Leonardo Sodré
Por Denise Machado
http://www.jerimumnopapo.com.br/nacapital_11.asp
Que bequinho danado de bom! Histórico, poético, muito Zeca Baleiro e um peixe... Olha, é por nada não, mas não conseguiram sujar o beco.
Ele é limpo e sem desgastes, é atrativo e turístico, mas não é pra qualquer um. Tem que ser credenciado, competente e organizado para se misturar na lama desse beco. O mais importante: tem que estar preparado para conhecer pessoas fantásticas e não reverenciá-las com esmero, pois que fica chato.
Eu conheci “o Professor” e fiquei passada, tamanha era a certeza de suas divagações. Portador de HIV, aposentado “forçado” e inteligência a mil, criativo e rápido, bom de conversa. Olhou pra mim e me adivinhou, sem analise, já que não se fez necessário. Me disse que uma lógica não é uma justificativa, que tudo caminha para a educação, sem lógica, o que é óbvio para a dona de casa, a bióloga, a jornalista ou a economista. Entendeu? Pois é, muito bom! Diz que temos que começar a trabalhar com austeridade, mas austeridade com respeito, senão fode tudo.
E o respeito com que nos tratam ali, no Beco da Lama? Olham para nós com simplicidade e igualdade, dignamente. Não tem essa de encarar, azarar e incomodar. Não. Definitivamente, tenho que melhorar meu vocabulário, ler mais livros, ouvir mais MPB, impregnar-me mais daquela lama... E lá eu volto. Ah, se volto!
Para o quê ou para quem servem os partidos políticos?
Leonardo Sodré
Jornalista
O leitor atento do noticiário político da capital do Rio Grande do Norte deve estar curioso com relação à importância dos partidos no processo sucessório do prefeito Carlos Eduardo Nunes Alves (PSB), em outubro. Explico: O dia a dia das editorias políticas dos jornais impressos e os que circulam na Internet não falam noutra coisa que não seja as alianças que estão sendo tramadas para eleger esse ou aquele candidato.
O curioso de todo esse processo reside no fato de que todas as decisões passam apenas pela vontade dos que controlam os diretórios nacionais, estaduais e municipais, como se eles fossem gestores de uma grande empresa cujos sócios não têm direito a voto ou opinião. Até os ditos mais democráticos impõem de goela abaixo aos seus associados suas decisões, mesmo que elas contrariem os desígnios da formação da legenda. Sim, porque cada agremiação existe por um objetivo e uma filosofia.
Na Grécia e em Roma da antigüidade, o nome partido significava a existência de um grupo composto de uma mesma idéia ou uma mesma doutrina, mas foi no século XVIII, na Inglaterra, que essa palavra passou a significar uma instituição que congregava partidários de uma idéia política, que depois passou a ser utilizado em todo Mundo. Ou seja, por si só o partido tem o dever de defender o seu objetivo principal na disputa política. O cidadão escolhia o partido que fosse de encontro a sua idéia, a sua revolução pessoal interior, ao seu desejo de mudança ou de manutenção de um sistema ou ordem que fosse bom para si. E, aí ele discutia, votava e participava, enquanto os seus dirigentes representavam a vontade de todos os participantes. Você leitor, conhece as ideologias dos partidos que estão disputando o poder municipal?
Provavelmente você pensará que o PT, o PSB, o PMDB e o PV, por uma enorme coincidência histórica foram formados baseados num mesmo ideal. Claro! Você dirá. Afinal o prefeito que é do PSB, quer um candidato do PT. O PT quer um vice que saia do PMDB ou do PSB. A governadora Wilma de Faria, que é do PSB, e que discute o nome do candidato de sua preferência com o PT e o PMDB, não quer o candidato do PSB e o PV aceita qualquer vice, almejando que a governadora lembre-se do partido dela -, apóie a candidatura da legenda. O PMDB, também aceita um vice do PT ou do PSB.
Você é de algum partido? Conhece bem os seus objetivos? Será que já foi chamado para opinar e entender todo esse processo que envolve milhares de pessoas e que está somente nas mãos de meia dúzia? Ou será melhor nos resignarmos à constatação do renomado sociólogo e mestre em filosofia, Nildo Viana, considerado um dos maiores pensadores brasileiros, que definiu os partidos atuais como organizações burocráticas que se fundamentam na ideologia da representação política portanto sem ideais -, e não no acesso direto do povo às decisões políticas e que possuem como objetivo conquistar o poder?
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