segunda-feira, maio 22, 2006

CRÍTICA DA CRÍTICA

Marcus Ottoni


“Itamar e Garotinho abririam mão para Simon.”
Paulo Peixoto, da Agência Folha

Orf
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Plínio Sanderson

Romildo na Rota de Amsterdam

O cantor e compositor Romildo Soares apresenta amanhã, às 18:30h, no Teatro Alberto Maranhão, o show “Na Rota de Amsterdam”.

Convidados: Pedro Mendes, Geraldo Carvalho, Khrystal, Valéria Oliveira, Simona Talma, Gabriel Souto e Orquestra Boca Seca.

A Banda:
Paulo Brunis (guitarra)
Riva Andrade ( guitarra)
Juquinha (bateria)
Ranier (baixo)

O show nacional será com a performática Maria Alcina



Desespero de um Poeta

Estraçalho os papéis a minha frente!
Faço calos nos dedos, sinto dor;
Deixo louco meu pobre computador
Na procura dum verso mais decente.

Com angústia, esfrego minha mente,
Pra arrancar algum verso com furor,
Mas encontro um vazio no interior
Onde a idéia se esconde no latente.

Olho ao lado, e só vejo os mil papéis,
E devido aos meus erros tão cruéis,
Trava o micro com um verso mal feito.

Enlouqueço, me levanto, fico andando,
Olho pra mim, e termino perguntando,
Onde está o poeta do meu peito?

Gilmar Leite



freudiet

o
poeta superou a fase anal
na ágora, num repente oral
vomita poesia
para o público boquiaberto.

Plínio Sanderson



Barrados

Veja até domingo, no Palácio da Cultura, “Barrados no Salão – Primeira Exposição dos Excluídos”. Esta exposição, organizada em função das comemorações do dia do artista plástico, ensejou uma ligeira polêmica, como sempre ocorre por aqui, molemente alimentada pela imprensa. A polêmica é sempre salutar quando elegantemente levada à frente. Neste caso, pelo que li e ouvi, senti falta de uma reflexão histórica ou alguma referência direta sobre o “Salón des Refusés”, realizada em Paris, em 1863. Para alguns historiadores, aquele foi um marco na História da Arte, ponto de início da pintura modernista.

Como o Salão histórico, “Barrados...” também se compõe (em parte) de obras não selecionadas em um concurso oficial, patrocinado por uma instituição estatal. Mas há alguma diferença. Por exemplo: o “Salón...” ocorreu por imposição do Imperador Napoleão III e contra a vontade dos recusados, que com razão temiam uma reação negativa do público, que de fato houve. Já “Barrados...” é uma iniciativa surgida entre os artistas e que teve democrático apoio estatal e talvez não plena, mas clara aceitação do público. Outra diferença é que, não obstante a presença de obras de Assis Marinho, Pedro Pereira, Diniz Grilo, Eduardo Alexandre, entre outros, a exposição “Barrados...” não tem nada que se compare (pesando-se todas as circunstâncias) a um “Almoço sobre a relva”, de Manet, exposta no “Salón...” de 1863. O que se espera é que esta iniciativa não venha, como o “Salón...”, ter influência sobre um possível desgaste dos Salões promovidos pela Prefeitura do Natal, que têm constituído grande significação para as artes visuais de todo o estado.

Afinal de contas, a mágoa dos recusados sempre tem um alvo preciso: as comissões julgadoras; é apenas “por tabela” que a instituição promotora recebe os resmungos. O nível de conhecimento sobre as artes, práticas artísticas pessoais e até mesmo o (mau ou bom) gosto dos membros destas comissões têm elevado poder de influir sobre as seleções e elas, as comissões, em geral trabalham com absoluta independência, como eu posso atestar. Isto significa que, para um mesmo grupo de inscritos, diferentes comissões fariam diferentes seleções. O fato é que, independentemente destes fatores, um mínimo de bom senso de qualquer comissão teria rejeitado muito do que se vê em “Barrados...”.

Vicente Vitoriano



Crítica da Crítica

Em “barrados”, matéria publicada na recente coluna de Vicente Vitoriano
sem almoço na relva ou na selva das veleidades
o professor tece considerações palpáveis
outras, sem conhecimento dos fatos e deveras equivocadas.

Durante os preâmbulos sempre foi ressaltado o caráter histórico
do evento “barrados”
foi citado o (napoleônico) “Salão dos recusados” de 1863;
revelado o paralelo com a expô Impressionista
na casa do fotógrafo Nadar,
rua dos capuchinhos, 35, Paris, em plena belle époque;
ventilado o movimento dos excluídos da Bienal de 76/77 de São Paulo
(que o colunista não citou)
e ainda, um evento que ocorria concomitante em Sampa
(inconsciente coletivo ou coletivo conseqüente?).
Portanto, realizamos um salão se não sui-generis
(por ser paramentado dialeticamente nas reminiscências plásticas)
mas, que cumpriu os objetivos vislumbrados
glauberiana arte, “dimensão onírica da matéria”
escancarar o espaço da Pinacoteca
(lugar público, único apoio oficial) indiscriminadamente
para artistas com ou sem talento, “sem obras-primas absolutas”
inclusive aos estorvos administrativos do capitão das artes.

Vicente concluiu afirmando que
“as comissões, em geral trabalham com absoluta independência”
e ainda, “um mínimo de bom senso de qualquer comissão
teria rejeitado muito do que se vê em "Barrados...".
Esqueceu de citar que entre as obras premiadas
do último salão da FUNCART
Estava a irmã do chefe.
Obra (não prima, mas obra-irmã) que com certeza por qualquer curadoria
(vixe, vá de retro...)
estaria bem posta na primeira parede da exposição “barrados”.
Bom senso e independência, sic!

Caetano Velasques já vaticinou
“a crítica que não toque na poesia”
porém, Caetanético, discordo da frase seguinte na canção
Nunca basta de filosofia!

Plínio Sanderson

P.S: o caro Vicente não deve ter lido o manifesto escrito para o evento
infelizmente, não pude enviá-lo ao mesmo
como fiz para toda a imprensa
(a do expediente da bruaca e também aos afins)
pois, apesar de assinar uma coluna, não há o e-mail de contato.
Na comunicação acadêmica (ou não) um ato falho,
erro-dito ou erudito inaudito?
“Quem não se comunica se trombica”.

P.S 2: Vitoriano também não deve ter assistido matéria realizada e exibida pela TV da instituição que o professor trabalha
onde relacionei todos os imbricamentos históricos supracitados.

P.S 3: Liguei pessoalmente para o dileto amigo
convidando-o para participar do Barrados.




Precisa-se de Música
O projeto Seis e Meia agoniza


A missiva eletrônica, sobre a qual seus olhos passeiam agora, é, na verdade, um clamor; para os mais versados em assuntos eclesiásticos, é uma ladainha em prol de um evento sério e tradicional chamado “Projeto Seis e Meia”, que acontece, há onze anos, todas as terças-feiras, no nosso resistente Teatro Alberto Maranhão.

Desde o primeiro projeto, com Nico Rezende, venho acompanhando as sagas de Zé Dias e de William Collier. Nunca perdi um show. Nenhum. Tenho assistido, ano a ano, mês a mês, semana a semana, as dificuldades crescentes para a sua continuidade. Ao que parece, a maioria de nossos empresários não sabem das dificuldades do projeto, ou melhor, sequer da existência do mesmo. Cultura nesta província de Câmara Cascudo vale menos que eleitor, após eleição.

Defendi, defendo e defenderei o projeto. É simples minha bandeira: não sou empresário de nenhum artista local; tampouco, nacional. Jamais, tirei vantagem financeira de nenhuma das mais de 540 apresentações que desfilaram nos palcos do TAM, algumas memoráveis. Fui, e digo isto com o orgulho dos privilegiados, testemunha de grandes momentos. Vi a beleza e a leveza da música, através do Delicatto e nem bem este começa sua carreira não recebe a autenticação de alguns tabeliões da cultura desse cartório de beira de Potengi poluído.

Fui testemunha emocionada do vigor nordestino nas cantigas de Galvão Filho. Sua música é Açude de Luz e tem a Energia dos Cristais, como ele próprio afirma. Encantei-me e, comigo, toda platéia do teatro, com a suavidade da mulher cangaceira na visão e interpretação de Babal, outro filho de seu Severino Galvão. Descobri Khristal, sua força e empolgação, se fazendo voz de Manoel Marinheiro, cantando coco, como se o ritmo estivesse sendo criado naquele momento no coração dela, e encantando em algum canto do céu Jackson do Pandeiro.

Testemunhei a qualidade vocal de Wigder Vale; afinado e sóbrio nas suas interpretações, a ousadia e o resgate de nossas raízes com um grupo como o Pedu Breu ou então a magia de um Cleudo, o talento do Café do Vento. A qualidade que habita as esquinas desta terra de Dozinho, Tonheca Dantas e Othoniel Meneses, desfila no palco da nossa principal casa de espetáculo. Foi neste projeto que tive o prazer de atestar o talento de músicos como Diogo Guanabara, hoje no Rio de Janeiro tocando com Oswaldo Montenegro, Antônio de Pádua, Di Stefano, Jorge Moura, Júnior Primata, Serginho Grover, Jubileu, Eduardo Tauffic, Gilberto Cabral, Carlinhos Zens, Fernando Botelho e tantos outros.

Pelo exposto, o projeto já se justifica e não deve mais pedir permissão de continuidade a ninguém. É patrimônio cultural da cidade e do Estado. É referência nacional, segundo os próprios cantores e compositores de renomes nacionais que são convidados como atrações principais. E sobre eles, os nomes nacionais, reservar-me-ei ao direito de apenas citar alguns: Fagner, Chico César, Zeca Baleiro, Lenine, Rita Ribeiro, Francis Hime, Leila Pinheiro, Selma Reis, MPB-4, Alceu Valença, Belchior, Tunai, Oswaldo Montenegro, Paulinho Moska, Sivuca e Glorinha Gadelha, Dominguinhos, Xangai, Luiz Melodia e tantos outros. Cito-os apenas, pois meu objetivo é justificar a manutenção de tal relevante projeto musical, pela óptica do talento local.

Portanto, caros leitores, senhores empresários, políticos e estudantes, amantes da boa música, assistam, ao menos, uma vez, a uma das sessões do Projeto Seis e Meia, e lutem pela revitalização de um evento que em nome da cultura e do bom senso não pode morrer...

Que Orfeu, o Deus da música, nos guarde hoje e sempre... amém.

Adailton Figueiredo

por Alma do Beco | 8:53 AM


Hugo Macedo©

Beco da Lama, o maior do mundo, tão grande que parece mais uma rua... Tal qual muçulmano que visite Meca uma vez na vida, todo natalense deve ir ao Beco libertário, Beco pai das ruas do mundo todo.

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