quarta-feira, novembro 21, 2007

TRAVESSIA

Marcus Ottoni



Deise Areias

Filosofia das Nuvens

Sou poeta e pintor porque poesia

Tem cores gerais de sentimentos.


Descobri que o amor não nasce pronto,

Mas é tudo que a gente não consegue.


Ser pássaro é o meu desejo

E não posso sequer ser avião.


Tenho medo, sim, pois ter coragem

é lutar contra o medo até a morte.

Rubens Lemos - 1976


PONTE NEWTON NAVARRO

De xarias e canguleiros, travessia

Eduardo Alexandre


Era um sonho de natalenses: uma imagem na retina, sólida como a Fortaleza, que ficaria como cenário de fundo quase natural, não tivesse também sido erguida pelas mãos dos nossos homens. Força.

Quase na boca do rio, da Limpa à amada Redinha, a gamboa do Jaguaribe embaixo, exposta em seus manguezais. Vida. Progresso que se vislumbra em futuros. Barra. Baliza.

Sobre águas serenas que descansaram catalinas de vôos curtos, de pequenas asas, és a argamassa que leva, como bandeirante, ao porvir de grandes viagens. Sul a Norte, trajetória desbravada em quatro séculos de espera e labuta. Passado e presente. Perseverança.

O mercado do peixe, a igrejinha branca da Senhora dos Navegantes, a de pedra, dos veranistas, souberam esperar em paciência de décadas. Foram mirantes de conjecturas, planos, traçados e polêmicas, assunto.

Muitos se foram e não viram, vislumbraram, quiseram, pediram. Seus rogos ouvidos.

Os bois, as lapinhas, os fandangos brincados na areia fina e branca, amaciante para pés descalços, revivem cenas, cantam memórias, aplaudem resultados, comemoram graças.

O empecilho não transposto em passos por Jerônimo de Albuquerque, hoje é via de asfalto. União de margens antes distantes, ventura, conquista do Norte consolidada em tempos de paz.

Ponte Forte/Redinha, a Cidade dos Reis crescerá contigo, chegará a horizontes nunca transpostos.

Por ti, faz-se festa na terra de Poti, cantam-se praieiras, enaltecem-se seus feitos, suas glórias poucas e singelas. Vitais.

Como o amor de Porangaba, demoraste, chegaste madura, permanecerás.

Como tresmalhos em secagem, aguardarás os frutos do mar do amanhã, alimento laborado por muitas mãos.

Serás postal, marca, darás identidade única a povoamentos separados de uma mesma gente. Desenvolvimento.

Navarro não te rabiscou em papel. Demarcou, em foto, o local onde virias.

Para ti, potiguares hoje voltam olhares, contemplam tua silhueta de imensidão.

Compreendem, és, de xarias e canguleiros, travessia, materialização do nosso primeiro desejo, primeiro sonho: transpor o obstáculo que o Rio Grande nos impunha em sua foz; fazer-se desembocadura de novos sonhos.


por Alma do Beco | 9:04 AM


Hugo Macedo©

Beco da Lama, o maior do mundo, tão grande que parece mais uma rua... Tal qual muçulmano que visite Meca uma vez na vida, todo natalense deve ir ao Beco libertário, Beco pai das ruas do mundo todo.

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Praieira
(Serenata do Pescador)


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A imagem de fundo é do artista plástico e poeta Eduardo Alexandre©

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