domingo, março 25, 2007

COLHEITA

Marcus Ottoni


Não quero mais saber do lirismo
que não é libertação.

Manuel Bandeira

Marco Túlio Rêgo


Meu caro Eduardo, abraços.

Conheço-o há priscas eras. Perdi a conta do tempo. Não perdi, contudo, a exata noção da grandeza com que voce tem se havido no incansável e dinâmico trabalho de promover, por todos os meios e modos, e até sem meios e sem modos, a cultura, as letras e as artes em nosso Estado, principalmente em Natal, aí mesmo, no próprio Beco da Lama, que tem recebido todo o seu carinho, dedicação, e extremada devoção, tal qual uma mãe para com o filho, e graças a força que emana do seu espírito e sua nobreza de alma.

O seu passado, às vezes sozinho, o engrandece. O seu presente o credencia para qualquer homenagem. Não se pode, e nem se deve deixar de escolher alguém pelo cargo efêmero que ocupa, mas escolher pela vida de dedicação permanente e constante em favor das artes e das letras na terra de Poty, lutando, inclusive, contra moínhos de vento. Não se pode deixar, e muito menos conceber, que gestos minúsculos alcancem a majestática figura de um homem cuja claridade paira acima das sombras e das trevas rastejantes.

Quando a poesia contamina os corações e acende fogueiras na alma dos sonhadores e daqueles eleitos e predestinados, lembro, daqui de Mossoró, de Alexandre, o pai, transferindo a sua nobreza existencial ao filho, que caminhando pelos caminhos da vida, tem conseguido a homenagem maior que é o reconhecimento coletivo, na miragem dos seus exemplos, que são muitos, produtivos e dignos.

Eis aí, em voce, um irresistível sonhador, que sempre teima em trasformar em realidade todos os sonhos, como se tivesse em si, como diria Fernando Pessoa, "todos os sonhos do mundo".

Mas não esqueça, uns não procuram ser gigantes, e o são; outros, lutam para não serem pigmeus, e o são. E lembraria, agora, o que disse La Rochefoucaul: " Os que se dedicam demais a coisas pequenas quase sempre são incapazes das grandes."

Suas causas são gigantescas e os frutos daí advindos são maiores ainda. Você, sem dúvida, está sendo homenageado por todos os potiguares que enchem os seus corações de eflúvios radiantes da poesia. Os poetas, por sua natureza intrínseca, são imortais. E esta é a homenagem maior que nunca se apaga e renasce a cada momento. Daqui de Mossoró, a minha admiração, o meu respeito e a minha amizade.

Elder,
de Mossoró, terra da liberdade, da resistência, da abolição e de Santa Luzia, a Santa das claridades visuais, como dizia Cascudo.
EM TEMPO: Na verdade, o que desejava, (e desejo) era adquirir a camiseta "O Bobo da Corte", e terminei, por um impulso, falando sobre esse assunto e sem nada de pessoal contra quem quer que seja.
Quanto à camiseta, meu tamanho deve ser GG. Depois enviarei a importância ou entregarei pessoalmente na próxima semana.

(Elder Heronildes)


Haverá dia
Em que os poetas se unirão e dirão:
Que triste talvez fosse a nossa criação
Se não fossem as epígrafes.
Em que os políticos se unirão e dirão:
Que triste talvez fosse a nossa criação
Se não fosse a História.
Que os jornalistas:
A compreensão dos fatos.
Em que os escritores:
A compreensão da vida.
Os políticos:
O poder de decisão.
Os poetas:
A compreensão da vida.
Em que todos:
A compreensão da vida.

Haverá dia na vida
Em que a vida
Encontrará amor
Conviverá a dor

Se fará poesia...

Eduardo Alexandre


gosto de ti porque tu te gostas do jeito que tu és
porque não te comparas nunca te desesperas
não te lamentas ante o tempo inexorável
antes sabes nele voltar se for o caso
e sem constrangimento te buscas naquela que tu eras
e ressurges com mais de ti em ti
aquela que tu foste e que gostaste de o ser
nessa que és agora somada do melhor de ti

gosto de ti porque tu me gostas do jeito que eu sou
porque não me comparas nunca me desesperas
não me lamentas ante o tempo inexorável
antes sabes nele me fazer voltar como é o caso
e sem constrangimento me buscas e me mostras
naquele que eu era e me gostava e me gostavas

gosto de ti porque tu sabes desses caminhos de ir e vir
onde não há rastros apenas a colheita do que somos

gosto de ti que de ti gostas e me gostas no meu jeito de gostar de ti
e de mim

Antoniel Campos




as palavras vez por outra me confundem


as palavras vez por outra me confundem
tanto dizem ao dizer nada dizer
e se esvaziam a desvendar até aquilo que
em sendo não há como se o dizer

as palavras vez por outra me confundem
com jogos de encontra-e-esconde
que revelam mais se ocultam o que em
seu âmago (ir)revelado se esconde

e assim verso-a-verso dia-a-dia
no anverso e no avesso dos meus versos
alternando-se como à noite alterna o dia
as palavras vez por outra me confundem

Márcia Maia


Sarau Poético da Aliança Francesa
contará com performances teatrais
e exposição de quadros



Após a atuação dos atores, o público terá a oportunidade de também realizar intervenções poéticas

O primeiro Sarau da Aliança Francesa será aberto nesta quinta-feira (29), às 19h, na "Cafétéria", que funciona no espaço cultural da instituição, com a atuação poético-teatral dos atores Rodrigo Bico e Harlene Rodrigues, que encenarão as poesias dos escritores natalenses Antoniel Campos, Lívio Oliveira e Alexandre Abrantes, autores escolhidos para serem homenageados na primeira edição do sarau, que se prolongará mensalmente até o mês de novembro. O evento contará também com exposição do artista plástico Eduardo Alexandre e será aberto ao público gratuitamente.

Após a atuação dos atores, o público terá a oportunidade de também realizar intervenções poéticas. "Teremos um microfone livre para que as manifestações poéticas dos presentes possam enriquecer o Sarau da Aliança, que pretende fazer parte do calendário cultural de Natal" , afirmou o produtor do evento, José Correia Torres Neto.

Membros do Poesia Esporte Clube (PEC) e da Sociedade dos Poetas Vivos e Afins do Rio Grande do Norte (SPVA/RN) estarão presentes ao primeiro Sarau da Aliança Francesa onde haverá espaço para todo tipo de manifestação poética.

Sobre os homenageados:

Lívio Alves Araújo de Oliveira – Potiguar, Procurador Federal, autor dos livros "O Colecionador de Horas" (2002), "Bibliotecas Vivas do Rio Grande do Norte" e "Telha Crua" (2005). Primeiro Lugar nos prêmios de poesia Othoniel Menezes e Luís Carlos Guimarães, ambos em 2004 e agraciado com várias menções honrosas em outros concursos literários. Atuou como membro da Comissão julgadora dos prêmios de poesia Othoniel Menezes, Luís Carlos Guimarães e Zila Mamede. É presidente da União Brasileira de Escritores, seccional do Rio Grande do Norte - UBE/RN, desde março de 2006.

Antoniel Campos – Natural de Pau dos Ferros (RN), engenheiro civil, autor dos livros "Crepes & Cendais" (1988), "De cada poro um poema" (2002) e "A Esfera" (2005). Vencedor do concurso Othoniel Menezes de poesia – edição 2007 – com a obra "Dialeto interdito no palato". 2º lugar no IX Prêmio Escriba de Poesia 2006 com a poesia "Contracanto". Menção Honrosa no IV e V Concursos de Poesia Luís Carlos Guimarães (2004 e 2005).

Alexandre Magnus Abrantes de Albuquerque – Potiguar, engenheiro civil, advogado e especialista em Literatura Brasileira do Séc. XX. Possui ensaio sobre Manuel Bandeira incluído no Livro "Múltipla Palavra: Ensaios de Literatura". 1º lugar no II Concurso Luís Carlos Guimarães (2001) e em 2003, conquistou os prêmios Desembargador. Wilson Dantas (poesia) e Desembargador. Manoel Onofre Júnior (prosa) com as obras "Frutos Pendentes" e "Jona". Menções honrosas nos Concursos Câmara Cascudo, Luís Carlos Guimarães e Othoniel Menezes – a última, em 2006, com a obra "Pedra". Publicou "No Coração das Palavras" (2003). É membro da SPVA (Sociedade dos Poetas Vivos e Afins do RN) e participante do (PEC) Poesia Futebol Clube. Lançará em 2007 o livro "Exílio sem Canção" (poesias).

Serviço
Sarau da Aliança Francesa de Natal-RN
Data: 29 de março de 2007 (quinta-feira) .
Endereço: Rua Potengi, 459 (Praça Pedro Velho), Petrópolis.
Local: Aliança Francesa de Natal-RN
Horário: 19h
Informações:
José Correia Torres Neto. (84)8832-9261. jctn68@gmail. com
Mércia Freire (84) 9134-8414. merciafreire@ terra.com. br
Apoios: Offset Gráfica, Aliança Francesa de Natal e Cafétéria da Aliança Francesa de Natal.

por Alma do Beco | 7:00 AM


Hugo Macedo©

Beco da Lama, o maior do mundo, tão grande que parece mais uma rua... Tal qual muçulmano que visite Meca uma vez na vida, todo natalense deve ir ao Beco libertário, Beco pai das ruas do mundo todo.

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Praieira
(Serenata do Pescador)


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A imagem de fundo é do artista plástico e poeta Eduardo Alexandre©

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mariza lourenço

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