domingo, janeiro 22, 2006

AS ÁGUAS VÃO ROLAR

Alexandro Gurgel


Ponta Negra

"Onda de violência em Natal, falta de estrutura e o estigma da prostituição que se alastra são os principais problemas apontados para explicar a queda dos negócios na praia mais famosa de Natal."
Gancho de Manchetão de O Poti, de hoje.


Trampolim de Areia Preta – Urbanização Sylvio Pedroza


Violência, falta de estrutura
e o estigma da prostituição que se alastra

Esses são problemas que há muito estão diagnosticados em Natal.

Ponta Negra precisa voltar a ser nossa. Não que não queiramos o turista lá. Queremos. Não para buscar meninas prostituídas, mas para desfrutar da beleza física da praia, conhecer melhor nossa gente, nossa história.

O debate a ser travado, por necessidade urgente, é como substituir a prostituição por algo que nos represente de fato.

E o que melhor nos representa é nossa cultura, nossa arte.

Se a resposta é essa, compete-nos mostrá-la a quem de direito: ao prefeito, ao secretário de turismo, ao presidente da Fundação Capitania das Artes. Se preciso, e parece que é, pedir ajuda à governadora, ao presidente da Fundação José Augusto e também ao secretário de turismo do estado.

Não vamos acabar com a prostituição ali nem em qualquer lugar, mas podemos, planejadamente, ocupar culturalmente o espaço, de forma a mostrar que a nossa cidade está mais aberta ao turismo cultural que ao da exploração sexual.

É difícil fazer? É.

É necessário o desenvolvimento de toda uma estratégia para que atinjamos objetivos, mas cabe à autoridade pública o primeiro passo: o interesse em mudar a triste realidade (momentânea?) da esquina do continente, essa terra de um Deus mar.

Eduardo Alexandre




As águas vão rolar

Daqui a outubro, muitas águas correrão à margem.


Deixaram sangrar. Sangraram.
Não entenderam fábulas de ovos e serpentes.
Eram cobras criadas do mesmo serpentário.
Somos apenas pasto, nesta cadeia alimentar.


Parece existir uma certa condução deliberada para bipolarizar o debate, quando vivemos um momento no qual sabemos que não podemos acreditar em qualquer dos lados, ambos engalfinhados em verdades de práticas escabrosas

Desprezam-se candidaturas como as de Heloísa Helena - ainda não posta; ou a de Roberto Freire, que nem aparece na consulta ibope.

Não se ouvem as esquerdas do PT, muito menos o que diz o PSTU. A imprensa podia ajudar, mostrando se tem alguns bons, e reservar-lhes mais espaços. Ping-pong às vezes cansa.

Quem está mal pago na lambança toda é o povo, logo ele, que paga a lambança.

Esperar autofagia entre os dos executivos - Federal, estaduais - e dos legislativos, é uma ingenuidade sem tamanho.

Se eles se locupletam e disso vivem, o que esperar? Que tucanos peçam o impedimento de Lula e petistas o de Serra ou Aécio ou Alckmin?

O aterrador é a perspectiva de convivermos com isso por mais um ano, mais um mandato, talvez outros e outros.

É o modelo republicano que faliu ou somos nós, os homens e mulheres, que não temos jeito?

Neuza Margarida Nunes

por Alma do Beco | 10:56 AM


Hugo Macedo©

Beco da Lama, o maior do mundo, tão grande que parece mais uma rua... Tal qual muçulmano que visite Meca uma vez na vida, todo natalense deve ir ao Beco libertário, Beco pai das ruas do mundo todo.

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A imagem de fundo é do artista plástico e poeta Eduardo Alexandre©

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