terça-feira, julho 11, 2006

MARAVILHA INEVITÁVEL

Marcus Ottoni


"Pela primeira vez criamos vida utilizando espermatozóides artificiais.”
Karim Nayernia, professor da Universidade de Newcastle, Grã-Bretanha



Maravilha inevitável do amor

Maravilha inevitável do amor
Que une sem saber do passado
Que pune sem viver do pecado
Que ensina vida nova, toda razão, toda prova
Vem desembocar num rio de verdades...

Queira amor, queira!
Deixa dor, deixa
Coração, cabeça, corpo inteiro
O amor é verdadeiro
Sair do chão, sentir paixão, lembra o infinito
Desse sentimento tão bonito
Que de tão grande às vezes dói
Mas, constrói no ser
O que de mais sagrado é!
Viver de pé, sem cair
Só sentir, mesmo com dor
Essa "maravilha inevitável do amor".

Pedro Mendes



Mesmo virtualmente

O que corta
Une
O que dói
Cura
O que silencia
Grita
O que esvazia
Supera
O que pertence
Desaparece
O que sobrevive
Luta
O que completa
Ilumina

Deborah Milgram



Sem saída

Na sombra da fome,
A noite escura,
Amarga da vida,
Morre.

Menino e homem,
A cruz de cada um,
O eterno querer,
Que toca e não passa.

À silhueta de um lobo,
De uma maneira tal,
Tristemente anda,
Pelas escuras veredas da vida.

Docemente impiedoso,
Tenta encontrar guarita,
Acaba entrando,
Num beco sem saída.

Roselis Medeiros



Não me mandem cartões virtuais

Outro dia, encontrei uma amiga e ela cobrou:

- Você não respondeu ao cartão virtual que lhe enviei. Não o recebeu?

Respondi que a mensagem deve ter chegado, sim, mas que não abro mensagens como aquelas.

Alguém deixou um recado para você. Alguém enviou um cartão para você. Coisas assim, não abro.

Pode até doer o coração e aguçar a curiosidade, mas já perdi arquivos preciosos na memória do PC por conta de vírus vindos nessas mensagens.

Essas são coisas engendradas por espíritos de porco que nos impedem, muitas vezes, de receber belas mensagens e até convites a reflexões amorosas com alguém. Mas eu prefiro não arriscar.

Assim, solicito que não me mandem cartões uol, terra, seja de que provedor for. Gosto das palavras. Quem quiser me enviar uma mensagem, use suas próprias palavras que vou ficar muito mais satisfeito. E não vou ficar frustrado por não abrir a mensagem.

Não precisa vir com flores, beijos, desenhos de corações entrelaçados.

Prefiro apenas as seguras palavras de um e-mail particular, individualizado, que a frieza de um cartão suspeito, talvez para prejudicar, que me leva a abri-lo pela ansiedade de encontrar ali belas palavras de amor.

Não. Não abro mais cartões virtuais, apesar de toda a ansiedade que a curiosidade deixa.

Eduardo Alexandre

por Alma do Beco | 7:57 AM


Hugo Macedo©

Beco da Lama, o maior do mundo, tão grande que parece mais uma rua... Tal qual muçulmano que visite Meca uma vez na vida, todo natalense deve ir ao Beco libertário, Beco pai das ruas do mundo todo.

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A imagem de fundo é do artista plástico e poeta Eduardo Alexandre©

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