domingo, julho 16, 2006

PRÍNCIPES OU SAPOS?

Marcus Ottoni


“Quem é bonito, é bonito. Nem só, como também.”
Marcelus Bob

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Musa bailarina

Arlequim e Colombina
no bloco tocam pistom
botam pó rouge e batom
confete com serpentina
minha musa bailarina
teu perfume eu vou cheirar
um bom fumo vou tragar
longe daqui, aqui mesmo
tem cerveja com torresmo
na piscina azul do mar

João Gualberto Aguiar




Com vertigem e perícia

Sob as torres de Gaudí,
Acredito no amor como acredito em Deus
- com vertigem e perícia.
Caminho pelos subterrâneos e revejo lendas
- fábulas que negros olhos me mostraram.
A beleza permanece com as faces lanceadas.
Como lhe falar da estupidez humana?
Tenho comigo o sudário marinho.
É com ele que sou puta e sagrada.
Celebro nesta noite
uma vida de pontiagudas adagas.
Porque estou só nestas ramblas
consigo contemplar certos mares
e certas sedes escandalosas.

Marize Castro




Homens: Príncipes ou Sapos?

Cá entre nós, mulheres – e que os homens não nos ouçam -, não deve ser nada fácil ser homem hoje em dia.

Você duvida? É só prestar um pouco de atenção e perceber a avalanche de receitas que circulam por aí, ensinando como entendê-los como se eles fossem seres de outro planeta que aterrissaram diretamente no mundo feminino. Nunca se viu tanta tentativa de explicar o quanto e como são “diferentes” de nós, mulheres. E nós corremos para as livrarias porque queremos que nos digam “Por que os homens fazem sexo e as mulheres fazem amor” (aliás, o livro é interessante!), queremos entender as nossas diferenças de “Homem Cobra, Mulher Polvo” (e não é que faz sentido?!).

Incansáveis que somos, estudamos psicanálise e devoramos a teoria junguiana para ficarmos especialistas em anima X animus. E a ciência conseguiu provar por a mais b que a mente masculina funciona de forma diferente da nossa e por aí vai. Mas, por favor, não estou aqui negando o valor inestimável da psicanálise, o maravilhoso avanço da ciência, nem dizendo contra as obras em questão, pois, afinal, sou uma mulher do meu tempo.

O fato em questão é que crescemos (a minha geração) acreditando em conto de fadas e que se fôssemos boazinhas, um dia, um príncipe valoroso-lindo-rico-sedutor-fidelíssimo bateria à nossa porta e nos levaria para o seu palácio encantado. Um dia o homem-príncipe surge na nossa vida e nos apaixonamos perdidamente. Só que a história passa a ser diferente quando descobrimos que ele é cheio de imperfeições, não é e nunca vai ser aquele que idealizamos e, sabe o que acontece? Sim, você sabe tanto quanto eu, que quando se apresentam desencantadamente normais, os príncipes viram sapos.

Queremos um homem maravilhoso e irresistível como Dom Juan De Marco, do filme (e que atire a primeira pedra quem não tenha se arrepiado inteira ao vê-lo se aproximando, com olhos hipnóticos, da mulher na outra mesa, pegando-lhe a mão e beijando-lhe cada um dos dedos, ai, ai...) e queremos que ele nos seja fiel e é aí que a porca torce o rabo (um Dom Juan fiel? Jamais). Queremos um homem que seja protetor, que pense na família, na casa, adivinhe nossos pensamentos, que seja ardente e um excelente amante que nos enlouqueça na cama e que nos surpreenda todos os dias e que entenda a nossa TPM. Queremos, sim, encontrar o homem que sonhamos e não devemos desistir disso.

Há muita gente feliz com seu parceiro ou com sua parceira. Mas o nosso ideal precisa ser coerente para não se tornar irreal. Ou estou completamente equivocada?

Se você é mulher como eu e ainda estiver lendo esta crônica, não pense que isto é um tratado a favor do machismo, tampouco um habeas corpus para ser distribuído a cada homem no intuito de absolvê-los dos inúmeros golpes que levamos, muito - mas não tudo - por conta da herança cultural da qual fomos/somos vítimas. Nada, também, justifica um defeito de caráter, seja ele feminino ou masculino.

O que quero, na verdade, é louvar as diferenças quando imagino quão insuportável seria se os caminhos dos nossos pensamentos fossem os mesmos, se homens e mulheres “funcionassem” da mesma forma. A vida seria chata, previsível, maçante e nada ou muito pouco seria acrescentado de um para o outro. E porque somos diferentes, somos instigados, desafiados o tempo todo. Penso que é por isso que o jogo do amor existe e que por isso conquistar e ser conquistado é tão gostoso.

Por mais que nos esforcemos não podemos nos adivinhar, apenas nos sentir e é isso o que realmente conta. Não sou contra os manuais de “entenda o seu homem agora mesmo”, porque, afinal, a intenção é aproximar - além de vender, é claro. Mas sou a favor de sermos essência, essência feminina e essência masculina, sem grandes estresses nem neuroses. Somos seres, homens e mulheres, imperfeitos, que se complementam e crescem juntos. E para isso fomos feitos. Ainda bem.

Neide de Camargo Dorneles

por Alma do Beco | 9:42 AM


Hugo Macedo©

Beco da Lama, o maior do mundo, tão grande que parece mais uma rua... Tal qual muçulmano que visite Meca uma vez na vida, todo natalense deve ir ao Beco libertário, Beco pai das ruas do mundo todo.

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