"Não vamos aceitar isso pacificamente. Não seremos meros expectadores de ações golpistas, udenistas ou qualquer nome que se queira dar."
João Felício, presidente da Central Única dos Trabalhadores, sobre a eventualidade de pedido de impedimento do presidente Lula
Breves recordações de um tempo meu
Depois que fui exonerado da Fundação José Augusto por ser "o marajá da cultura do Rio Grande do Norte", passei 10 anos distante do movimento cultural da cidade.
Fui criar meus filhos, que, à época da exoneração, estavam com 4, 5 anos de idade, respectivamente, ainda em fase pré-escolar. 10 anos dedicados ao ensino particular, na matemática, português, inglês, história, geografia, o que viesse, depois de 10 anos inteiros dedicados ao movimento cultural da cidade - Galeria do Povo, Festivais do Forte, Dias da Poesia, Passeios Poéticos, Bar Verso & Prosa e outros.
Não sei o que levou alguém a pensar o que pensou, até porque, até hoje, nunca tive dinheiro na minha vida (...)
Eduardo Alexandre
Mais, no:
http://eduardoalexandre.blogspot.com/
De Valéria Oliveira, felicidade de amizade e gente, recebi o e-mail abaixo:
Luiz Gadelha
no "Retrovisor"
Dia 27/04, quinta-feira, às 21:00hs, no Veleiros Restaurante, Ponta Negra
Informações: 3236 4532
Cantando samba esse menino vai longe.
Um misto de leveza e grito.
Um show diferente que vale a pena ser assistido.
Venham e conheçam um pouco das composições de Luiz.
Confiram no nosso blog as fotos dos shows anteriores, além de ouvir algumas das músicas que estão sendo divulgadas durante os mesmos.
http://www.projetoretrovisor.weblogger.terra.com.br/index.htm
Prezados Confrades e Confreiras,
A livraria Bortolai - situada na Afonso Pena, Tirol - está expondo belíssimos quadros de destacados artistas potiguares. São obras de Leonardo Sodré, Eduardo Alexandre (Dunga), Serrão, Valderedo, Ricardo Tinôco, Nilson Morais e Adriano França.
Visitem e prestigiem o artista potiguar.
Cordialmente
José Correia Torres Neto
Telefone: 84-8832.9261
MPBECO JÁ TEM AS 20 MÚSICAS CLASSIFICADAS PARA AS ELIMINATÓRIAS
A Produção do I MPBeco - Festival de Música do Beco da Lama anuncia que foi encerrada a 1ª etapa do festival, com a escolha, pela Comissão, das 20 músicas classificadas para as duas próximas etapas que vão se realizar nos dias 13 e 20 de maio.
Outra Comissão julgará 10 músicas para a final, que será no dia 27 de maio.
As músicas Classificadas foram:
01. Sonho de Palhaço - Genildo Mateus
02. Côco Existencial - Jorge Negão
03. 10 Cent's - Jorge Negão
04. Pra Desopilar - Henrique Pacheco/Marco Cornejo
05. Folguedos - Khrystal/Tertuliano Aires/Nelson Freire
06. Volta - Khrystal/Simona Talma
07. Natália - Tertuliano Aires/Nagério
08. Cultura - Nêguedmundo
09. Quatro Doses - Léo Ventura
10. Seu Lugar - Valéria Oliveira
11. Santa TPM - Franklin Novaes
12. O Exterminador de Sentimentos - Romildo Soares/Lupe Albano
13. A Filha da Lua - Yrhan Barreto
14. Cordel da Morte da Amada - Yrhan Barreto
15. Anglicana - Yrhan Barreto
16. Água de Moringa - Hardy Guedes
17. Afaga-me - Angela Castro
18. Ninguém Merece - Marcondes Brasil
19. Tarde - Tertuliano Aires/Nagério
20. Jesuíno - Zé Fontes/Tertuliano Aires
Para maiores informações
Dorian Lima - 9416.8016 - dorianp_lima@yahoo.com.br
Julio Cesar Pimenta - 9906.8740 - jucepimenta@yahoo.com.br
ACONTECIMENTOS
No meio da solidão
Meus amigos
Encontro
Sorridentes, coerentes
Tão entusiasmados
Com seus existenciais
No meio da multidão
Meus amigos
Sozinha me encontro
Sobrevivo, resisto
Insisto
Sorridente, coerente
E me pergunto:
Nunca, quando chegará?
Deborah Milgram
Redinha, 400 Anos
Redinha velha cansada
Muito orgulhosa de si,
Deita o corpo embriagada
No leito do Potengi.
João Alfredo
A praia da Redinha comemora 400 anos com uma vasta história ocorrida em suas areias finas, onde o tempo generoso guarda todas as lendas de uma praia, habitada por pescadores, com suas casas de palha e seus humildes quintais.
A primeira referência existente, sobre o local onde é hoje a Redinha, figura no texto de sesmaria, concedida ao vigário do Rio Grande, Gaspar Gonçalves Rocha, por João Rodrigues Colaço, em 23 de junho de 1603.
Nesse recanto de mar aberto, os portugueses daquela época já conheciam o potencial pesqueiro da praia, que era o antigo porto de pescaria dos capitães-mores, os quais foram os primeiros colonizadores do lugar. Segundo o historiador Olavo de Medeiros Filho, existe um mapa intitulado “Perspectiva da Fortaleza dos Reis Magos”, no Arquivo Nacional da Torre do Tombo, em Portugal, localizado pelo historiador pernambucano Antônio Gonçalves de Melo, referindo-se a um “Porto de Pescaria”, com a presença de “rede”, no mesmo local onde hoje é a Praia da Redinha.
O topônimo da praia, segundo Câmara Cascudo, faz referência a uma vila em Pombal, na beira baixa do rio Tejo, em Portugal. “Distrito vila, a margem esquerda do município de Natal. Redinha-de-fora é um local arruado. A Redinha-de-dentro fica na foz do Rio Doce, desaguadouro da lagoa de Extremoz”, diz o mestre Cascudo, no livro Nomes da Terra.
A igreja de pedras pretas, construída pelos veranistas, em 1954, foi erguida de costas para o mar – sem má fé, mas imperdoável para os pescadores. E é por isso que os pescadores continuam freqüentando a capela de Nossa Senhora dos Navegantes, bem mais antiga, construída em 1922 – igrejinha menor, “branca, como uma capelinha panda ao vento”, para usar a expressão da Praieira de Othoniel Menezes.
Na Festa de Nossa Senhora dos Navegantes há duas procissões, com duas imagens: a da capelinha antiga é a imagem da Procissão Marítima, pelas águas do rio Potengi, entre a Boca da Barra e os confins da Base Naval; e a imagem da igreja preta que vai por terra, levada pelos veranistas ao longo das ruas e becos da vila.
O toque de fé e lirismo é o encontro das duas imagens, sob o aplauso fervoroso do povo simples de lá, inclusive nós que cantamos o Hino da Santa arrastando a esperança de que, não tendo faltado à sua procissão, seremos felizes o ano inteiro. Uma velha certeza, mistura de lendas e crenças populares.
De pedras do mar, também foi construído o Redinha Clube, em 1937, para o deleite festivo dos veranistas e pescadores em épocas de carnaval e durante a Festa do Caju. Durante décadas, o Redinha Clube teve uma importância relevante para a sociedade que freqüentava aquele recanto do Potengi. Hoje, está abandonado e esquecido, quase enterrado pela areia que avança para a vila.
A praia da Redinha sempre foi cortejada por intelectuais, boêmios e artistas, os quais viam em sua paisagem balneárias, entre mangues de rio e mar aberto, um lugar mágico para inspiração e descanso.
Quando visitava Natal, em 1929, o folclorista e escritor paulista Mario de Andrade, de passagem pela Redinha, encantado, disse no seu livro Aprendiz de Turista: “Oculta nessa monotonia de banda do mar, fica a Redinha, praia de verão, bairro em que ninguém sonha pela preguiça do pensamento que atravessa o rio com esse sol.”
O escritor Mario de Andrade foi convidado pelo mestre Câmara Cascudo a conhecer o folclore e a beleza do povo potiguar e ficou maravilhado com a travessia de barco, que saía do cais da rua Tavares de Lira até o trapiche, em frente ao Mercado da Redinha. Naquela época, a travessia pelo Rio Potengi era feita de barco a vela, só dependia do vento e dos braços fortes do pescador que comandava a embarcação.
É na Redinha que o cronista parnasiano, Vicente Serejo, adotou sua morada e, cuja prosa poética não esconde a paixão pela praia quando escreve: “Redinha boa, Redinha mansa, Redinha cheia de solidão como Pasárgada de Bandeira, lá todo mundo é Irene e ninguém precisa pedir licença”.
Os versos do poeta João Alfredo, morador antigo da vila, contempla os 400 anos de história da Redinha com acalantos à praia amada, como se o eterno canto de amor do poeta saísse feito uma prece ungida da alma, exprimindo todo sentimento e orgulho de ser potiguar.
Alexandro Gurgel