Ponta Negra
"Onda de violência em Natal, falta de estrutura e o estigma da prostituição que se alastra são os principais problemas apontados para explicar a queda dos negócios na praia mais famosa de Natal."
Gancho de Manchetão de O Poti, de hoje.
Trampolim de Areia Preta – Urbanização Sylvio Pedroza
Violência, falta de estrutura
e o estigma da prostituição que se alastra
Esses são problemas que há muito estão diagnosticados em Natal.
Ponta Negra precisa voltar a ser nossa. Não que não queiramos o turista lá. Queremos. Não para buscar meninas prostituídas, mas para desfrutar da beleza física da praia, conhecer melhor nossa gente, nossa história.
O debate a ser travado, por necessidade urgente, é como substituir a prostituição por algo que nos represente de fato.
E o que melhor nos representa é nossa cultura, nossa arte.
Se a resposta é essa, compete-nos mostrá-la a quem de direito: ao prefeito, ao secretário de turismo, ao presidente da Fundação Capitania das Artes. Se preciso, e parece que é, pedir ajuda à governadora, ao presidente da Fundação José Augusto e também ao secretário de turismo do estado.
Não vamos acabar com a prostituição ali nem em qualquer lugar, mas podemos, planejadamente, ocupar culturalmente o espaço, de forma a mostrar que a nossa cidade está mais aberta ao turismo cultural que ao da exploração sexual.
É difícil fazer? É.
É necessário o desenvolvimento de toda uma estratégia para que atinjamos objetivos, mas cabe à autoridade pública o primeiro passo: o interesse em mudar a triste realidade (momentânea?) da esquina do continente, essa terra de um Deus mar.
Eduardo Alexandre
As águas vão rolar
Daqui a outubro, muitas águas correrão à margem.
Deixaram sangrar. Sangraram.
Não entenderam fábulas de ovos e serpentes.
Eram cobras criadas do mesmo serpentário.
Somos apenas pasto, nesta cadeia alimentar.
Parece existir uma certa condução deliberada para bipolarizar o debate, quando vivemos um momento no qual sabemos que não podemos acreditar em qualquer dos lados, ambos engalfinhados em verdades de práticas escabrosas
Desprezam-se candidaturas como as de Heloísa Helena - ainda não posta; ou a de Roberto Freire, que nem aparece na consulta ibope.
Não se ouvem as esquerdas do PT, muito menos o que diz o PSTU. A imprensa podia ajudar, mostrando se tem alguns bons, e reservar-lhes mais espaços. Ping-pong às vezes cansa.
Quem está mal pago na lambança toda é o povo, logo ele, que paga a lambança.
Esperar autofagia entre os dos executivos - Federal, estaduais - e dos legislativos, é uma ingenuidade sem tamanho.
Se eles se locupletam e disso vivem, o que esperar? Que tucanos peçam o impedimento de Lula e petistas o de Serra ou Aécio ou Alckmin?
O aterrador é a perspectiva de convivermos com isso por mais um ano, mais um mandato, talvez outros e outros.
É o modelo republicano que faliu ou somos nós, os homens e mulheres, que não temos jeito?
Neuza Margarida Nunes