"A VEZ DA COMPANHEIRADA"
Aberta a porteira da FJA. O Diário Oficial deste sábado
veio recheado de exonerações e nomeações na FJA
para dar vez à companheirada do PT que esperava a
boquinha.
Da turma antiga, o pintor monotemático Vatenor foi
promovido de cavalo a burro, trocou a chefia da
Pinacoteca pela subcoordenadoria da mesma."
Cassiano Arruda Câmara
Franklin Serrão
Que las hai, las hai!
"Abril é o mais cruel dos meses" T.S. Eliot
Não sou dos que cultuam crendices, maus olhados, sortes, azares.
A sexta 13 deste abril amanheceu para mim com um aviso desses de páginas de Internet: Hoje é o Dia do Azar.
Não dei a menor importância. Passei a vista na manchete e nem sequer veio a curiosidade de abrir o arquivo.
Amanheci sem o meu velho companheiro, o poderoso Possante, que estava num prego de contato de bateria desde a tarde anterior, ao lado do Solar Bela Vista.
Fui a pé até a agência Banco do Brasil, Tirol, perto de casa, para tirar algum dinheiro.
Para sacar, teria que ir na boca do caixa, enfrentando aquela fila das sextas bancárias ou verificar se o cartão magnético que eu solicitara já estava pronto.
Eu nem imaginava, mas aquela sexta do azar já estava conspirando contra mim. Lula Augusto bem que também prevenira, numa mensagem ao grupo de discussão virtual do Beco.
O atendimento demorou um pouco por causa de uma reunião importante na sala onde estavam os cartões e a mocinha não ousava interromper a conversa provável de significativas transações.
Mas fui o primeiro a ser atendido, quando ela apareceu com os cartões.
Coisa alvissareira para quem amanheceu com a tela lembrando o Dia do Azar.
Pede minha identidade e começam os comandos, ligados à Grande Rede.
Alguma coisa dava errado. Pediu ajuda e o problema, levado algum tempo, foi resolvido.
Alívio para quem já começava a ficar estressado com a estória do Dia do Azar.
Ela me dá umas orientações de como devo proceder para as operações do auto-atendimento e enfrento uma fila até pouco concorrida. Tinha que registrar o cartão e eu não estava acertando fazer as operações. Pedi arrego, mas saí com o dinheiro que queria. Chego na Fundação e o meu amor determina: Estou indo embora para sempre!
Fiquei zonzo. Desandei. E chegam os buxixos: O homem levou a lista de nomeações e exonerações para a governadora.
Eu já me sabia exonerado porque o companheiro diretor administrativo já havia me comunicado da decisão da Executiva do PT.
O almoço foi de confraternização, por conta de Décio, apresentando um arroz carreteiro de sua especialidade. Clima denso e eu já sem a companhia querida dos meus carinhos.
Às 03:00h da tarde, a gravação do programa da TV e tudo maravilhoso.
Beco da Lama, Bar de Nazaré. Eu e Léo. E chega um "cabo" da polícia pingorando um copo de cerveja. Acordo firmado: um copo. E a ladainha do bêbado, exímio atirador.
Saco. Conversa difícil de terminar.
Quando a noite da sexta do Beco chega, chega o chorinho e a coisa melhora.
Até que: Bardallos!
Quando chego, a mesa já está formada: Plínio, Léo, Orf, Lula Augusto e Daniele.
Conversa vai, discussão rola e Lula Augusto não concede a palavra. E exige que eu me retire de "sua" mesa.
- Porra! Isso é coisa que aconteça entre amigos?
Plínio veio comigo. Tomamos umas ainda ali e depois fomos à picanha do Cervantes.
Já no sábado, de manhãzinha, Karl fechou o firo:
- As exonerações saíram. Com a data de ontem...
Não sou dos que cultuam crendices, maus olhados, sortes, azares. Mas na sexta 13 do azar deste abril, perdi emprego, amor e amigo. Espero resgatar o amigo. Só não me conformo em perder o meu amor.
Eduardo Alexandre
Saudade do meu pai
Ruy de Carvalho, meu pai, nascido em Papary, hoje Nísia Floresta, e criado na “Fazenda Pavilhão”, foi o homem a quem sempre tive o orgulho e o privilégio de chamar de pai. Era Bonito, principalmente por dentro, íntegro, honesto, honrado e digno. Homem simples, como simples foi sua vida. Rude. Mas, doce. A sinceridade e a lealdade lhe acompanharam durante toda sua caminhada. Homem que amou. Ah, como meu pai amou! Amou tanto, que acho que morreu de amor. Homem que sofreu. Ah, como meu pai sofreu! Sofreu por amor. Sentiu solidão. Quanta solidão!
E eu já adulta, trabalhando, criando meus filhos, andando pela vida... Adotei-o. Na minha casa, brincando com meus filhos, cabelos brancos denunciando o cansaço da vida e rugas marcadas pelo tempo, na luta de ser sempre um pai. E eu não via mais um pai, mas um amigo. Que saudade, pai! Que saudade, meu amigo! Saudade das nossas idas ao sítio “Coqueiros”. Saudade dos nossos planos, dos nossos sonhos... Quantos sonhos sonhamos juntos! Quantos planos fizemos juntos!
Ensinei-lhe a dizer: eu lhe amo. E como lhe amo, meu pai. E como tenho certeza do seu amor por mim.
Você sempre me dizia que eu ainda iria ser muito feliz. Na sua debilidade nunca teve a consciência das minhas perdas e, também, dos meus ganhos nesses últimos tempos.
Na última vez que eu lhe vi, talvez em seu derradeiro lampejo de consciência, eu disse:
- Eu lhe amo, papai.
Você me respondeu quase sem voz:
- Eu lhe amo demais!
Você me disse tudo meu pai. Você conseguiu.
E agora, você aí tão calmo, sereno... Pai, meu amigo, a gente se encontrará um dia para matar a saudade e falar do nosso amor... Para você mais uma vez me chamar de filha...
Mércia Carvalho
Preá com toicinho
E as mudanças na Fundação não ficaram apenas em Dunga, uma ruma de gente boa e amiga, além de competente, também foi exonerada ' A PEDIDO'... Agora vamos ver como é que o negócio ficará se no próximo ano Fátima Bezerra sair para prefeita com um vice do PMDB contra um provável candidato da Governadora... Mudam tudo novamente? ou a Gova. vai deixar a 'máquina' na mão dos Petistas?
- & a Cultura?
- Qui Cutura?
pergunta aqui do lado Chicola de Maria Gorda, cabra bom lá de Timbaúba dos Batistas que está aqui tomando umas lapadas de cana comigo com 'parede' de preá torrado no toicinho.
- Esse povo num liga prá esse negócio não, cê parece que mora n'outro país?
Pior é que tenho que concordar com esse matuto que tá aqui bebendo comigo e apenas lamentar...
Orf
Fortaleza
Dunga vinha fazendo um excelente trabalho em prol da cultura do Estado e participou de forma ampla da revitalização do Forte dos Reis Magos, que hoje é um dos pontos mais visitados por turistas que vêm a Natal.
Léo Sodré
Besteira, isso passa
Nos primeiros meses do seu segundo mandato, o presidente Luís Ignácio Lula da Silva continua com o mesmo desempenho do seu primeiro governo. Logo no início, soltou essa pérola, num discurso em Pernambuco: "Quem não acredita no Brasil, vá embora!" Será que ele se lembra de Emílio Garrastazu Médici, o mais tirano general do golpe de 64? Pois Médici disse a mesma coisa, em outras palavras: "Brasil, ame-o ou deixe-o."
Lula detesta a imprensa que divulga as suas bobagens. No seu primeiro mandato, ele só concedeu uma entrevista coletiva 27 meses depois da posse, assim mesmo sob um controle severo na escolha dos entrevistadores e das perguntas a serem feitas. No segundo mandato, afirmou que a imprensas iria se cansar de tanta entrevista - e até agora nada.
Das duas uma: arrogância ou medo de se engasgar na hora de responder. Aliás, depois de reeleito com mais de 58 milhões de votos, Lula anda um tanto arrogante, metido, bebendo Sangue de Boi e arrotando Romanée-Conti. E o besteirol presidencial continua.
Nos dias de grande comoção nacional que se seguiram ao assassinato do menino João Hélio, o presidente disse, como um advogado de defesa da criminalidade: "O crime, às vezes, é questão de sobrevivência."
E quando se começou a se discutir a antecipação da maioridade penal, ele dobrou os encantos: "Eu fico imaginando que, se aceitar a diminuição da idade para 16 anos, amanhã vão pedir para 15, depois para 9, depois para 10, quem sabe algum dia queiram punir um feto."
Além do raciocínio de toupeira, o presidente mostrou também que foi reprovado em aritmética nos dois ou três anos que freqüentou a escola. Como se não bastasse, deve ter surgido da cabeçorra presidencial a idéia de conceder bolsas especiais às famílias dos menores infratores. Uma espécie de Bolsa Crime para as famílias de assassinos como aqueles que arrastaram o menino João Hélio pelo asfalto até o esfacelamento do seu corpo.
Quando parte para o humor, Lula mantém o mesmo nível. Disse que seus ministros eram heróis, porque só ganhavam 8 mil reais por mês. Mas, pergunta-se, por que esse cargo tão mal-remunerado é disputado a foice, dentadas, baionetas caladas?
Por que Márcio Thomaz Bastos, que faturava no seu escritório de advocacia mais 150 mil reais por mês, resolveu perder essa dinheirama em troca de um ministério? O heroísmo custa tão caro assim?
Na próxima semana, mais comentários sobre os primeiros meses do segundo mandato de Luís Ignácio.
Nei Leandro de Castro
Mirabô Dantas lança "Mares Potiguares" no II Sarau da Aliança Francesa de Natal
Aberto gratuitamente ao público, o evento contará com várias atrações poético-culturais, inclusive exposição de fotografias do seridoense Hugo Macedo.
O poeta e compositor Mirabô Dantas lança no próximo dia 19 o CD "Mares Potiguares", no espaço cultural da cafétéria da Aliança Francesa de Natal. A obra reúne várias composições de Mirabô ao longo dos anos em que, vindo de Areia Branca, trabalhou em Natal e no Rio de Janeiro.
Com composições gravadas por vários cantores de renome, o autor de "Prá te esquecer" diz que não fará um lançamento e sim uma apresentação do seu trabalho durante a execução de um projeto que ele julga de grande importância para a poesia de Natal.
"Para mim será uma honra apresentar o meu CD no II Sarau da Aliança Francesa de Natal, que homenageia nessa edição poetas do porte de Carlos Gurgel, Eduardo Alexandre (Dunga) e Plínio Sanderson" , enfatizou Mirabô.
O sarau contará também com uma exposição de fotografias de Hugo Macedo, onde ele aborda o sertão e o mar, e a presença dos representantes do Poesia Esporte Clube (PEC) e da Sociedade dos Poetas Vivos e Afins (SPVA), além de uma performance poética a cargo do ator Rodrigo Bico sobre as obras dos escritores homenageados.
Sobre os homenageados
Carlos Gurgel - Nasceu em Natal (RN), a 05 de Maio de 1953. É considerado um dos grandes poetas da geração "alternativa". Seu primeiro livro data de 1976, chamado "O Arquétipo da Cloaca - 3X4", em parceria com Sávio Ximenes, Carlos Paz e Flávio Américo. Em 1979 lançou "Avisos & Apelos". Em 1982, juntamente com o poeta Eduardo Alexandre, lança no Instituto Histórico Geográfico o livro "Batman e Robin", considerado por muitos, o maior lançamento performático da poesia potiguar. Carlos é colaborador de diversos suplementos literários e se considera um animador cultural.
Eduardo Alexandre – Potiguar, jornalista, artista plástico, poeta. É o criador da Galeria do Povo, movimento semanal de arte surgido nos anos 70 na praia dos Artistas, Natal/RN. Autor de Batman & Robin - Um Poema Concreto da Abstração Vivencial, em parceria com Carlos Gurgel (1982) e Clip One (1992), ambos de poesia. A sua dedicação pela cultura potiguar torna-o como uma das referências nos movimentos de revitalização do centro da cidade. Foi também presidente da SAMBA – Sociedade dos Amigos do Beco da Lama .
Plínio Sanderson Saldanha Monte - Nasceu em 15 de fevereiro de 1963, em Caicó - RN. É antropólogo, educador, artista prático e "anima-a-dor-cultural". Participou das coletâneas, "Ainda Estamos Vivos", 1979; "Cio Poético", 1981; "Fanártico", 1984; e escreveu "Atresia", 1983; e "Afetart, 1985. Plínio Sanderson recebeu em 1986, o prêmio de melhor poesia e melhor performance, no 3o. Festival de Poesia e Música da UFRN. Atualmente prepara seu próximo livro e colabora nos principais jornais da cidade.
Serviço
Sarau da Aliança Francesa de Natal - RN
Rua Potengi, 459. Petrópolis.
19/04/2007 (quinta-feira)
Cafétéria da Aliança Francesa de Natal-RN
Horário: 19:00h
Informações: (84)8832-9261, (84)91121189 e 9431-8414, jctn68@gmail.com, leosodre1@yahoo.com.br, merciafreire@terra.com.br
Apoios: Offset Gráfica, Aliança Francesa de Natal e Cafétéria da Aliança Francesa de Natal.
José Correia Torres Neto
EM TEMPO
Deixe que o tempo trabalhe sem dó
Para que tenhamos tempo de passar o tempo
A tempo de aproveitarmos o final dos tempos.
Deixe que o tempo se desfaça ao teu redor.
Não somos assim, serenos, eternos como templos
Imensos e atemporais como o vento.
Por isso já é tempo de prever o tempo que fará:
— Irá Chover?
— Surgirá o sol?
A tempo de plantar uma semente de girassol.
Deixe que o tempo vitupere e abençoe
O destino - o bem e o mal escolher
A um só tempo,
Pois há tempo pra plantar
E pra colher.
Rios Brás Cubas
Ianê Heusi