segunda-feira, janeiro 08, 2007

FORTALEZA DOS REIS MAGOS

Marcus Ottoni


"Obra como essa poucas hei visto em minha vida."
Manuel Mascarenhas Homem, sobre a Fortaleza dos Reis Magos

Ianê Heusi


Mar e terra

Se o mar não me engole por inteiro
Se meus pulmões não se enchem mais de sal
Se meu coração não quer mais o estaleiro
Que fique eu – inerte – cá no areal
Se as ondas me devolvem já à areia
Se não arrebento minh´alma lá nas rochas
Se o mar será minha frugal última ceia
Que eu vele o oceano como tochas
Se os arrecifes não mais me dilaceram
Se Iemanjá não quer mais como amante
Se em vão agora meus olhos tanto esperam
Que por terra eu fique e vá adiante.

Cefas Carvalho


ALFABETO

Inexato objeto deixo escrito,
esquisito, incorreto e caricato;
sem extrato, abjeto e contradito,
em conflito e em completo anonimato.

De formato maldito o seu projeto,
dialeto interdito no palato,
seja hiato o seu grito e o seu trajeto
incompleto e ao finito cognato.

Pois vomito no prato em que eu habito,
no não-dito e abstrato me concreto,
no que eu veto retrato o que acredito.

Circunscrito, sem tato e circunspeto,
rarefato, sem teto e adstrito,
seja exato em seu rito esse alfabeto.

Antoniel Campos



À calhar


Sementes de nada não vingam.

Muitas no munturo a germinar.
Conchas finas não suportam atritos; as espessas suportam até contínuos...
Colchas mal costuradas rasgam-se em detalhes.

Alheios retalhos de vivências formam personas.
Gravetos postos ao mar sempre tornam à beira da praia.
Navios também encalham nos olhos.
Estar a haver nas vias mais vida...
Quando o caos parece estático está apenas silente.
Desolado, oxidado, incendiado no paradoxo de estar sobre águas; no não meu mar.

Eu que não possuo nenhum...
Nem nada.

Bela caótica visão que quase nada.
Que nem balança com as ondas do mar/rítmo grego.
Que faz do arrecife submerso sua cama e da praia sua morada.
Eu à toa espreito na areia cálida o navio Dimitrio a me dar um poema de sua imagem...

À calhar!

Civone Medeiros



Fortaleza dos Reis Magos

Alexandro Gurgel

Resistência bela. Bélica. Sólida como a pedra que a construiu
Fortaleza da história de Poti, índio flecheiro Tupi
História de uma conquista
Berço de cidade
Vigília secular
Ancoradouro


Sobre o arrecife
Na desembocadura do rio Grande
dos camarões
Os santos Reis Magos
espreitam a
eterna paz

Eduardo Alexandre

por Alma do Beco | 3:50 AM


Hugo Macedo©

Beco da Lama, o maior do mundo, tão grande que parece mais uma rua... Tal qual muçulmano que visite Meca uma vez na vida, todo natalense deve ir ao Beco libertário, Beco pai das ruas do mundo todo.

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Praieira
(Serenata do Pescador)


veja a letra aqui

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A imagem de fundo é do artista plástico e poeta Eduardo Alexandre©

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mariza lourenço

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