"O fundador do grupo rebelde Sendero Luminoso, Abimael Guzmán, foi condenado nesta sexta-feira pela acusação de "terrorismo" e sentenciado à prisão perpétua por um tribunal no Peru."
BBC Brasil
Orf
BOCA DIURNA
" Art. 39:
(...)
§ 5º Constituem crimes, (...):
(...)
II - (...) a (...) boca de urna;"
(Lei Nº 9.504/97)
A todo e qualquer impedimento
eu hei de infringir durante o pleito.
Serei feito adesivo no seu peito,
não-nulo, nunca em branco ou abstento.
Eu quero, do que é crime, o agravamento:
showmício em carreata liquefeito,
inúmeros traslados no seu leito,
discursos para o nosso ajuntamento.
Você: meus votos válidos no Ibope.
Serei curva ascendente em seu galope,
beijando as suas coxas — minha urna.
Depois, favas contadas, dia 30,
eu quero que você inda me sinta
fazendo, em você, boca de urna.
Antoniel Campos
ABISSAL
É a distância que existe entre os nossos rios.
Abissal é também minha coragem
quando me atiro às águas
do meu e do teu rio grande, grandes,
por onde correm e escorrem as águas das nossas nascentes.
Onde me afundo inteira e sem pensar,
porque nesse lugar eles se fundem
e te encontro e me socorres.
Abissal é a tua poesia.
Ao te olhar de frente e de verdade
vejo que estou nua...
E quando me olhas
me molhas
dessas outras águas que vêm de ti.
E vou beber do teu cálice na tua cidade de nascer
de novo.
Neide de Camargo Dorneles
Aleluia, irmão! Cabaré é festa
O melhor nas festas do Beco não é a festa em si, os espetáculos, as exposições, os recitais. É o sorriso na face de todos. A confraternização da confraria. Os encontros e reencontros. A saudade vencida.
O melhor, com certeza, não é a lama: é o Beco.
São as conversas regadas não só a cerveja e cachaça, também uísque e conhaque, e as idéias que surgem, as brincadeiras, provocações e respostas inteligentes e sagazes que delas nascem.
É o querer bem exposto.
O prazer em ver o amigo bem sucedido em seus projetos. É ver a alegria que dá. O brinde à glória efêmera e aparentemente inútil à vitória diante de uma batalha besta e que, por isso, medonha.
É o medo de errar abatido na sarjeta do Bar aposentado de Odete ou de Aluísio, de Nazaré. No Bar de todas as Adjacências.
É a delícia dos acordes da frevança do mestre Mainha chegando saudosos aos tímpanos carentes de Evocações.
É a evocação ao verso, à nota saída da máquina de Camilinho, a menina de doze cordas que ele abraça e beija.
É esse abraço. Esse beijo. Essa emoção que arrepia a alma na calma da noite sem fim dos gatos e gatas à procura dos céus nos telhados do casario antigo, abrigo de vidas e mistérios, dores e prazeres de alcova.
O melhor nas festas do Beco é essa dor coletiva que fica da má notícia e que se vai com os assuntos renovados a outro pedido:
- Táááááááááásia!
E é, sim, também, essa arenga/delícia de confraria que se sabe irmã no aceno e no espeto que se faz carne no brazeiro fumarento.
É festa.
No Beco, é festa a festa que prepara a festa: Poesia, Carnaval, Aleluia, Cabaré.
Eduardo Alexandre
Edrisi Fernandes
Sempre me impressionou a paixão que o médico e filósofo Edrisi Fernandes – potiguar, para nosso júbilo – nutria e nutre pelo saber e cultura do homem. Desde criança, aprendi a admirar a sua dedicação às pesquisas e estudos. Meu encontro com Edrisi tem me propiciado uma instigante reflexão sobre as coisas diversas. Daí, percebi a necessidade de dar publicidade às 20 questões que lhe apresentei e que foram respondidas com sabedoria e profundidade.
Lívio Oliveira
Segue a:
Entrevista poético-filosófica com Edrisi Fernandes
Perguntas por Lívio Oliveira
1. De onde surgiram suas paixões intelectuais que hoje permeiam vários campos do saber? E quais são suas influências principais (os marcos pessoais, os ícones intelectuais, as obras)? Eu as atribuo (as paixões intelectuais) a influências do meu pai Arnóbio Fernandes, crítico de cinema e professor universitário, e do meu avô materno José Fernandes Bezerra, etnólogo/historiador das tradições sertanejas. Ademais, aos ensinamentos de mestres orientais, com quem tive a oportunidade de conviver enquanto morava no Oriente e na Europa. Influências principais: as fábulas de Esopo, as estórias das mil e uma noites, os contos de Grimm, todos os livros de Tarzã, as revistas e os filmes de Flash Gordon, os contos de Allan Poe e de Lovecraft, a poesia de Fernando Pessoa, de Mário de Sá Carneiro, de Lorca, de Quintana, os livros de José de Alencar, todos os escritos de Borges, os contos de Machado de Assis e de Rubem Fonseca, as tradições gnósticas ocidentais, a literatura mística do islamismo, os ensinamentos platonistas e neoplatonistas, a desconstrução nietzscheana, a música de Grieg, o rock do Queen, o cinema de Chaplin, de Harold Lloyd, de Hitchcock, de Schlondorf, de Woody Allen... e muitíssimas coisas mais. Na medicina, destaco a influência de Carlos Dutra, Chiquinho de Lima, Celso Matias, Munir Massud, Aldo Medeiros e Onofre Lopes Júnior.
2. Como se deu sua formação cultural-acadêmica? Aulas do colégio Marista; aulas de inglês na SCBEU; muitas leituras na biblioteca da UFRN quando, ainda criança, ia passar o dia na UFRN com meu pai; histórias sapienciais escutadas de meu avô, de meu pai e de amigos-mestres ocidentais e orientais; faculdade de medicina e de filosofia; companhia dos mais sábios; especialização médica no Japão (e consultas às preciosas bibliotecas de Hiroshima e Okayama); mestrado médico na Bélgica (com visitas a maravilhosos museus europeus e ricas bibliotecas universitárias); aprendizado prático diversificado na Marinha do Brasil; faculdade de letras (inconclusa); inúmeras viagens no Brasil e no mundo; visitas de estudo e de meditação; busca, aquisição e estudo de clássicos e obras sapienciais em diversas línguas.
3. Quais foram e (se houve mudança de rota) quais são, hoje, os móveis principais e as preocupações mais patentes nas suas pesquisas e estudos? Mudanças de rota principais: o abandono do triniteísmo cristão em nome do monismo sufi; a decepção com a prática em consultório e a empolgação com a medicina do trabalho; a aquisição de muito gosto na filosofia. Móveis principais: aprender sempre; trabalhar servindo. Preocupações mais patentes: não perder o contato com a sabedoria e as necessidades do povão; escrever e publicar textos sérios que mostrem minhas inquietações produtivas e meu crescimento frente a elas, e que possam levar aos outros inquietação e crecimento.
4. Cosmopolita por evidência, qual o sentido e descobertas marcantes e decisivas de sua vida em viagens pelo mundo? O sentido: aprender o que é que a humanidade tem de enobrecedor; descobertas marcantes: a universalidade da mediocridade, da hipocrisia, da canalhice, da peçonha; descobertas decisivas: alguns poucos indivíduos aqui e ali que fazem a diferença, e a comprovação prática do ensinamento de Vinícius de Moraes: não existe felicidade, o que existe são momentos felizes.
5. Onde se conhece mais: nas viagens e lugares, nos livros em seus lugares, no homem sem lugar? Qual o melhor ângulo de investigação humana? Todos os ângulos devem ser explorados, pois cada um deles oferece uma perspectiva particular e única. Em cada um deles pode-se e deve-se conhecer muito, mas é necessário escolher bem.
6. Cabe Deus nessa investigação? Para mim, certamente.
7. Qual o sentido do saber? Do seu saber? O sentido do saber já foi ensinado por muitos: conhecer o limite da própria ignorância e saber da necessidade de continuar aprendendo. E trazer para a vida prática os ensinamentos teóricos, multiplicando-os e transformando-os a serviço do engrandecimento da solidariedade humana.
8. O que há em comum entre o médico, o poeta, o filósofo, o cidadão? As dúvidas, inquietações, revoltas, descobertas de excelência.
9. Ética ou estética? Ambas, e com molho de metafísica.
10. A forma artístico-estética ideal está no cinema/teatro, na literatura, nas artes plásticas, na música? Onde? Em todas e em nenhuma expressão particular. Está na sinestesia, e dela se pode ter uma idéia através das experiências místicas (e há quem pense experimentá-la nas drogas).
11. Obras cinematográficas e cineastas essenciais, a seu ver. Metrópolis de Fritz Lang, "A Caixa de Pandora" de G. W. Pabst, "Cidadão Kane" de Orson Wells, "Gunga Din" e "Shane" de George Stevens, tudo de Sergei Eisenstein, Charles Chaplin, Hitchcock, Sam Peckimpah, Paolo e Vittorio Taviani, Federico Fellini, Akira Kurosawa, Ingmar Bergman, Pedro Almodóvar, Woody Allen, Joel e Ethan Cohen, Roman Polanski, Marin Scorcese, Quentin Tarantino, Volker Schlondorff, "Era uma vez na América" de Sergio Leone, o ciclo de filmes com o personagem Antoine Douanel de François Truffaut, os dois "Brancaleone" de Mario Monicelli, "Os Anjos da Guerra" de Yurek Bogayevicz, "A Queda" de Oliver Hirschbiegel, "A Festa de Babette" de Gabriel Axel, "Tampopo" de Juzo Itami, "2001: Uma Odisséia no Espaço" de Stanley Kubrick, "Aliens" de James Cameron, "Gandhi" de Richard Attenborough, "Minha Vida de Cachorro" de Lasse Hallström, "Pelle, o Conquistador" de Bille August, "Festa de Família" de Thomas Vinterberg, "Jade" de William Friedkin, "Delicatessen" de Jeunet e Caro, "Quando as Metraladoras Cospem", "Coração satânico" e "Asas da Liberdade" de Alan Parker, "Bagdá Café" de Justin Adlon, "Afogado em Números" e "O Cozinheiro, o Ladrão, sua Mulher e o Amante" de Peter Greenaway, "Justinien Trouvé ou le Bâtard de Dieu" de Christian Fechner, "Daens" de Stijn Coninx, "Asoka" de Santosh Sivan, "Uma Amizade sem Fronteiras" de François Dupeyron, "A Árvore da Vida" de Farhad Mehranfar, "Gosto de Cereja" de Abbas Kiarostami, "A Maçã" de Samira Makhmalbaf, A Caminho de Kandahar" de Mohsen Makhmalbaf, "Encurralado", "E.T." "Contatos Imediatos do Terceiro Grau" e "A.I" de Steven Spielberg, "Blade Runner" de Ridley Scott, "O Jardineiro Fiel" de Fernando Meirelles, "Syriana" de Steven Gagham, todos os filmes com Steve McQuenn, Jack Nicholson, Robert De Niro, Al Pacino, "O Pagador de Promessas" de Anselmo Duarte, "Macunaíma" de Joaquim Pedro de Andrade, "Como Era Gostoso o Meu Francês" de Nelson Pereira dos Santos, "O Pagador de Promessas" de Anselmo Duarte, "Eles Não Usam Black Tie" de Leon Hirszman, "O Homem que Virou Suco" de João Batista de Andrade"... a lista seria enorme se eu continuasse (sou cinéfilo desde criança), e veja que já esqueci o título, o diretor e o elenco de muitos filmes.
12. Livros. Os essenciais são os livros sapienciais e os clássicos de todos os povos, como os “Textos das Pirâmides” do Egito, os "Hinos ao Sol" de Amenófis IV-Akhenaton, o poema de Gilgamesh, o Hagakure e o Genji Monogatari, o Tao-te Ching de Lao-Tsé, o Chuang-Tsé, o Shih Ching e o Chu Ching , os Analectos de Confúcio, a Arte da Guerra de Sun Tzu, o Rigveda, as Upanishads, o Bhagavat Purana, a Bhagavad-Gita do Mahabharata, o Ramayana, o Yoga Vasishta de Valmiki, o Viveka Chudamani de Shankara, o Bardho Todol tibetano, os livros de Nagarjuna, o Dhammapada, os Kama Sutra, os Gathas de Zaratustra, o Masnavi de Rumi, as estórias de As Mil e Uma Noites, a Bíblia Hebraica e o Talmude, o Sefer Yezirá, o Bahir e o Zohar, os Evangelhos (em grego e em latim), o Corão, Os Engastes da Sabedoria de Ibn Arabi, a Ilíada e a Odisséia, os Trabalhos e os Dias e a Teogonia de Hesíodo, a Eneida, o De Rerum Natura de Lucrécio, a Arte Amatória de Ovídio, o Kalevala registrado por Lönnrot, o Edda nórdico, a poesia escáldica, os relatos sobre os Nibelungos, o Parsifal, o Tristão e Isolda, o Mabinogion galês, o Hanes Taliesin, os romances do ciclo arturiano, a poesia provençal, o Dom Quixote de Cervantes, todo o Shakespeare, os poemas aztecas de Nezahualcoyotl e Ixtlilxochitl, o Chilam Balam maia, o Ollantay quéchua, o Ayvu Rapita dos mbiá-guarani... paro por aqui sabendo que devo ter deixado de mencionar algumas obras importantíssimas.
13. Música. Os clássicos ocidentais (especialmente Brahms, Beethoven, Chopin, Schumann, Mozart, Grieg, Rimsky-Korsakov, Villa Lobos), música "celta" dos grupos Clannad, Dervish, Altan e Kíla, canções dinamarquesas de Anne Dorte Michelsen, música sueca do Garmarna, nubas andaluzes/marroquinas, ragas indianas, as simbióticas composições de Ananda Shankar, canções da maravilhosa Sarmila Roy, música do Rajastão e do Kashmir, cantos do saudoso ustad Nusrat Fateh Ali Khan, canções líricas do pakhtun Khail Mohammed e do iraniano Jamshied Sharifi, cantos iemenitas de Ofra Haza, cantos egípcios de Umm Khultum, cantos africanos do Ladysmith Black Mambazo, Fela Kuti, Lokua Kanza, Ebenezer Obey, Youssou N'Dour, Ali Farka Toure, teretismos bizantinos registrados por Christodoulos Halaris, música provençal, canções cubanas de Ibrahim Ferrer, Bola de Nieve, Pablo Milanez, Silvio Rodriguez, música étnica em geral, música instrumental em geral, discos do saxofonista Jan Garbarek, blues, rock progressivo e sinfônico, MPB (notadamente Vítor Ramil e Raul Ellwanger), samba à antiga, chorinho, poesia campeira de Jayme Caetano Braun e Rubem Borges Fialho (na voz de César Escoto Passarinho), canções gauchescas de Leopoldo Rassier, as baladas do "The Automatics", a música "pasteurizada" mas bem-feita do "Cold Play".
14. Outras obras essenciais, a seu ver. Já falei de tantas... relembro toda a obra de Borges, inclusive aquela em colaboração, que está para ser publicada no Brasil; "O Pequeno Príncipe", de Saint-Éxupery, a obra de Malba Tahan e a de Khalil Gibran, a literatura iniciática de Carlos Castañeda, a obra de Rabindranath Tagore, as estórias instrucionais do mulá Nasrudin, os livros do e sobre o coronel Richard Francis Burton, "Os Sete Pilares da Sabedoria" de T. E. Lawrence, os fragmentos dos pré-socráticos, a obra completa de Platão, a Metafísica, o Organon e o De Anima de Aristóteles... e todos aqueles que se inspiraram neles ou os atacaram com talento e produtivamente.
15. Quem mudou o mundo, historicamente falando? Várias pessoas que tiveram suficiente arrojo ou loucura, e que foram apoiados nos seus intentos, enquanto vivos (como Gandhi, Hitler, Einstein, Werner von Braun) ou principalmente depois de falecidos (como o Buda e Jesus Cristo)
16. O que mudou o mundo, historicamente falando? Apropriando-me do título do excelente livro de Jared Diamond, "Germes e Aço" - e eu acrescentaria, resumidamente: o fogo, a invenção da escrita, o dinheiro, os originais ensinamentos do profeta iraniano Zaratustra (tremendamente negligenciados), a filosofia e a ciência gregas, o estado romano, a cobiça dos bárbaros, os missionários irlandeses, os profetas semitas, a ascensão do Islã, as destruições mongóis, as cruzadas, as navegações de Zheng He e dos portugueses, o renascimento italiano, a revolução francesa, o império britânico, a revolução americana, os derivados do petróleo e o poder do átomo.
17. O que precisa mudar no mundo? Por quê? Precisa haver mais cooperação internacional com vistas a uma maior preservação dos recursos de planeta e para garantir um desenvolvimento sustentável e sem muitas discrepâncias entre povos e entre classes.
18. Quem, ou o quê, mudará o mundo? O que está mudando, nesse momento? Quem mudará o mundo serão, como sempre, pessoas arrojadas ou loucas, apoiadas nos seus intentos pela maioria ou pelos mais poderosos. Fora fundamentalistas como o presidente Bush ou Osama bin Laden, ou desaforados como Kim Jong-il e terroristas suicidas, quem tem mais chance de mudar o mundo é Jesus Cristo (voltando como prometeu) ou os pilotos dos misteriosos discos voadores (se resolverem intervir). O que está mudando é que, na pós-modernidade, os sonhos estão dando lugar à desesperança, a abundância de recursos naturais está em cheque e a concentração de renda beneficia proporcionalmente a muito poucos.
19. O que o tempo representa para você? Algo que, como dizia Virgílio, foge irreparavelmente, e que precisamos fazer render dormindo pouco e aprendendo muito. Três frases interessantes: 1) o tempo não passa, nós é que passamos; 2) cada dia a mais que comemoramos é um dia a menos que nos resta; 3) devemos viver o dia de hoje como se fosse o último, e aprender com o dia de ontem como se não fôra o penúltimo.
20. O ser humano é um projeto viável? Egoicamente ele já mostrou que sim do ponto de vista biológico (embora progressivamente compartilhe o planeta com cada vez menos espécies, e corra o risco de ser dizimado por epidemias ou numa hecatombe nuclear favorecida por ele mesmo), mas psicologicamente ainda precisa provar isso. Com todas as ressalvas do "Assim Falava Zaratustra" de Nietzsche, resta ao homem reinventar-se segundo o "sentido da terra", ou segundo o ensinamento da unidade mística que o Islã conhece como tawhîd, sobre a qual Abû Bakr as-Shiblî (m. em 945/334) falou: "Quem define a tawhîd de modo explícito é um apóstata, quem lhe faz alusão é um biteísta, quem a evoca é um idólatra, quem emite raciocínio sobre ela é um inconsciente, quem guarda silêncio a seu respeito é um ignorante, quem se acredita próximo dela está distante, quem faz dela seu êxtase é deficiente".