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Manchete do Jornal do Brasil, de hoje
Marcelus Bob
Nós, que fazemos a Sociedade dos Amigos do Beco da Lama e Adjacências, levamos para a Capitania das Artes e Fundação José Augusto um projeto que tem por objetivo principal resgatar o carnaval urbano de Natal. Esse é um sonho de muitos natalenses, que, há mais de duas décadas, vêem o nosso carnaval se espalhar pelas praias de veraneio, deixando a cidade vazia de qualquer folia.
É um projeto ousado, porém relativamente barato, em torno de 150 mil reais. Um investimento que, com certeza, em curto prazo, terá retorno incalculável para a cultura e, principalmente, para o turismo de Natal.
A idéia é levar o carnaval para o centro histórico, resgatando nossa paisagem de origem.
Para mexer com imaginário popular, duas bandas serão criadas: a Galo da Bica e a Galo do Caminho. Na verdade, Banda do Galo da Santa Cruz da Bica e Banda do Galo da Rua do Caminho de Beber Água. Três ícones de nossa história e dois galos a se rivalizarem, como os antigos xarias e ganguleiros. Não que eles saiam às esporadas. Só alternativas que se misturarão a uma folia maior, pensada, planejada para fazer renascer o melhor da época momesca: a espontaneidade da folia satírica, bem humorada, colorida.
E para colorir e trazer alegria e público para um carnaval que não mais existe numa cidade vazia, mais provocações ao imaginário popular, com disputas entre grupos folclóricos, grupos de papangus, bonecos e troças carnavalescas. A idéia é atribuir-se prêmios para que as fantasias surjam, os bonecos apareçam e tomem as ruas do Centro Histórico. Prêmio Câmara Cascudo para o melhor grupo folclórico, o folclore abrindo as programações do carnaval nosso de todos os dias, desde a sexta-feira gorda, em passeios pelas ruas Santo Antônio, Praça André de Albuquerque, Rua da Conceição e; muitos outros prêmios.
Na Praça André de Albuquerque, uma praça de alimentação e uma Feira da Fantasia. Entre a praça e o Palácio da Justiça, com frente para a Assembléia Legislativa, o palco principal do evento, para shows que entrarão noite adentro, com artistas nossos, cantando as músicas do carnaval brasileiro. Para crianças e velhas gerações, na Praça da Poesia, no pátio interno do Palácio da Cultura, quatro bailes, dois para os Galinhos do Centro Histórico e dois para os saudosos do Gango do Tetéu, dos anos 50 do século passado.
Ainda existem na cidade os blocos de carros alegóricos? Vamos levá-los, então, ao Centro Histórico. Vamos criar prêmios para atrair fantasias, viver sonhos. Criar condições para uma Maratona Fotográfica tendo como tema o evento e; realizar uma oficina de artes plásticas onde os nossos pintores materializarão em risco e tinta o carnaval e seus encantos.
O prefeito quer a festa. Dácio Galvão, presidente da Capitania das Artes, e Amélia Freire, diretora de promoções culturais da Fundação José Augusto, gostaram do projeto. Há dificuldades orçamentárias, mas boa vontade para tentar superá-las. Agora, é trabalhar para tudo dar certo. E esperar que o povo de Natal entre em beco e saia de beco acompanhando as bandas que levarão alegria e animação aonde antes só existia o vazio.
Você, que gosta de carnaval, prepare o espírito: adquira na Feira da Fantasia a máscara ou adereços que o fará folião e; para brincar, escolha o Galo de sua preferência ou os dois, porque eles se somarão a uma tradição que será criada e se fará história na cidade do Natal.
Quem viver, verá.
Eduardo Alexandre
Diretor Executivo da SAMBA
Sociedade dos Amigos do Beco da Lama e Adjacências