quarta-feira, junho 28, 2006

ABILOLADO

Marcus Ottoni


“Essa obsessão de falar do passado é medo do presente. Ele tem medo de discutir a corrupção, o desgoverno, a ineficiência, a falta de equipe e a falta de projeto.”
Geraldo Alckmin

Franklin Serrão
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PROPOSTA

Quero acreditar na co-existência
Na possibilidade de poder viver
Deixar viver
Morrer por motivos naturais
Quero acreditar na co-existência
Não por amor, não por sentimento
Simplesmente por saber
Que não haverá amor que una
Dois opostos
Só a pura, fina, verdadeira consciência,
De reconhecer a impossibilidade
De encontrar outra solução

Deborah Milgram



Onézimo Maia

Onézimo Maia foi um grande poeta mossoroense, mesmo não sabendo ler e nem escrever. Faleceu em 26/02/2001.

Eis a prova:

Quando da entrega de uma viola pelo Governador a Chico Traíra, em Assu:

Canto pra Tarcísio Maia
Porque sou Maia também;
Eu sou Maia e vivo mal;
Ele é Maia e vive bem;
Ele tem o que não tenho
Eu tenho o que ele não tem.

Disse Ivanildo Vila Nova:
Você é bom repentista
mas falta material.

Onézimo:
Você canta Portugal,
Canta França, canta Hungria
Mas se eu tirar a tampa
Do baú da putaria
Nunca mais ninguém dá fé
da sua sabedoria.

No Sítio Pica Pau, o poeta Aldaci França, encerrando uma sextilha, disse:
A alma feliz coloca
um ponto final no pranto.

Onézimo:
Fico feliz quando canto
Meus versos de improviso;
Os dedos chutando as cordas,
Os lábio com ar de riso;
Sopra o vento de repente
Raspando o chão do juízo.

O poeta e advogado José Luiz provocou:
Veja que sou bacharel
e você o abilolado.

Onézimo:
Já vi whisky importado
Ter perdido pra Pitú
Saiba que um bacharel
Precisa de um papangu
Porque Monteiro Lobato
Cresceu com Jeca Tatu.

Em Jucurutu, numa festa do PMDB, Onézimo saudava a todos que lhe pagavam. O ex-Ministro Aluizio Alves, de saudosa memória, colocou uma nota de cinquenta reais em seu bolso.
Onézimo aproveitou para soltar a brincadeira:

Doutor Aluizio Alves
Agora compareceu
Botou a mão no meu bolso
Vou ver quanto ele deu,
Do jeito que ele é vivo
Pode ter levado o meu.

Uma vez apareceu um sapo no ambiente da cantoria, Onézimo não esperou:

O sapo tem muitas coisas
Mas nenhuma vale nada:
Tem couro e não dá baínha
Tem tripa e não dá buchada,
Tem sangue e não dá chouriço
Tem leite e não dá coalhada.

Onézimo foi convidado para cantar em um aniversário de uma criança e foi pessimamente recebido pelo dono da casa. Ao sair, não contou conversa:

Quando eu voltar aqui
Seu menino tem crescido
Sua filha tem casado
Já tem deixado o marido
Sua mulher tá com outro,
O senhor já tem morrido.

É só uma pequena lembrança do grande poeta mossoroense.

Elder Heronildes



Carta de Amor para Quem Partiu....

Aaaaaah.... se eu vivesse para chegar aos sessenta, setenta ou quem sabe aos oitenta, viveria cada segundo para você, assim como o tenho feito nos últimos anos. Se eu pudesse tomar tuas mãos nas minhas novamente, e gentilmente protegê-la ....., seria meu maior prazer. Se você me privilegiasse com sua companhia na história da minha vida, nos anos que mais à frente me esperam, envelhecer seria meu maior deleite.

Aaaaaahh.... se o destino assim permitir, tudo terá mais sentido. A chuva e sol, o amanhecer e o anoitecer, o compartilhar de um bom livro nas noites, o caminhar descalço na areia molhada da praia, ombro a ombro, sentindo sua pele roçar na minha, olhar para você sempre que estiver distraída, respirar fundo, e, sob o silêncio da brisa que afaga teus cabelos, agradecer por tê-la na minha vida.

Estou triste! Vivo absorto nas lembranças que você deixou nas fotos, e no vazio que abarrota meu coração. E enquanto o tempo passa sem você ao meu lado, tento gerenciar o tormento que ora domina meu consciente e meu inconsciente.

Aaaaaahhhh.....se tudo voltasse ao normal, e tua voz suspirasse novamente “eu te amo” aos meus ouvidos, e tuas sempre delicadas mãos tomassem as minhas e, ainda que bem menores, me protegessem da solidão, todos os meus medos se esvairiam.

Se eu chegar aos sessenta, setenta ou oitenta sem você ao meu lado, minha biografia haverá incompleta. Muito eu desejaria poder depositar os créditos dos bons momentos que tivemos juntos, sufocando os de infelicidade que tão raros foram.

As mãos, a praia, a areia, a brisa, tua pele e teu rosto maravilhosamente lindo, ficará congelado no tempo da minha memória. A cada segundo sem você, envelheço cronologicamente e me aproximo, do que, agora, mais me assusta — a velhice.

Te amo.

Charles Phelan

por Alma do Beco | 5:00 AM


Hugo Macedo©

Beco da Lama, o maior do mundo, tão grande que parece mais uma rua... Tal qual muçulmano que visite Meca uma vez na vida, todo natalense deve ir ao Beco libertário, Beco pai das ruas do mundo todo.

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Praieira
(Serenata do Pescador)


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A imagem de fundo é do artista plástico e poeta Eduardo Alexandre©

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