excentricidade não chateava ninguém. Tranqüilo, amava a vida, degustava a vida como se degusta um vinho da melhor qualidade. Era um apaixonado, um enamorado de Maria Emília. Vi muitas vezes os dois, mesmo depois de casados, no Granada Bar, olhos nos olhos, mãos nas mãos, como adolescentes no primeiro caso de amor. O clima amoroso era tão intenso que só os indiscretos se aproximavam. Berilo amava sua cidade e a recíproca era verdadeira. Quando voltou de uma temporada em Madri, houve uma passeata do aeroporto até a sua casa, com passagem triunfal pela avenida Rio Branco. Só vi algo parecido na adolescência, quando Marta Rocha, a mais famosa miss Brasil, desfilou em carro aberto pelo Grande Ponto, vestida de maiô. Berilo e Newton Navarro foram os cronistas que mais cantaram a cidade de Natal (que idiotas teimam chamar de cidade do Natal). Eram canções de amor, exibidas nas páginas da Tribuna do Norte, e também críticas lúcidas e severas às mazelas que acometem toda cidade. Berilo, ao contrário de Newton, nunca deixou que umas doses a mais interferissem na sua ternura. Jamais foi visto zangado ou com maneiras agressivas. Era sempre calmo, ouvia mais do que falava e, quando se sentia aborrecido com alguma coisa, alguma conversa muito comprida, dizia, sem alterar a voz: “Bom, basta.” E tomava o seu rumo, na companhia de uma batuta de bambu, como se fosse um maestro das doces melodias da vida.
Berilo tinha 45 anos quando se encantou, como diria Guimarães Rosa. Luís Carlos Guimarães nos deixou às vésperas de completar 65 anos. Lula se despediu dos bares, dos amigos, da poesia, numa segunda-feira, com muitas taças de vinho e doces confissões. À noitinha, ao chegar em casa, deparou-se cara a cara com a indesejada das gentes. Sem dúvida, um dos meus maiores amigos. Em 1976, ele foi fazer um curso na Fundação Getúlio Vargas, Rio de Janeiro, e se hospedou no meu apartamento durante seis meses. Conquistou vizinhas, cozinheiras, garçonetes, doutoras, viúvas, coroas, moçoilas, casadas e solteiras, com aquele seu charme de encantar multidões. Mas, como havia assumido com Leda um compromisso de castidade, essas conquistas nunca ultrapassaram os limites da relação platônica. Fui com ele à casa de Pedro Nava, na Glória, e o maior memorialista do Brasil de todos os tempos ficou encantado com a conversa e o jeitão de Lula. Nava se soltou, contou casos engraçados, como o que ocorreu com os móveis de sua sala. Chateado porque a mulher dele trocava a posição dos móveis com muita freqüência, Pedro Nava mandou fixar no chão, com parafusos, o sofá e as poltronas. Depois de ler “Ponto de Fuga”, o grande Nava pediu a Luís Carlos um poema para usar como prefácio de um dos seus livros. O poema “Naveana do Galo-das-Trevas” está no sexto volume de memórias do escritor mineiro.
Berilo Wanderley e Luís Carlos Guimarães. Ternura, poesia, talento, saudade.

"Poucos presidentes foram tão hostis à atividade jornalística quanto o atual."
O Globo
Vontade de quarar ao tempo
lavar do corpo, a alma
ser feliz.
Vontade de guardar o vento
suplicar silêncio
cicatriz.
Vontade de morrer. Vontade de não-ser.
Vontade de passar
ao largo ___ sem
querer.
Clara de Góes
ALMA
Na tela manchas de alegria e tristeza se misturam.
Agonia,
Euforia,
Saudade,
Melancolia .
Moldura de sentimentos
Eternizados na revelação
...no quadro.
O retrato de alguma alma
Que se procura
Que se perdeu
Yasmine Lemos
22/07/2009
Berilo, trinta anos depois
Ticiano Duarte - JornalistaTribuna do Norte, hoje
Passados trinta anos de sua morte, ainda está na minha lembrança, viva, a presença de Berilo Wanderley. Foi no dia 21 de julho de 1979. Acordei com o telefone, no outro lado da linha, era Sanderson Negreiros:
- Já sabe?
- Do quê? Sanderson
E ele sem rodeios, despejou a trágica notícia:
- Berilo morreu.
Éramos quase vizinhos no Jardim Nova Dimensão. Companheiro de trabalho, no dia-a-dia, na Universidade. Ele chefe do Departamento de Comunicação Social e eu coordenando o curso de habilitação em Jornalismo.
Fiquei atordoado, três dias antes acontecera em minha casa um jantar oferecido a turma de concluintes do meio do ano, entre eles Antônio Melo e Dermi Azevedo, que escolhera Berilo patrono e eu, com muita honra, paraninfo. Tínhamos combinado, ele cuidaria da bebida e Yaponira iria preparar o jantar e guloseimas.
Jornalista, poeta, escritor, professor, membro do Ministério Público, boêmio, Berilo foi uma das figuras mais puras que conheci naqueles meus quarenta e oito anos de vida, já com certa experiência na convivência com as pessoas e as fraquezas humanas.
Brilhante, alma e coração de poeta. Não falava mal de ninguém. Quando não gostava das coisas ou das pessoas, calava. O silêncio era sempre uma resposta negativa ao que seus princípios e postura ética condenavam. Não gostava do regime militar, mas, se lhe perguntasse o que achava do general presidente, sua resposta monossilábico:
- Vôtis...
Esse vôtis é uma expressão de desagrado que aprendera e ouvira nos alpendres das fazendas das casas dos sertões dos seus ascendentes, em Angicos e Lages.
O pai Rômulo Wanderley, foi uma das mais expressivas figuras da advocacia, do jornalismo, do magistério, da política e da maçonaria, a partir da década de quarenta, em nosso Estado. Dele herdou o gosto pelos livros, a paixão pela leitura, pelo amor a conversa, pela convivência fraterna.
Mantinha colunas diárias, uma fase no “Diário de Natal” e outra por mais tempo, na “Tribuna do Norte”, “Revista da Semana”, igual estilo dos cronistas famosos da época, Rubem Braga, Fernando Sabino, na grande imprensa do sul.
Lembro-me daquela manhã triste de julho. Quando cheguei ao cemitério do Alecrim, não tinha coragem de me aproximar de Maria Emília, tal era o seu desespero, o choque de ter perdido o marido dormindo ao seu lado.
Teve uma vida rodeada de sonhos. Sanderson dizia que ele foi aqui, uma pessoa em trânsito. Tinha que voltar logo ao chamado de Deus. Refugiava-se para o poema e a fantasia e saía sempre para encontrar os amigos nos bares de sua preferência, nas rodas boêmias que ele sabia escolher, Navarro, Sanderson, Luiz Carlos, Diógenes, Woden, José Melquíades, Jardelino, Nilson Patriota, Ney Leandro, alguns dos seus companheiros de noitadas e vigílias.
Dorian Jorge Freire era seu compadre e grande amigo. Os dois juntos enfrentaram São Paulo, após o golpe militar quando resolveu deixar sua cidade.
Gostava das coisas simples. Um vendedor de passarinhos, um fotógrafo ambulante, um vendedor de literatura de cordel, o homem comum que passava ao seu lado, na rua, carregado de apreensão na caminhada do viver.
Seu rosto jovial e alegre ainda rodeia na escuridão de minhas noites de saudades. Naquele julho de 1979 perdi um amigo e dias depois, no sete de agosto, o maior de todos, meu velho pai.

Dom Luís Inácio
Eduardo Alexandre
"Eu não posso falar em eleições. Mas no ano que vem haverá eleições. E eu vou trabalhar para fazer a minha sucessora...
Lula, 14/07/09, em palanque, Palmeira dos Índios, Alagoas
Consciência do crime eleitoral que está cometendo, Lula tem. Sabe que fazer campanha política fora de hora é crime previsto e que já não faltaram alertas. Mas ele paira acima do bem e do mal, não teme a lei. Já escapou de outras situações piores e até mais vexatórias, como os crimes do episódio conhecido como escândalo do mensalão, por que não subverter mais ainda, mostrando o poder imperial que possui?
Dom Luís Inácio Alcântara da Silva Xavier, o coroado sebastiânico. Pra quem pode, pra qualquer um, não!
Quando aposentado em seu pijama e sandália de dedo, na cadeira da varanda de sua casa de praia, vai poder dizer aos seus netinhos:
- Comprei todos aqueles canalhas! Eu, que era o pobre operário, inútil para o trabalho e aposentado por isso, por ter perdido o mindinho esquerdo em acidente de trabalho, dobrei todos os milionários e poderosos coronéis Brasil afora, do Oiapoque ao Chuí. Todos curvaram-se diante de minhas vontades, coronéis e legisladores, Câmara e Senado, governadores, prefeitos de grandes cidades, até homens da lei, juízes de altas instâncias, banqueiros e industriais. Diante de mim, todos os poderes se curvaram, me fiz rei, imperador, cidadão acima de todos os cidadãos! Diante de mim, valor não tinha nem a Constituição nem a República, fiz da democracia do voto popular o meu ninho, fui mestre, fui gênio, mostrei ao mundo como se faz. Quão é capaz o poder do poder e do dinheiro.
Dom Luís Inácio Alcântara da Silva Xavier Arantes Braga, rei de fato, sem bola nem calhambeque, Sebastião redivivo, o menino de Dirceu.
PÉRIPLO ESTÉTICO DE UM TEXUGO PROVINJOYCIANO
Plínio Sanderson
sábado 27/06
1. arte no calçadão de copacabana (av. atlântica) em frente ao hotel. os artistas expõem seus trabalhos informalmente e você pode interagir/dialogar ... vários estilos, um defronte aos outros, num corredor plástico, todos reunidos sobre as pedras portuguesas - ícone de copa. dois contatos, um (paulo cesar) pintava cenas soturnas de jazz; o outro (marcos), pintava os morros de forma interessante, inter/ferindo pontiagudo e diretamente na tela. ôps! um deixei escapar, enquanto fui no bob’s, ele esvaiu-se nas mãos de um casal de gringos. encontrei-os no elevador e quase desapropriava-
domingo, 28/06
curtir os 400 metros até o forte (e museu) de copacabana ; fotografar-se com o poeta de Itabuna. caminhada arpoador-ipanema feirinha (sem) hippie. mais trabalhos expostos, e, encontro um trabalho de jesus, patrício, é assim que ele grifa. feito com espátula, em relevo proeminente de tinta óleo, esculpindo em talhes abstratos, casebres envolto em vultos. tá aqui, para ser admirado ad infinitum. à noite, incorporei também à coleção um abstrato, em alto relevo, de cidinha alcântara, artista citada em várias antologias. dois quadros anexados ao acervo da minha “infinita estética particular”.
terça 30/06
explorar os sentidos rumo ao centro, seus museus e os centros próprios da cultura... praça xv, centro cultural do banco do brasil, que viagem, exposição: “virada russa”, simplesmente a arte russa no período anterior à revolução bolchevique até os anos 30 com a arte engajada (“pelas massas”) via politiburgo stalinista. pasmem! a coleção do museu estatal russo de são petesburgo. somente arte de vanguarda na veia, do jeitim que gosto e me deleito. neoprimitivsimo (e existe?), futurismo, cubismo, raionismo, fauvismo, construtivismo, e claro, o abstracionismo (pretencioso) de vassili kandínski, doido de avoar pedras e tintas à toa em tântalos. para quem não sabe, kandínski foi responsável pelas artes plásticas na rússia pós-revolução. em pouco mais de dois anos construiu mais de 350 museus em toda rússia, quase um, a cada dois dias. com stálin, e o premente “dispositivo de formação política ideológica”, foi substituído e acusado de fazer arte burguesa, bateu em retirada para europa, tristonho da silva, com se fosse também xavier. kazimir maliévitch (suprematismo)
centro cultural dos correios, ciclo/reciclo, de márcia carlos de andrade, arte construída com restos de vidros, forjados pela temperatura, num resultado muito instigante, vidros distorcidos, formando aranhas e sei-lá-o-quê?
paço imperial, a retrospectiva de bonfatti, um expressionismo do horror, dezenas de auto-retratos, tipo temporada no inferno e auto-iluminuras nas profundezas endiabradas. (obs)cenas de deformações e doenças. barra pesada nas trevas existenciais.
museu histórico nacional, no projeto ano da frança no brasil, a) louvre houdon, uma mostra de esculturas do houdon, de personas como motesquieu, voltaire, buffon, etc; b) cartazes de guerra, de artistas gráficos denunciando a guerra civil na espanha, fantástico; c) sedução do oriente, objetos orientais do japão, china, tailândia, índia, indonésia; d) mostra fotográfica, “andalúcia (1935)” de pierre verger; e) e o cervo histórico do museu, trono real, carruagens, fuleragens imperiais, etc...
funarte, “da rua: que pintura é essa?”, mostra de trabalhos do derlon almeida (pe) e do marinho (rj), imagens da rua em espaços institucionais. pseudo grafites meio basquiat. Estava exposto o projeto conexões artes visuais onde são citados os potiguares: civone, guaracy, marcelo Gandhi, sayonara, etc...
museu de arte moderna (final do aterro do flamengol): a) exposição permanente da coleção de gilberto chatô, obras que marcam o início do século até anos 90. achei a mostra do museu de belas artes mais significativa
quinta, 02/07
singrar galerias da zona sul. o destino era as galerias da teixeira de mello em Ipanema, mas, primeiro, uma passada no shopping cassino no final de copa. loucura! uma dezena de excelentes galerias. a) maurício pontual, quadros mais lineares, clássicos; b) rembrant, quadros de vários estilos, inclusive com portinari; c) galeria g, obras construtivistas interessantes; d) rondi, com trabalhos muito massa com quilos de tintas derramados em camadas sobrepostas, do artista wladimir jung; e)m movimento arte contemporânea, obras interessantes de artistas mineiros com materiais vários, contato interessante com gilberto cabral, artista e dono da galeria; f) galeria patrícia costa, encontro um puro antônio parreira; g) espaço eliana benchimol, só artistas neoconcretistas e arte cinética, genial! os trabalhos iam de R$ 30.000 até 130.000. outro contato legal, a senhora que nos atendeu era parente de floriano cavalcanti.
sexta, 03/07
dia chumbo, seguir ao centro de metrô para continuar perambulação por museus. do largo da carioca, rumando à praça tiradentes em busca da mostra durex, não encontramos e fomos até o centro hélio oiticica, para mim, o artista brasileiro (arte longa, vida breve) mais antenado na modernidade; mostra “penetráveis”, onde o espectador deixa de ser apenas mero observador e passa a ser (p)arte da obra, todos sentidos corpóreos integrados num orgone só. quase gozo pelos poros, juro! Eu, tiete total de oiticica.
museu de belas artes nacional, os acadêmicos Victor meireles, pedro américo, réplicas de esculturas helênicas, expô de fotografias “moedas da areia” de cesar barreto, o limiar pré –modernista: pancetti; guinard; Tarsila; lasar; di Cavalcanti; Portinari; Brecheret; até os contemporâneos: Scliar; iberê Camargo; manabu mabe; Volpi; siron; ione Saldanha; amilcar castro; leonilson; palatinik (na apresentação, natal 1928); lygia Clark; ivan Serpa; fiquei doideca, abestado e boquiaberto, donde adentrou vários shops no portuga do “casual retrô” e fazendo parede, a párea: bacalhau à espanhola e risoto à José sapateiro. manjou os manjares?
À noite, no sesc de copa, duas quadras do hotel, a peça “diário de um louco” baseado na obra de nicolai Gogol, com interpretação de Cláudio thovar. cenário incrível e monólogo arretado.
esses artistas geniais e geniosos, impregnados pelos contextos em que estão inseridos (ou não!) são verdadeiras antenas da raça, e através da arte destroem a brutalidade da matéria, impondo-lhe a fantasia e a pureza transitória da forma. abrindo um caminho de interseção entre o singular e o universal, o particular e o geral. através da nuance de uma obra artística temos acessos aos significados de realidades oníricas. às vezes, distantes, outras, bem aqui, coladas ao umbigo.
Enquanto isso, nossa pinacoteca continua fechada e acredito que perante a euforia utópica da copa de 2014, assim permanecerá, para abrigar alguma repartição da bur(r)ocracia administrativa que atrapalha o trabalho estatal. Triste sina, a que será que se destina? memórias histórico-plásticas, às cucuias!


"Num cenário de recessão e queda na arrecadação, os gastos da Presidência com cartão corporativo duplicaram no primeiro semestre deste ano, em relação ao mesmo período de 2008 - de R$ 2 milhões para R$ 4 milhões. A Presidência também aumentou os gastos sigilosos - não detalhados no Sistema Integrado de Administração Financeira (Siafi) com a indicação do responsável pela despesa -, na contramão do discurso de transparência nas contas públicas. Do total de saques com cartão registrados no Siafi no primeiro semestre deste ano, 99% não têm identificação do responsável."
Regina Alvarez, na edição desta quarta em O Globo.
Muito
Diário de Natal
Edição de quarta-feira, 8 de julho de 2009
Em memória de um doce vândalo
Sérgio Vilar // sergiovilar.rn@diariosassociados.com.br
Um pedaço da história da contracultura natalense se perdeu nas entrelinhas do tempo com a morte do músico Afonso Lima. Fon, como era conhecido, falecido em São Paulo, vítima de um câncer, guardava memórias libertárias naqueles cabelos compridos; vontade de Liverpool, embora o jeito compenetrado trouxesse à lembrança um Bob Dylan de respostas aos ventos. Fon nasceu mesmo foi na década de 60. Apareceu para os festivais na Fortaleza dos Reis Magos ou no Juvenal Lamartine; para a contracultura a favor de uma democracia distante das marchas e encontros musicais na Praia dos Artistas. Época de Vândalos - o conjunto de jovens roqueiros inebriados pela doce rebeldia de James Dean.
![]() Fon toca seu baixo em show dos anos nos anos 90: personagem importante da cena alternativa Foto: Arquivo/DN/D.A Press |
Fon sumiu há um ano da cena musical. Ficou em estado lisérgico (músico que é músico não vegeta) devido a um tumor no cérebro. Na última segunda-feira ressucitou seu contrabaixo em outros ares. Valeu o esforço, como afirma o amigo de colégio e de rock Nelson Freire: "Há pouco mais de um ano formou-se essa grande corrente torcendo pela sua saúde. A sua partida não invalidou o esforço feito. Até porque sabemos de antemão que temos o bilhete da volta já comprado. Só não sabemos o dia da viagem. É a prova de que a amizade é artigo que não se compra, se conquista. Como você fez, meu primo Fon".
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Adeus por décadas antecipado
Recebi a notícia da morte de Fon por e-mail, através de seu irmão Lola, músico natalense radicado na Itália há mais de duas décadas, período em que ele, Fon, também esteve ausente de Natal.
Nos conhecemos no Marista, onde estudou sua mulher Kathy. Enquanto em Natal, logo após o casamento, Fon residiu na Praia dos Artistas, no final do quarteirão, diante da praia, onde fazíamos a Galeria do Povo.
Foi um amigo de muitos e muitos frequentavam a sua casa em busca de música e amizade. Tinha um carisma todo especial, contagiante. Foi um dos líderes de sua geração, cheia de grandes figuras.
Depois que ele e Lola partiram, foi como se a música da cidade tivesse ido embora com eles. Ficou um vazio que nunca foi preenchido. O que era um movimento tornou-se um nada, calando definitivamente uma geração que migrou para a profissionalidade em outras áreas de melhores sucessos financeiros, ensejando o fim de uma era que poderia ter sido mas não foi.
Parte Fon, como estão partindo vários de minha geração de Marista e de uma Natal romântica, contaminada pelas grandes transformações que chegaram ao mundo nos anos 60. Uma geração que sonhava e lutava contra uma opressão que fazia doer o nosso cotidiano.
Essa ida definitiva de Fon para todo o sempre é para mim como algo que me parecera antecipado, a cidade sepultando prematuramente os seus artistas, compelidos a busca de outros caminhos que lhes permitissem melhor sobrevivência.
Sobrevivência que deixou ao vazio toda uma produção artística de excepcional qualidade, para dar lugar a uma frustração nunca reclamada pelos que ficaram.
Realidade triste essa da nossa geração que sonhou, mas infelizmente não pode realizar o que tinha em potencial.
Fica um vazio que já não fora preenchido, uma saudade cortante, um adeus por décadas antecipado.
Dunga

"Corre perigo a democracia com um partido que quer a manutenção do poder a qualquer custo".
Itamar Franco, ex-presidente da República
"O Presidente Lula quer esfacelar o Senado para viabilizar o seu projeto eleitoral de 2010, a qualquer preço. E esse descaso com a democracia poderá causar danos irreversíveis à sociedade a longo tempo. O Presidente Lula parece apostar na desmoralização dos poderes da República. Ele insiste em mostrar que as instituições, os valores morais, a modernização do País, a superação das dificuldades, tudo isso não vale nada quando está em jogo a sucessão presidencial. Acaba-se o Congresso. Afunda-se o Congresso, desde que salve o projeto e o propósito dele para 2010."
Senadora Marisa Serrano (PSDB-MS)
A notícia que traz o Diário de Natal de hoje é por demais alvissareira.
Jeanne incorporou a luta pela preservação do nosso patrimônio arquitetônico
(onde está inserido o histórico e o cultural),
e, não só entendeu, como abraçou a luta que nos garantirá a preservação tão
sonhada.
A ela, que é do ramo, os nossos parabéns e agradecimentos. Especialmente quando dá ao Beco
e ao trabalho que ali foi desenvolvido com esse intuito, a importância que o
assunto há muito merecia.
Sinto-me inserido nessa estória, e fico orgulhoso disso. Especialmente por ver que o trabalho coletivo
foi a coisa mais importante para esse desfecho feliz.
Dunga
Esse tombamento se caracteriza como um grande avanço e um enorme reconhecimento ao valor real de nossa área central. São tantos os que se engajam nessa luta. Agora, torcendo pelo sucesso da iniciativa da nossa querida Jeanne Nesi, que tão bem conduz os trabalhos relacionados ao corredor cultural de Natal, lembro para que todos os nossos agentes políticos, sociais e econômicos se encantem e trabalhem para o acompanhamento deste processo de tombamento. Insisto em afirmar que o centro histórico de Natal poderá ser um dos grandes atrativos turísticos e culturais de nossa cidade. É preciso acreditar e trabalhar.
Saudações,
Eduardo Viana
Querido Dunga,
Obrigada pela gentileza e pelas palavras tão carinhosas. na verdade eu é que tenho de agradecer o grande esforço envidado por você e por todos que defendem e divulgam nosso querido beco da Lama, pois esse esforço, acredite, é um grande motivador de todas as ações que vem se desenvolvendo no Centro Histórico de Natal. Meu abraço carinhoso e peço que transmita ao grande amigo Eduardo Viana meus sinceros agradecimentos.
Jeanne Nesi
Diário de Natal
Edição de terça-feira, 7 de julho de 2009
Rafael Duarte // rafaelduarte.rn@diariosassociados.com.br
Para ser tombado como Patrimônico Histórico da União, o Centro de Natal precisa apenas de uma assinatura do conselho consultivo do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), sediado no Rio de Janeiro. De acordo com a superintendente regional do Iphan no RN, Jeanne Nesi, o processo ainda não tem data para ser analisado. No entanto, a expectativa é de que a homologação do tombamento ocorra ainda em 2009, quando Natal completa 410 anos.
![]() De estilo eclético, Palácio Felipe Camarão é um dos prédios incluídos no projeto Foto: Joana lima /DN/D.A Press |
Ao todo, o inventário produzido pelo Iphan com o apoio de uma equipe de técnicos contratados junto à UFRN catalogou 150 imóveis, lista qua abrangem estilos de arquitetura conhecidos, como o colonial, barroco, art nouveau, art déco e o moderno. "Só por isso já valia a pena o pedido de tombamento. Mas observamos ainda que boa parte das fachadas não foram modificadas, além das ruas estreitas, que se mantiveram. O traçado urbano irregular, por exemplo, é uma marca das cidades coloniais portuguesas".
Jeanne citou o prédio restaurado da sede da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-RN), na subida da Avenida Câmara Cascudo, Cidade Alta, como exemplo de imóvel caracterizado pela arquitetura art nouveau. E apontou o Palácio Felipe Camarão, hoje sede da prefeitura, como arquitetura eclética, caracterizada pela presença de mais de um tipo de estilo.
Indagada sobre a importância do tombamento para a comunidade que mora no Centro Histórico, ela afirmou que,além da valorização, os proprietários que moram na região poderão ter facilidade de créditos na hora de restaurar os imóveis. "As pessoas que têm imóvel podem conseguir, através das leis de incentivo à cultura, isenção fiscal para a restauração e reforma dos imóveis. E isso em relação às leis federal (lei Rouanet), estadual (lei Câmara Cascudo) e municipal".
Beco da Lama
A superintendente regional do Iphan cita o Beco da Lama - região tradicionalmente boêmia da Cidade Alta originada na rua Dr. José Ivo, mas que se espalhou pelas vias adjacentes - como um patrimônio histórico de Natal eleito pela comunidade. Jeanne Nesi compara a paixão dos frequentadores pelo Beco à devoção dos católicos ao padre João Maria. "Mesmo sendo padre, a comunidade alçava o padre João Maria à condição de santo. É mais ou menos como acontece com o Beco da Lama. Foi um patrimônio escolhido pela própria comunidade. As pessoas fazem festa, comemoram. O Iphan tinha um presidente que dizia que um patrimônio só existe se for reconhecido pela comunidade. E é o caso do Beco".
Serviço
O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) é aberto para visitas de segunda a sexta-feira, das 8h às 13h. As escolas que quiserem agendar visitas ao Iphan devem marcar antes pelo telefone 3211-6166. A sede do Iphan fica na rua da Conceição, 603, Cidade Alta.
A LIBÉLULA E O PETRÓLEO
Laélio Ferreira
A primeira "libélula de aço" a voar sobre a Cidade dos Reis Magos e amerissar no "Potengi amado", em 21 de dezembro de 1922, foi o hidroavião "Sampaio Correia", pilotado por Euclides Pinto Martins e Walter Hinton. Faziam um reide Nova York-Rio de Janeiro. Euclides Pinto Martins - hoje nome do Aeroporto de Fortaleza e de uma rua modesta na Cidade dos Reis - não era um ilustre desconhecido em Natal. Nascido em 1892, em Camocim, no Ceará, muito cedo,com três meses, veio, com os parentes, para Natal. O pai era de Mossoró, mexia com salinas. O menino Euclides, batizado em Macau, estudou no vetusto "Atheneu", morou na Rua Chile, na Ribeira. Aos quinze anos, tornou-se embarcadiço e foi morar nos Estados Unidos, onde casou e se fez Engenheiro-mecânico, no "Drexell Institute", na Filadélfia.
De volta ao Brasil, trabalhou para o Governo, em Natal, na Inspetoria Federal de Obras Contra as Secas e na Estrada de Ferro Great Western. Apaixonado pela aviação, retornou à América, tornou-se aviador e organizou a temerária aventura. Na primeira tentativa, caiu em Guantânamo, em Cuba, destroçando totalmente o aparelho. Uma canhoneira americana (eles já estavam lá!), a "Denver", o recolheu e aos quatro companheiros : Hinton, um mecânico, um cinegrafista da Pathé e um repórter do New York World. Monteiro Lobato, no livro "Escândalo do Petróleo e do Ferro", sustentou que Martins foi, sim, vítima dos poderosos lobbies interessados em atrasar o desenvolvimento brasileiro, qualificando-o como um dos mártires da prospecçãodo petróleo nacional. Morto o aviador pioneiro, nas ruas do Rio, os irreverentes cariocas, fazendo gozação com os ilustres aviadores portugueses, ainda cantavam: - "Sacadura vem de bonde, Pinto Martins pelo ar..." |