"O que aconteceu no Brasil foi a perda de respeito."
Fernando Henrique Cardoso
Animal pós-moderno
Quem dá o pão, dá o pau;
Diz quem bate sem perdão.
Quem dá o pau, dá o pão;
Diz quem pede sem moral.
Eu sou um animal
Um animal emocional.
Produto contracultural
Da sociedade pós industrial em implosão.
Quem dá o pão, dá o pau;
Diz quem bate sem perdão.
Quem dá o pau, dá o pão;
Diz quem pede sem moral.
Bicho sem razão, passional;
Bicho sem paixão, impessoal;
Ente anti-social
Ante trabalho e capital sem revolução.
Quem dá o pão, dá o pau;
Diz quem bate sem perdão.
Quem dá o pau, dá o pão;
Diz quem pede sem moral.
Entre o vício e a virtude
Eu sou minha droga;
Entre a intenção e a atitude,
Eu sou minha obra.
Eu sou minha cobra
E minha maçã envenada.
Sou meu, sou eu
Manobra de minha própria cilada.
Marcelo Bolshaw Gomes
Capitalismo Selvagem
Como todos os produtos da sociedade capitalista, eu sou uma mercadoria. E como tal, em minha moral, há dois valores encravados: o de me sentir útil-necessário e o de me trocar-medir, em que peso prestígio e desprezo, administrando preços e valores menores. Politicamente descartáveis.
Eu sou uma mercadoria de valores opostos em guerra marginalisticamente escondida.
Entre meu consumo e minha produção, eu sou o marketing da humanidade perdida.
Em minhas trocas, é capital diminuir os custos e aumentar o lucro, acumular, e, no final das contas, achar e estornar o valor da diferença.
Marcelo Bolshaw Gomes