domingo, junho 10, 2007

COISA DE PRETO

Marcus Ottoni


"Relaxa e goza, porque você esquece todos os transtornos depois."
Marta Suplicy, ministra do turismo, sobre a crise dos aeroportos

Alexandro Gurgel



CATA-VENTO

Nao conto
Mais histórias
Nem conto
Com meu desafinado canto
Melhor, quem sabe
Cada um no seu canto
Distante um tanto quanto
Nesse eterno desencontro
Sem ter a chance de por enquanto
Se achar de vez em quando

Deborah Milgram


entre o poema e a poesia

entre
o poema
e a poesia
dedilho
o desenho
de tua
nossa anatomia
as palavras
afluentes
da criação
escorrem
pelas veias
do poeta
que dorme
prequiçosamente
o sono inabalável
do meio dia!

Franklin Capistrano



Coco do mundo
Diario do Nordeste

A potiguar Khrystal renova o gênero do coco, unindo Jacinto Silva e Guinga, em sua vibrante estréia, ´Coisa de Preto´.

O pernambucano Silvério Pontes, ex-vocalista do grupo Cascabulho, deu o toque: existe o coco de Jacinto Silva, além de Jackson do Pandeiro, ser conhecido e renovado pela música pop brasileira. Depois daquele “Bate o Mancá”, de 2001, o coco voltou a ser revisitado, além de Dona Selma do Coco e companhia. Um desses frutos pode ser este álbum independente potiguar, que detém o mérito de fincar de vez uma ponte entre estas duas gerações.

Em suas 15 faixas, “Coisa de Preto” inclui duas composições de Siba, ex-Mestre Ambrósio, além de outros pernambucanos, potiguares e ainda paraibanos e até cariocas. Sem falar no alagoano Jacinto. “Coco da mãe do mar” (Lenine/Siba) havia sido gravada apenas pela Rainha do Xaxado, Marinês, falecida há pouco mais de um mês. A faixa abre o disco com uma fusão de rabeca (Tiquinha Rodrigues) e, claro, pandeiro (Kleber Moreira e Sami Tarick), mas numa vibração mais acelerada, falsamente eletrônica, que se manterá por quase todo o álbum. Khrystal se revela um intérprete de raiz, remetendo de pronto a Elba Ramalhonto ou à própria Marinês, com sua própria linguagem.

“Quero um ganzá!”, repete em “Sem ganzá não é coco” (Chico César), marcada pelo baixo de José Fontes e guitarrinha de Ricardo Baya, noutra levada agateada. Não tanto como a do trava-língua elétrico “Coco do M” (Zé do Brejo/Jacinto Silva). Uma passagem pelo baião-rock (Zé de
Riba/Romildo Soares): “www.sem”. O primeiro, um pernambucano que também faz um legítimo “reprocesso” da nova música pop nordestina. A rabeca de Tiquinha e a sanfona de Zé Hilton chamam pro falso coco “Sete Meninas”, um antigo xaxado de Dominguinhos e Toinho.

A faixa-titulo é um funk de Khrystal e Tertuliano Aires, com muito suingue, breque de samba e citação de “A cidade”, de Chico Science. Sem “pancada do pandeiro”, nem “balanço do ganzá”, o quase acalanto “Tem coco” (Galvão Filho/Alex Medeiros) remete a vocalises de Marisa Monte, no momento mais lírico do álbum. O coquista potiguar Chico Antônio (contemporâneo e apreciado por Mário de Andrade) assina, mais Paulírio, “Usina” ou “Tango no Mango”, também resgatada antes pelo Mestre Ambrósio. E aqui com sonoridades realmente eletrônicas, ante uma violinha e uma cantora leve, mas rigorosa em suas tradições.

Embolando o coco

Não perca as contas. O funk-rock volta através da paraibana Cátia de França, pura nordestinidade entre trechos de João Cabral de Melo Neto: “Quem vai quem vem”. Dela também virá “Lá vem Batista”, na mesma levada, só que com guitarras mais pronunciadas. Tinha uns samples da própria Cátia? Mais efeitos do tecladista Franklyin Nogvaes e riffs de Ricardo Baya tomam o coco embolado “Quadra e meia”, também da lavra de Jacinto Silva. Mais um funk-rock toma a mais conhecida “Coco do Norte”, doutro pernambucano de responsa, Rosil Cavalcanti. Calma, arianistas: em nenhum momento, Khrystal perde o prumo das suas origens – inclusive contemporâneas. Entre muito suingue e distorções, isso continua sendo coco, sim!

E “Coisa de Preto” fecha com mais mudernages (como diz um atuante selo natalense), dessa vez mais acústica em “Influência do Jackson” (Guinga/Aldir Blanc) com outras citações que mesclam Nelson da Rabeca (“Festa de Tuquanduba”) e Leila Pinheiro e Simone Guimarãs (“Festança”). A dupla de compositores carioca volta no “Baião de Lacan”, com o violão em transe do próprio Guinga reforçando aquela primeira quebra para o universo das cordas. Pra no final, o rock voltar, cheio de boas “besteirinhazinhas” pra agatear o povo, em meio à cantoria de Elino Julião e Oliveira Batista, na clássica “Forró da Coréia”. É coco, é rock, é do mundo. (HN)

CD: Independente 2007 - 15 faixas - R$ 20 - "Coisa de Preto", de Khrystal

por Alma do Beco | 7:52 PM


Hugo Macedo©

Beco da Lama, o maior do mundo, tão grande que parece mais uma rua... Tal qual muçulmano que visite Meca uma vez na vida, todo natalense deve ir ao Beco libertário, Beco pai das ruas do mundo todo.

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