NATAL/RN
O Maestro, em plena escadaria da Igreja, faz um inferno.
Antoniel Campos
Hugo Macedo
Maestro Gilberto Cabral
Dia 28 – Terça – Feira
12h – Folia de Rua
15h – Galo da Rua do Caminho de Beber Água
16h – Rachell Groisman – Canta sambas enredos do carnaval carioca
17h – Entrega dos Prêmios de Fotografia, Fantasia e Prêmio Câmara Cascudo de Destaque de Grupo Folclórico do Carnaval Natalense:Homenagem a Rubens Pessoa
18h – Galo da Santa Cruz da Bica
22h – Khrystal e Banda – Cantam o carnaval de Caetano Veloso, Moraes Moreira e Alceu Valença
00h – Banda do Centro Histórico, do maestro Duarte
Dunga, faça chegar às mãos de Gilberto esse escrito, porque não sei se tornarei ainda ao Beco no Carnaval, mas queria dizer isso a ele, agradecendo os momentos de pura graça patrocinados.
Antoniel Campos
Nasce um Maestro
Hugo Macedo
"Você:" e o maestro aponta para o saxofonista que, tímido, ensaia uma desculpa. "Venha! faça o que você faz sempre, o normal", incentiva o Senhor de cavanhaque. E o saxofonista, vencendo a si, deslancha em acordes e improvisos inimagináveis — para ele e para a platéia atenta e embevecida. A orquestra, atenta, em uníssono, permeia o acorde clássico de Vassourinhas, dando ensejo ao próximo participante. Mais um o sucede; agora, o trompetista, mais improvisos, o compasso magicamente marcado pelos demais. Os trompetes riscam sonoramente o ar na hora certa. Agora, só pelo olhar do Mago, a vez dos trombonistas, cada um, inclusive Ele, Trombone de Vara, uma riscada no ar e o tarol sabe que é a sua vez. Vassourinhas segue inebriando. E todos — Todos — dão o show. A turma do Bombardine mandando ver em graves de fazer tremer todas as Adjacências, que dirá o próprio Beco. Mas a Orquestra tem que seguir — Aleluia! — Beco da Lama, João Pessoa, Princesa Isabel, cruza-se a Rio Branco, caminho da Igreja do Galo — parada estratégica: tocador quer beber — e então, senhores e senhoras, hora do espetáculo. O Maestro, em plena escadaria da Igreja, faz um inferno. Novamente, cada componente, todos já desinibidos, dizem para que vieram. Hora mágica: o êxtase de saber que está fazendo a coisa certa faz deitar o nosso Maestro no chão: momento apoteótico. Ele deitado e o trombone de vara riscando o ar, como a dizer: eu não sou nada: que paire sobre mim esse instrumento que fala mais do que eu, porque diz a minha alma. O frevo come rasgado nas ruas do Centro Histórico de Natal!. Mágica, mágica pura. Hora da água. Hora de seguir: o Beco espera. Eu disse que todos deram o seu show? não. Faltava a turma do couro. Agora sim. Nova rodada de acordes e improvisos, sempre Vassourinhas — a nossa dívida com Recife — e a surpresa propositadamente deixada para o final: espetáculo dos Surdos, Júnior Negão no comando: coisa maravilhosa: todos tocam em todos os surdos. E tudo ao mínimo gesto do Senhor da Banda da Ribeira, ele: Gilberto Cabral: O Maestro de Natal. Novamente deitando no chão, porque, ele sabe, Carnaval é isso: pé (e corpo alma) no chão!
Hora dos abraços, de agradecer: Valeu!
Viva a Gilberto Cabral!
Viva à Banda da Ribeira!
Viva ao Beco!
Viva ao Carnaval de Rua de Natal!
Antoniel Campos, com os acordes de Vassourinhas na mente, mas ouvindo "Último Dia", com a Orquestra de Cordas Dedilhadas de Recife.
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Ando toda brocoió, cum uma sodade do frevo, do carnaval de rua, das máscaras, das fantasias, das ladeiras, dos surdos....
Dália, com uma terça-feira .........GOrDa.......no imaginário.....
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Antoniel,
Ontem,
Gilberto acompanhou Valéria Oliveira num momento bonito do carnaval do centro histórico.
E veio Isaque e veio Donizete.
Emocionou ver o Jaraguá 'arrodear' Cascudo numa calma de cidade sob surdos, meninas em sopro na banda do maestro Duarte. Mais arrodeios ao Mestre, à Pedra, ao João Maria. Rua.
Hoje quero ver todos lá.
Ontem, para mim, foi um dia.
O momento mais emocionante da banda de Gilberto, para mim, foi na Travessa do Tesouro, chegando à Rua da Palha, Bar de Nazaret.
Beleza de texto e gesto, Bardin. Tô sem impressora.
Dunga