domingo, janeiro 08, 2006

S O D A D E

Marcus Ottoni


"Não lhe parece estranho que Lula, que esqueceu os funcionários públicos e não liberou verba para obras fundamentais, prometa agora aumento ao funcionalismo e abra a burra do governo para a gastança em 2006, ano da eleição?"
Ferreira Gullar

"Eu sei como eu vou trabalhar. Vou mostrar que o PT e o PSDB são iguais em tudo. Por exemplo: são iguais na política econômica e em relação ao caixa 2. Iguais também na compra de votos. O PSDB comprou votos para a reeleição de Fernando Henrique Cardoso. O PT e PSDB são iguais na prática da corrupção. E iguais na ineficiência administrativa. "
Anthony Garotinho


Hugo Macedo

Gardênia, você abre mão da presidência para mim, fica na vice, e o tio Laélio a gente deixa de secretário. Topas?

Hugo Macedo lança livro "Beco Estreito"
Enredos nas Terras do Major Antão

Autor: Hugo de Macedo Vieira (jornalista e fotógrafo)
Charges: Leonardo Sodré (artista plástico e jornalista)
Lançamento: 13 de janeiro de 2006
Local: Casa da Cultura de Parelhas
Hora: 20:30 horas.


O livro relata cinqüenta causos contados nas ruas, mesas de bar e esquinas de Parelhas. Trata-se de uma obra que fará parte das comemorações dos 150 anos de emancipação do município.
O autor pretende resgatar e eternizar as histórias cômicas do folclorista Mané Bonitim, do poeta Baé, do matuto Boró, do esperto e manhoso Galego de Emídio, de Mané Diana e tantos outros parelhenses que circulam na cidade, insultando, instigando, brincando, enfim, contando o dia a dia do município, de maneira alegre e divertida.


FIADO OU À VISTA

Jorge Tenente suava e espantava as moscas enquanto salgava carne no seu açougue, quando entrou Miguelzinho, conhecido como o maior devedor da cidade. O mesmo, de uma conversa escabreada, disparou:

- Jorge, meu amigo, me venda dois quilos dessa carne que amanhã, bem cedinho, eu venho lhe pagar.

- Ora, Miguezim, eu já tô salgando pra não perder! – Rebateu o açougueiro.

BACURAU

O cobreiro Chico Vilar pretendia abrir uma conta e foi ao Banco do Brasil de Parelhas. A gerente o atendeu e pediu para que ele sentasse, e começou a fazer as perguntas do cadastro:

- Nome?

- Francisco Vilar.

- Filiação?

- PMDB.

- Não! Os seus pais?!

- Esses é que são bacuraus mermo!


NATALPRESS
www.natalpress.com




Você vai sobreviver SIM!
p/ Antoniel Campos


Nas páginas dos seus livros,
nas peles acariciadas, nas bocas beijadas, nas carnes possuídas.
Nos sonhos libertinos, nos pensamentos devassos,
No sorriso maroto. No olhar escroto.

No abraço afetuoso,
No cuidado carinhoso,
Na fala mansa, no jeito faceiro, no sorriso matreiro.
Na inspiração, só paixão; no aperto de mão, no silencioso perdão.

E nas prateleiras do meu coração

Você será eterno
Como os libirintos de Borges
Como os móveis identificados e as borboletas azuis de Garcia Marquez
Como as putas e pais de santo de Jorge Amado
Como Emília e Visconde de Sabugosa
Como os Moinhos e Don Quixote de Cervantes
Como o inferno de Dante
Como o agora, o depois e o antes.

Crys



Do Clip One

Essa fila
Essa lida
Essa aposentadoria minguada
Essa taxa
Esse imposto
Imposto
Ao cotidiano
Só vai mudar
Sem sangue
Com voto
O juiz condenando
O transgressor
O usufrutuário
Do capital!!!

Eduardo Alexandre




S O D A D E

Dessa palavra sodade,
num existe tradução.
É uma dô qui quando ataca,
nuis faiz sofrê de muntão.
É dô qui quando se sente,
mexe cum tudo da gente,
lá dento do coração.

Sodade num tem plurá,
purisso, véve sòzinha.
Martratando munta agente,
do seiviçá à rainha.
Machucando c'á lembrança,
ais vêiz, matando a esperança,
de quem prá ela caminha.

Faiz o valente chorá,
faiz o forte isfraquicê.
Faiz a gente se lascá,
sem drumí e sem cumê.
O cabra fica achatado,
sofrendo disisperado,
pidindo a Deus prá morrê.

E o hôme, principamente,
acredite se quisé.
Sofre c'a situação,
nisso pode fazê fé.
O cabra sofre à vontade,
se a danada da sodade,
fô do tá "bicho muié".

O dia fica cumprido,
o cabra acorda chorando.
Passa o dia puros canto,
mocorongo, matutando.
Num consegue nem surrí,
e ais vêiz, quando vai drumí,
vai se deitá saluçando.

Mais inda resta um consolo,
digo na minha poesia:
Antes de incruzá cum ela,
facilmente tu surría.
Pode iscrevê qui é verdade:
Adonde exití sodade,
arguém foi feliz um dia.

Prá finalizá, eu digo,
puro mundo, andando a êrmo;
do fundo do coração,
cum o peito prá lá de infêrmo.
Sodade, eu digo surrindo:
É isso qui eu tô sintindo,
de você agora mermo...

Bob Motta




Saudade de Vingt-un

Estava relendo belo escrito épico do grande poeta Caio Cézar Muniz, por título Quando Mossoró amanhecer sem Vingt-un, quando recrudesceu a saudade do velho e querido mestre, o eterno feiticeiro das letras, cuja presença no plano celestial foi requisitada por Deus Todo Poderoso.

Vingt-un deixou uma saudade imensa, uma falta que se intensifica a cada momento. É impossível preencher a lacuna que ele deixou, pois Vingt-un é insubstituível, é eterno e, a cada dia que passa, fica mais difícil suportar a ausência do grande mecenas. Caio Cézar Muniz, competente editor-assistente da valorosa Coleção Mossoroense, antecipou de forma sublime através de sua brilhante poesia o que estamos sentindo com relação à falta da presença física de Vingt-un em nosso meio.

Jerônimo Vingt-un Rosado Maia foi um entusiasta do humanismo, da fraternidade e da disseminação da alegria e do amor. Vingt-un se transformou em sinônimo de felicidade, irradiando aos quatro cantos a ternura e o respeito aos seus semelhantes.

Quantas saudades o senhor deixou Vingt-un Rosado, quantas angústias nos corações de quem te amava e que continuam te amando. Seus verdadeiros amigos estão a rogar a Deus lugar privilegiado para que desfrutes integralmente a colheita divina que semeastes no plano terreno.

Durante os milênios vindouros a humanidade tem o dever de louvar e honrar os legados de Vingt-un, sobretudo Mossoró e sua brava gente, a qual, como já foi dito, é digna de se levar a uma cruzada.

Mossoró, o Rio Grande do Norte e o Nordeste, principalmente, tem a obrigação de louvar-lhe por tão brilhante trabalho, personificado através dos seus legados, incluindo entre estes a magnitude incomensurável da Coleção Mossoroense, bem como a edificação das Universidade Federal Rural do Semi-Árido e Universidade do Estado do Rio Grande do Norte, futura universidade federal de Mossoró, com as Benções do Eterno Todo Poderoso e boa vontade de pessoas com visões apuradas e clarividentes.

A Coleção Mossoroense, meu querido Vingt-un, está sendo muito bem encaminhada por seu digníssimo filho Jerônimo Dix-sept Rosado Maia Sobrinho. Ele possui seu sangue, suas idéias e também sabe da importância do trabalho que o senhor desenvolveu por mais de cinquenta anos, intuindo difundir a cultura do nosso povo através do sonho que começou a ser esboçado desde àquelas palestras de Câmara Cascudo no Colégio Diocesano Santa Luzia, em 1936.

Vingt-un, o senhor deixou muitas saudades, deixou muitos corações tristes, mas que se alegrarão gradualmente por terem certeza que estás em um plano bem superior, acompanhado por Deus Pai, o Grande Arquiteto do Universo.

José Romero Araújo Cardoso




O paraíso tem nome: Diogo Lopes

Imagine um lugar repleto de natureza exuberante por todos os lados; um pedaço do paraíso onde o visitante pode encontrar uma variedade ambiental impressionante como mar, mangue, restinga, rio, estuário, dunas, falésias, coqueirais, caatinga, tabuleiros e lagoas. Diogo Lopes, distante 25 km de Macau e 215 km da capital potiguar, é uma praia quase desconhecida pela grande maioria dos potiguares, abrigando uma natureza intocável.

A praia de Diogo Lopes é localizada entre as comunidades de Barreiras e Sertãozinho, que fazem parte de uma grande reserva ambiental e são formadas por gente simples e acolhedora. Para preservar esse paraíso, a comunidade unida criou a Reserva de Desenvolvimento Sustentável Estadual Ponta do Tubarão, implantando projetos produtivos para a pesca e para o turismo ecológico.

A comunidade tem consciência que deve manter o meio-ambiente intacto, evitando que a região seja tomada por estrangeiros e pelo turismo predatório, sem planejamento, a exemplo de Pipa e Canoa Quebrada. Conforme Rosa Pinheiro, Sub-coordenadora de Gerenciamento Costeiro do Idema, a Reserva de Desenvolvimento Sustentável Ponta do Tubarão traz, juntamente com as perspectivas do estabelecimento da gestão integrada, frente à preservação ambiental, um belo exemplo do valor da organização comunitária.

Em Barreiras, comunidade distante 3 km de Diogo Lopes, uma faixa de areia alva e fina, com pouca vegetação de mangues, serve de porto seguro para pescadores cansados e é também usada como lugar de diversão para a comunidade. Na praia de Chico Martins, é possível visitar a Ilha do Tubarão que inicia a restinga que forma a reserva ambiental.

Ao longo da baía Ponta do Tubarão, pequenas ilhas formam um estuário com manguezais, repleto de vida marinha e aves migratórias. A restinga abriga alguns “ranchos” (casa de taipa feita por pescadores na beira da praia para tratar o peixe, guardar material e descansar entre uma pescaria e outra) e um longo braço de mar cercado de coqueirais. O estuário é protegido pelo Rio Tubarão, criando uma paisagem paradisíaca, formando um rico ambiente, povoados por uma grande diversidade de animais e servindo como ponto de desova de tartarugas.

Por trás da vila de pescadores, as dunas móveis formam grandes falésias que encontram a caatinga, separando o sertão e o mar numa cena única, mágica. Essencialmente uma comunidade pesqueira, Diogo Lopes, se estende por Sertãozinho e Ponta de Pedra. A pesca artesanal é feita em alto mar, na costa e nas enseadas e marés. Os botes, jangadas, barcos a motor, canoas e ioles se concentram nessa comunidade, respondendo por quase 80% do pescado da região de Macau e contribuindo para a economia local.

Diogo Lopes, Barreiras e Sertãozinho são comunidades festivas, realizando várias comemorações durante o ano: em janeiro, a festa de São Sebastião (padroeiro de Barreiras); as Festas das Flores, em maio; os festejos de Nossa Senhora dos Navegantes (padroeira de Setãozinho e Macau), em agosto; as comemorações de São Francisco de Assis (padroeiro de Diogo Lopes) e a regata de barcos, em setembro.



Fragmento da história de Diogo Lopes

Muito antes da chegada dos europeus na região de Macau, o rio já era conhecido pelos índios potiguares como “Unaputuban”, que mais tarde, nos séculos XVII e XVIII figurava em mapas náuticos como “Rio do Tubarão”.

De acordo com historiografia popular, o povoado de Diogo Lopes teve sua origem com so irmãos Fiogo e Gaspar Lopes que aportaram no Rio Tubarão, em data incerta. Diogo Lopes permaneceu na localidade, enquanto Gaspar partiu para o sertão.

Por volta de 1717, Gaspar Lopes era proprietário de uma fazenda que tornou-se vila e seu nome denominou o lugar até 1921, quando o povoado transformou-se na cidade de Pedro Avelino. Segundo os moradores mais antigos, o português Diogo Lopes permaneceu na sua fazenda de gado e pesca até meados do século XVIII.

Em 1797, o Rio Tubarão era conhecido como rio Diogo Lopes, registrado numa escritura de venda da região de Macau. Em 1922, o nome de Luiz Carlos de Souza Miranda era publicado na revista Centenário de Macau como proprietário do “Sítio Diogo Lopes”.

Até os anos 70, existia uma trilha carroçável ligando Diogo Lopes e Barreiras à Macau e Guamaré, mas era intransitável durante épocas de inverno ou nas grandes marés. Quando foi confirmada a produção de petróleo no campo terrestre, a Petrobrás nivelou e asfaltou as estradas da região.



Em busca do manejo adequado

A Reserva de Desenvolvimento Sustentável da Ponta do Tubarão, localizada, em parte no município de Guamaré e parte no município de Macau, foi criada em julho de 2003 com o objetivo de preservar os recursos naturais e a sustentabilidade da comunidade local. A área permite a pesquisa científica, a pesca, o turismo e variadas atividades econômicas. Porém, o mais interessante é que surgiu da mobilização da própria população, que sentiu a necessidade em conservar o meio ambiente, aprendendo a lidar com ele, sem prejudicar o desenvolvimento econômico.

A RDS Ponta do Tubarão é formada por um Conselho Gestor, fazendo parte representantes das prefeituras de Macau e Guamaré; representantes do Idema (órgão responsável pela coordenação do conselho), Promotoria da Comarca de Macau, Gerencia Nacional do Patrimônio da União, Ong’s e representantes das comunidades de Diogo Lopes e Barreiras

Através do Conselho Gestor, foram estabelecidos debates que abordavam as necessidades e a forma como a comunidade se organizaria para desenvolver as prioridades da reserva. Eles se dividiram em 25 entidades representativas de cada interesse. Após o regimento ser construído, foi apreciado e aprovado pelo Conselho Estadual de Meio Ambiente (Conema), sendo homologado pelo Governo do Estado. A área da RDS Ponta do Tubarão tornou-se um sistema sustentável de exploração consciente dos recursos naturais. A principal característica é o manejo da fauna e flora local com base em pesquisas científicas.

A preocupação com o turismo ecológico foi que impulsionou a criação da reserva. Após uma tentativa de implantação de um resort italiano no local, a população, com receio de perder a autonomia e prejudicar a natureza, resolveu se unir e levar o pedido de conservação ambiental até a Assembléia Legislativa, quando então, A União embargou o empreendimento estrangeiro.

A base de todo o projeto da RDS é o envolvimento das comunidades com a Reserva, participando dos debates e projetando ações para o trabalho com meio-ambiente e na vigilância, preservando a natureza e promovendo sustentabilidade econômica e social.

No momento, o plano de manejo é a prioridade. Dezenas de reuniões já foram realizadas em dois anos de criação da Reserva, discutindo os principais problemas, conflitos, necessidades e expectativas da população.

Alexandro Gurgel

por Alma do Beco | 9:29 AM


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A imagem de fundo é do artista plástico e poeta Eduardo Alexandre©

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