"Acredito que começou a cair o governo de Bush. Por moral, ele (Bush) deveria renunciar.”
Hugo Chávez
Orf
IMPORTÂNCIA DO INDÍGENA NA FUNDAÇÃO DE NATAL
Durante boa parte do século XVI, o litoral da capitania do Rio Grande recebeu constantes incursões de corsários e piratas franceses. Tendo somente a intenção de comerciar, tornaram-se amigos dos índios potiguares. Tal comércio causava prejuízos à União Ibérica, formada por Espanha e Portugal, desde 1580. A expansão da colonização também sofria dificuldades, pois o Rio Grande se interpunha entre Pernambuco e a Amazônia. Com a união das coroas, desapareceu o confronto de interesses entre as duas nações européias. Era necessário, portanto, terminar de vez com a presença francesa nesse litoral.
Em 1597, Filipe II, na busca de eliminar os prejuízos que vinha tendo, ordenou que se construísse uma fortaleza nessas terras; e que se fundasse uma cidade, para solidificar a colonização do território. Essa missão coube às forças das Capitanias vizinhas. Dentre as mais importantes personagens de então, estavam Mascarenhas Homem, Feliciano Coelho e Jerônimo de Albuquerque. O último era filho de um fidalgo português e de uma índia, Ubirã-Ubi, filha de Arco Verde, um cacique potiguar. Assim, no novo projeto colonizador para o Rio Grande, além das tropas lusitanas, estavam também envolvidos grupos indígenas, movidos por laços de parentesco dos portugueses com os índios de Pernambuco.
... E A CIDADE NASCEU!
Em relação à criação de uma cidade, a escolha da via militar, através das armas, para solucionar o problema criado pela resistência dos potiguares, era possível. No entanto, levaria muito tempo para que eles fossem vencidos. Além de serem milhares de homens, excelentes flecheiros, eram bravos e aguerridos. Não só eram senhores de si como eram senhores da terra, tendo domínio sobre ela e conhecendo-a muito bem. Isto lhes dava enorme vantagem tática.
Contatos feitos por religiosos jesuítas permitiram que um TRATADO DE ALIANÇA E PAZ PERPÉTUA entre a nação portuguesa e a nação potiguar fosse formalizado. Isto aconteceu no dia 11 DE JUNHO DE 1599. A paz finalmente se instalava. Os índios potiguares serão, a partir de então, aliados dos portugueses na conquista do norte brasileiro: Ceará, Maranhão, Pará e Amazonas. Esse fato bem merece ser mais conhecido e lembrado em nossa história. Teria tudo para ser a data em que se comemora o Dia do Estado do Rio Grande do Norte.
É a paz com os indígenas que torna possível a construção de uma cidade. Realizava-se, assim, um feito tão almejado pelo Rei da União Ibérica. Mas, na prática, a cidade foi erguida somente quando os indígenas concordaram. Foram eles, na realidade, os verdadeiros responsáveis pela construção da Cidade do Natal. Que justiça lhes seja feita. Pouco mais de seis meses depois do acordo de paz, foi demarcado um sítio para a construção de uma cidade, no alto de uma das colinas que margeavam o Rio Grande. Ela seria oficialmente fundada EM 25 DE DEZEMBRO DE 1599. Pode-se dizer que Natal foi construída com a licença dos índios potiguares.
Walner Barros Spencer