domingo, setembro 10, 2006

AH, O AMOR!

Marcus Ottoni


"Os brinquedos sexuais contêm as mesmas substâncias tóxicas que a União Européia proibiu para uso em brinquedos infantis.”
Greenpeace, em release publicado pelo QG da organização, em Haia

Karl Leite
















No Castelo de Engady, Caicó/RN


AQUI OH! KAOS


P.S e Washington Virgínio (in memoriam)
Manifesto do Movimento Anárquico SONRISAL-UFRN/1985



Você aí populacho que não tolera o vazio
detesta o mórbido e se apavora no simlencium..

Você genniozinho que se senta na primeira fila e
apenas dizzz: yes!
as psic ologias sos ociais e resumum sua
pseudo-práxis academicista a meros pré-pós-fácios
e outrorelhas de clássicos e bestasellers....

Você que nunca andou de bond não se pode
deixar atropelar por hum passado que
nada representa e perder o trem do pôr-vir...

Você aí que ainda chama painho
tratetente de dormir com édipo
filho de família catolicista e bem
reside in sobradus art nouveart
cultua o corpo Christi:
ah! lácrima Christi it’s here...

Você mocinho transparece vanguardoso
mas se curva diante todas as seitas
prê-fere-e-rigir yours mit’s em papéis
in-rola-im-pre-gnados-of-fezes...

Você que yet think que o Peter-o-Álvares & kabralll
realmente descobriu the earth brazilian e os
silvícolas apenas ex-peravam
vinhos-brindes-do-porto
our coca-colas que o valham...

Você aí populacho que descaminha no muro
frontspício caído em Berlins Bonfins
galga degraus do im-becilis-nato
dezligue sua tv entre prá história
re-tire antena-do-tetu-ponha-non-tatoo...

Você rapeize que in tardes cinzentas veste
um jeans/justo/busto/desbotado
a angariar orgasmus efê-meros
in shopping centers co. 100% national...

Você cidadão que obdesce a sinais luminosos
expera o verde encruz-a-mentos
a linha do breu e a luz do buraco neglo
é-bem-sob-embaixo de todo solstício...

Você nativo das kapital
habitante plástico espírito consumista
selvagem troglodita-poliglota nesse imundo
sisteima fiador do tódio...

Você populacho se dizzz comunistóide
não passas de um rídiulo pseudo lntelectualóide
dreamer over is ir à cuba ébrio de vodka kreemlins
riste em trancilins a proferir
jargões bolchevistas milnovecentosdezessete...

Você que pensa ser a anarchy uma
badernabalbúrdiaesculhambação
pré-pare-se-para se tornar imortal da A.B.L
o que mui denota ser culto/inteligente
talqualmente general terceiro mundista...

Você populacho filantropoboboprobo
acredita que sua loja maçônica
apenas-mente doa re-médio/mass
aos índios da amémrica central norte caribe sul...

Snow você aí ridículo que
sentiu náusea bufou
sentiu tonteiras /doideiras
delírios in-tremens e
asco-ao-ler-ao-leo:

NÃO VOTE, REVOLTE, ARROTE!

Plínio Sanderson



ENIGMARGENS DO ENSANDECIDO

"A alegria é a prova dos nove" (Oswald)

Na Era do Póstudo, sincronicidades/simultaneidades, Enigmagens do Ensandecido, "uma poética da leitura", pastiche borgeano...

"Panaroma", expressão cunhada em título de uma tradução fragmentária do "Finnegans Wake" de James Joyce por Augusto/Haroldo de Campos. "Panaroma no Kaos", paideuma inter/semiótico; de "Simmias" de Rhodes, há dois milênios ao "Ovonovelo" (1956) de A. Campos, eis "O Cio D’ócio", uma irônica alegoria ao bel prazer, heráldica poesia pulsante tipologialternativa, in alternância, claro/escuro, universo semântico.

Uma simbiótica relação se desenvolve entre os poetas do Pós-Tudo, um verdadeiro diálogo antro(pop)lógico, de apropriações, "poétiches" (Bianor Paulino) e/ou versões processuais. "Ex-Tudo" também é um poemantológico produzido pelo mesmo A. C no final do século XX, gerado por uma enorme polêmica intelectual: "quis mudar tudo, mudei tudo, agora mudo: ex-tudo". Eu, primeira pessoa do singular, compus uma versão, um poema/objeto (rolo de papel higiênico), exposto na 1ª Panorâmica da Escultura e do Objeto Pernambucano, anos 80.

"Polética" conflue ao livrobjeto de Júlio Plaza (poética/política= Polética); idéias convergentes, o fósforo queimado e a sua chama em "Afetart", o segundo livro de P. Sanderson (1985) coincide com um poema que posteriormente J.P. materializou a idéia num zine do "Lei Seca", Café do Bexiga, em Sampa.

P. S. e os seus hai-kais radicais: meta-irônicos, como referia-se Octávio Paz a "Marcel Ducahmp ou o Castelo da Pureza". Do Poema Visual à Prosa lítero-Poética este inventor de neologismos (vide "Contemporaneiguar") sempre instigou performaticamente fruição na cena artística pelos diversos ambientes trafegados: ruas, becos, bares, botequins, palcos a(r)mados a céu aberto, passeatas comemorativas ao Dia Nacional da Poesia (14 de março), Festivais do Forte dos Reis Magos, Galeria do Povo na Praia dos Artistas; Oropa, França y Caicó...

Protagonista irrequieto desta ação contemporânea, entre contemporâneos seus, nesta "antilogia" de influências herdadas e reinventadas, desde Oswald de Andrade e/ou José Bezerra Gomes; João Cabral de Melo e/ou Glaber Rocha; da Poesia Concreta ao Poema Processo. Entroutras signagens experimentais como a Arte/Correio...

Jota Medeiros



Ah! O amor...

Certa vez conversando com o jornalista Vicente Serejo, um dos bons cronistas da terra de Poti, ele dizia que o complicado no amor era a questão da cronologia da paixão. E explicava: "Quando os casais se apaixonam geralmente é de uma vez só. Os dois se apaixonam e tudo fica muito fácil. Para acabar a relação é muito diferente, pois a cronologia deixa de existir e sempre um se desapaixona primeiro".

Nesses tempos corridos, de muitas mudanças, umas nem tão perceptíveis assim, é comum às notícias de relacionamentos desfeitos, como se o amor não conseguisse mais fincar raízes como nos tempos mais calmos, sem tantas informações. Antes eram incomuns as separações, os desenlaces. E, para a sociedade, principalmente para as mulheres, não era bom. Na minha infância e adolescência ouvi muitas conversas assim: Ela é uma boa pessoa, mas é uma mulher desquitada, o marido a deixou, sabe-se lá por quê? Não queriam nem saber se o marido a havia trocado por outra.

Hoje, a pergunta é: Lá vai fulana, está bonita, será que ainda está casada?

Vivemos um novo tempo?

É provável que as cabeças tenham mudado, mas mesmo diante de tantas descobertas na área humana, de tantos novos conhecimentos comportamentais, parece que as mentes estão se voltando para o material, apenas para o tangível, como se uma nova glândula puramente sexual esteja atuando na maioria das cabeças. O amor, o sublime amor de quem apenas ama, observando o todo da pessoa, começa a parecer uma coisa antiga, démodé, tão fora de moda que passou a ser pouco respeitado. Muitas pessoas se protegem do amor. Isso mesmo. Protegem-se dele como se fosse um vírus. Não querem amar, simplesmente porque querem se manter só, livres, leves e soltos. Somente não contam com o imponderável, porque um dia o vírus pega, a alma gêmea aparece e o amor o vibrante amor incondicional penetra como uma espada e finca-se para nunca mais querer sair.

E, enquanto escrevo, penso no meu amor maduro que chegou à minha vida com a cumplicidade de Deus, que não me queria sozinho. Foco na minha mente uma saudade que me inquieta enquanto ela viaja por muitos dias. Penso que o sofrimento da saudade repercute no coração de forma positiva e sonho com nosso reencontro e nos momentos mais significativos de nossas vidas. Aliás, repartimos o sonho em telefonemas e e-mails. Estamos a milhares de quilômetros e, pelo respeito e carinho que nos dedicamos estamos, também, perto. Coisa que somente o extraordinário vírus do amor consegue fazer. Ah! O amor...

Leonardo Sodré

Karl Leite

















Plínio Sanderson, Isaura Rosado, Eduardo Alexandre e Laélio Ferreira visitam o Castelo de Engady

Definitivamente, na era da informação;
portanto: blog-se!


Os primeiros números apresentados no “Simpósio sobre informação na internet” foram estarrecedores: somos 377.374.496 (trezentos e setenta e sete milhões, trezentos e setenta e quatro mil, quatrocentos e noventa e seis) hosts conectados na grande teia mundial.

O Brasil ocupa o 1º lugar em número de acessos na América do Sul, o 2º em relação às demais Américas e o 9º no mundo. Em 2005 éramos 1,08 (hum vírgula oito) bilhão de usuários. Em 2010 estaremos bem próximos de dois bilhões.

Nesta avalanche de informações, como e onde encontrar o que se procura? Respostas e sugestões a estas e outras questões foram objetos das apresentações do Evento que reuniu autoridades no assunto, em nível nacional e internacional. Entre os palestrantes, estiveram representantes das empresas mais significativas da área: Google, Yahoo, MSN, UNESCO, IBICT, OAB, FGV, UOL, Terra, IG/IBEST, NetLibrary, Editora Abril, CAPES; dos jornais: Folha de São Paulo e Estado de São Paulo. As Universidades também se fizeram presentes através da Unicamp, UnB, University of Groningen, Faculty of Law para discutir temas que versavam sobre “Mecanismos de busca: impactos no ensino e na pesquisa”, “Blogs: práticas e perspectivas”, “Comércio eletrônico de informações”, “Informação na sociedade: impactos na inclusão social”, “Internet e direitos autorais” e “Portais: impactos no ensino, pesquisa e inclusão social”.

Nos quatro dias do evento, novos conhecimentos descortinaram-se, a grande maioria digna de registros, tendo, porém, insuficiência de espaço para todos. Chamou a atenção o novo olhar sobre os blogs. Antes tidos como diários pessoais abertos, são hoje considerados um dos veículos de comunicação mais ágeis, não só entre os jornalistas, que são inclusive aconselhados pelos seus gerentes a criarem os próprios blogs, como por executivos das grandes empresas tais como a Ford e General Motors, que os usam como ferramentas de trabalho e canal aberto para clientes, fornecedores, colaboradores e consumidores.

São 51 (cinqüenta e hum) milhões de blogs em todo o mundo, desde os temáticos, como os sobre Joelmir Betting, mas não de autoria do mesmo, como os pessoais e polêmicos como o da Bruna Surfistinha, que tanta confusão causou. Ficou evidente, entretanto, que mesmo com toda ambigüidade, é de inteira responsabilidade do seu proprietário o que é publicado – sendo inclusive passível de penalidades legais -, e que só a ele cabe o absoluto poder de apagar postagens inconvenientes a até vetar o acesso aos visitantes indesejados.

Boas surpresas foram anunciadas como os novos mercados de filmes e músicas em CDs e DVDs, agora lançados diretamente do produtor ao consumidor. Nestes últimos, tendo a Nigéria superado a produção de filmes indianos com 1.200 (hum mil e duzentos) novos títulos por ano. O curioso é que, mesmo com essa super-produção, há cidades na Nigéria que não possuem salas de projeção. Outra novidade foi o destaque dado pelo palestrante da Fundação Getúlio Vargas, um professor doutor especialista em direitos autorais que apresentou a Creative Common, um projeto global de licenciamento e compartilhamento da produção artística onde há o compromisso da permissão de reprodução de obras, desde que citadas as fontes, ficando o autor livre para reservar alguns trechos ou partes para cobrança dos direitos.

O melhor da festa, digo, do evento, foi constatar que muitas vezes um movimento de periferia, olhado com desdém por alguns segmentos culturais, tal como as “festas de aparelhagem” que surgem com toda força em Belém do Pará, é considerado por outros como uma nova maneira de produzir e difundir cultura popular, tendo inclusive projeto custeando o estudo dessa emergente cadeia de produção. São as periferias globais apropriando-se de alta tecnologia para produzir uma nova cultura, agora remixada com elementos universias.

Ana Cristina Cavalcanti Tinôco

por Alma do Beco | 6:52 AM


Hugo Macedo©

Beco da Lama, o maior do mundo, tão grande que parece mais uma rua... Tal qual muçulmano que visite Meca uma vez na vida, todo natalense deve ir ao Beco libertário, Beco pai das ruas do mundo todo.

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A imagem de fundo é do artista plástico e poeta Eduardo Alexandre©

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