Marcus Ottoni
UMA HISTÓRIA DE NATAL
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Memória
O Milagre
1 – Matutinos e vespertinos de ontem divulgam o agradecimento comovido da família de José Magi de Oliveira a quantos, duma forma e de outra, contribuíram para o salvamento do menor Ademar José. Os jornais já descreveram o quadro emocionante de mais de centenas de banhistas, numa beira de praia, tentando salvar a vida de uma criança, de maneira que, a este comentarista, pouco sobra pra dizer, senão que o dr. Antônio Soares, numa lembrança muito feliz, idealizou perpetuar, num bronze, aquele gesto heróico e ao mesmo tempo profundamente humano, de alguns desafiando até mesmo a fúria dos elementos, para que um menino fosse restituído são e salvo ao seio da sua família.
2 – A rodada do Pâmpano estava por terminar. A maré enchia e o forte vento que soprava deixava ficar nas pedras somente os pescadores mais renitentes. Súbito, uma onda mais forte se avoluma em direção à pedra, onde estava, em companhia de seu pai, de aficcionados da pesca e pequenos colegas, o garoto Ademar José. Há a natural debandada, diante da fúria do mar. Todos se safam, menos o jovem pescador que, no afã de se livrar, tropeçou e caiu num precipício.
3 – Passada a refrega, todos voltam aos seus postos. Magi dá pela falta do garoto. É quando Luiz G. M. vê uma mão surgir duma fenda de pedra, cerca de cinco metros do local onde se encontravam. É a mão do pequeno Ademar, que, levado pela correnteza, nadava sem rumo e sem saber o que fizesse, na escuridão daquele lajedo, quando vislumbrou aquela pequena fenda.
Como tirar o menino daquele precipício? Impossível ir buscá-lo, porque um homem não poderia passar. Dinamitar a pedra, também impossível. Fazê-lo retornar, pelo caminho por onde fora, perigoso, porque uma nova onda poderia surpreendê-lo no trajeto e sacudi-lo para bem longe, onde não houvesse mais possibilidade de salvação. Cordas foram tentadas, mas nenhuma chegava até onde o garoto se encontrava. O único recurso era quebrar a pedra para retirá-lo de lá.
4 – Dito assim, parece fácil. Mas era preciso quebrar aquele bloco maciço de picareta, maromba, talhadeira e outros instrumentos assim e com muito cuidado para não ferir o garoto. Quem conhece a Circular, sabe o que estou dizendo. Era também trabalho que poderia redundar em pura perda. E a preamar se aproximava. Mais uma hora e meia e ninguém poderia permanecer ali, com o mar açoitando furiosamente as pedras. Restavam poucos minutos para salvar a criança, se é que ela poderia ser salva. Ou então, abandoná-la a uma morte terrível.
5 – Inicia-se então a grande batalha. Pescadores do Pâmpano, soldados do Anti-Aéreo, banhistas que estavam na Circular para o seu banho despreocupado dos domingos, amigos e desconhecidos do Sr. José Magi de Oliveira – povo em geral por assim dizer – uniram-se no esforço para salvar Ademar José.
Uns trabalham, outros rezam, terceiros choram, alguns desesperam. Mas Deus quis. Após uma hora e dez minutos, alarga-se a fenda mais um pouco e Ademar José vê novamente o céu, contempla o rosto de seu pai e de seus amigos que estão rindo e chorando e, sobretudo, beija o rosto já cheio de lágrimas de sua mãe.
Era o Milagre.
6 – O Dr. Antônio Soares escreveu a seguinte legenda para o bronze que o Pâmpano certamente colocará naquele local: “ Aqui, na manhã de 13 de abril de 1958, reuniram-se em torno de uma criança, o Milagre, a Fé, a Aflição, a Coragem, a Renúncia, o Dever, o Heroísmo, e a Solidariedade Humana, Homenagem do Pâmpano Esporte Clube.
José Alexandre Garcia
O Poti, 18 de abril de 1958
______________
Dunga, meu Condestável do Beco.
José Magi de Oliveira é vivo, ainda. Tem quase noventa, acho.
O menino de 1958, seu filho, Ademar José, é Engenheiro de renome. Irmão de Ana Maria, patologista, professora universitária. Tem filhos, um deles também engenheiro. Ademar é casado com uma irmã do Jornalista Carlos Morais e é concunhado do "nego" Véscio (Barreto).
Eu estava lá naquele dia, nas pedras, nervoso, vendo o drama. A placa de que fala José Alexandre, parece, nunca foi chantada nos rochedos.
Abraço,
Laélio Ferreira
________________
“Palocci foi atropelado pelo seu passado como prefeito de Ribeirão Preto que fez caixa 2 para o PT, e de arrecadador de recursos para a campanha de Lula. Ou vocês acham que nosso Delúbio, tosco como sempre foi, tinha cacife para sair por aí tomando dinheiro de empresários? Ele mandava buscar o dinheiro que arranjavam. E o redistribuía.”
Ricardo Noblat
Pôr fim ao governo Lula
"Afirmo que o governo Lula é o mais corrupto de nossa história nacional. Corrupção tanto mais nefasta por servir à compra de congressistas, à politização da Polícia Federal e das agências reguladoras, ao achincalhamento dos partidos políticos e à tentativa de dobrar qualquer instituição do Estado capaz de se contrapor a seus desmandos.
Afirmo ser obrigação de o Congresso Nacional declarar prontamente o impedimento do presidente. As provas acumuladas de seu envolvimento em crimes de responsabilidade podem ainda não bastar para assegurar sua condenação em juízo. Já são, porém, mais do que suficientes para atender ao critério constitucional do impedimento."
Roberto Mangabeira Unger
.
Marcus Ottoni Correio Braziliense, 19/AGO/1979 - Dia da Anistia
PARA A PÁGINA DE CLASSIFICADOS NACIONAIS
Oh, Brasile, mia terra natale, dove
le vecchie lotte - bene o male già vinte –
per noi vecchi riacquistano significato –
rispondendo alla grazia di delinquenti o soldati
alla grazia brutale
P.P.Pasolini
Vocês aí, em Brasília
Chafurdando na merda de suas próprias cabeças
E achando que ninguém está vendo
E que todos somos imbecis;
Vocês aí, em Brasília,
Bebendo comendo e trepando à custa
Da boa vontade nacional, à custa da
Inocente inculta ignorância nacional,
Achando que ninguém está vendo,
E que todos somos imbecis como vocês
E menos espertos;
Vocês aí, em Brasília, em cada base eleitoral
Transformada em prostíbulo de quinta categoria,
Vocês aí, em Brasília,
Senadores de pés de palha,
Deputados de alma de palha,
Presidentes de alma de palha,
Esse país não é de vocês,
Ninguém passou procuração em branco para assisti-los na
Suruba geral que há três décadas impera;
Eu nasci aqui há mais de seiscentos anos,
Eu cresci aqui há mais de seiscentos anos.
Esse país é meu também e muito.
Portanto ouçam de uma vez por todas:
Devolvam o país que vocês me roubaram
E vão para os quintos dos infernos
De onde jamais deveriam ter saído.
Marcílio Farias
A propósito do Dia da República, e de ter dito várias vezes aqui que o mais absurdo desta crise havia sido a quebra do pacto republicano, quebrado que foi o pressuposto da independência dos poderes, trago à baila o último artigo que escrevi a respeito, ainda no 16/09/2005, quando da cassação de Roberto Jefferson.
Dunga
A não-ficção que vivemos
Aquele silêncio que tomou conta do plenário da Câmara, depois da cassação de Roberto Jefferson, é muito significativo.
Ele merece a reflexão de todos nós brasileiros.
Perante a Nação, somos todos iguais e estamos no mesmo barco.
A lama é tanta que nem sabemos mais como sair do pântano.
É o Executivo, o Legislativo e também o Judiciário em xeque e, todos, em pecado.
Não existe o sol que nascerá amanhã.
A noite é densa e a Chapeuzinho Vermelho está cercada de lobos por todos os lados.
Os lobos não são ficção.
A Chapeuzinho Vermelho é um sapo e este desbotou para nunca mais tornar-se príncipe.
A República chora e nem pro bispo chegam mais nossas queixas.
É tentar recomeçar sem ódios e sem pecados. E isso é tão difícil quanto achar um final feliz para a ficção que vivemos.
Um Colégio Eleitoral ajuda.
Um dos argumentos da peça de acusação da Comissão de Ética da Câmara contra Roberto Jefferson foi a de que não existiu mensalão.
Tá bom: não existiu nem existe mensalão.
Mas está comprovado: houve dinheiro, e muito, vindo através do senhor Marcos Valério, para parlamentares de vários partidos, a mando do senhor tesoureiro do PT, Delúbio Soares.
Prática que foi confessada por presidentes de partido, como o próprio Jefferson, pelo senhor Delúbio Soares e pelo próprio agenciador do "dinheiro não contabilizado", Marcos Valério.
Se a isso chama-se mensalão ou caixa 2, pouco importa.
O que importa é que houve "encaminhamento" de altas somas (ainda há?) para parlamentares da Câmara Federal e isto está comprovado.
Se mensalão ou caixa 2 são pecados menores que podemos perdoar (como sugeriu Lula em Paris, puxando a defesa da tese cínica), de que serve a prestação de contas a TSE e TREs?
Há comprovação de fraude contábil em contas de partidos e candidatos e isso deve ser punido com rigor.
Do contrário, além do parlamento e do governo da República, eleições no Brasil também cairão em descrédito e isso jogará esta República na grande lata de lixo de nossa própria História.
Eduardo Alexandre
UMA HISTÓRIA DE NATAL
www.pbase.com/ alexuchoa/image/29892061
Memória
O Milagre
1 – Matutinos e vespertinos de ontem divulgam o agradecimento comovido da família de José Magi de Oliveira a quantos, duma forma e de outra, contribuíram para o salvamento do menor Ademar José. Os jornais já descreveram o quadro emocionante de mais de centenas de banhistas, numa beira de praia, tentando salvar a vida de uma criança, de maneira que, a este comentarista, pouco sobra pra dizer, senão que o dr. Antônio Soares, numa lembrança muito feliz, idealizou perpetuar, num bronze, aquele gesto heróico e ao mesmo tempo profundamente humano, de alguns desafiando até mesmo a fúria dos elementos, para que um menino fosse restituído são e salvo ao seio da sua família.
2 – A rodada do Pâmpano estava por terminar. A maré enchia e o forte vento que soprava deixava ficar nas pedras somente os pescadores mais renitentes. Súbito, uma onda mais forte se avoluma em direção à pedra, onde estava, em companhia de seu pai, de aficcionados da pesca e pequenos colegas, o garoto Ademar José. Há a natural debandada, diante da fúria do mar. Todos se safam, menos o jovem pescador que, no afã de se livrar, tropeçou e caiu num precipício.
3 – Passada a refrega, todos voltam aos seus postos. Magi dá pela falta do garoto. É quando Luiz G. M. vê uma mão surgir duma fenda de pedra, cerca de cinco metros do local onde se encontravam. É a mão do pequeno Ademar, que, levado pela correnteza, nadava sem rumo e sem saber o que fizesse, na escuridão daquele lajedo, quando vislumbrou aquela pequena fenda.
Como tirar o menino daquele precipício? Impossível ir buscá-lo, porque um homem não poderia passar. Dinamitar a pedra, também impossível. Fazê-lo retornar, pelo caminho por onde fora, perigoso, porque uma nova onda poderia surpreendê-lo no trajeto e sacudi-lo para bem longe, onde não houvesse mais possibilidade de salvação. Cordas foram tentadas, mas nenhuma chegava até onde o garoto se encontrava. O único recurso era quebrar a pedra para retirá-lo de lá.
4 – Dito assim, parece fácil. Mas era preciso quebrar aquele bloco maciço de picareta, maromba, talhadeira e outros instrumentos assim e com muito cuidado para não ferir o garoto. Quem conhece a Circular, sabe o que estou dizendo. Era também trabalho que poderia redundar em pura perda. E a preamar se aproximava. Mais uma hora e meia e ninguém poderia permanecer ali, com o mar açoitando furiosamente as pedras. Restavam poucos minutos para salvar a criança, se é que ela poderia ser salva. Ou então, abandoná-la a uma morte terrível.
5 – Inicia-se então a grande batalha. Pescadores do Pâmpano, soldados do Anti-Aéreo, banhistas que estavam na Circular para o seu banho despreocupado dos domingos, amigos e desconhecidos do Sr. José Magi de Oliveira – povo em geral por assim dizer – uniram-se no esforço para salvar Ademar José.
Uns trabalham, outros rezam, terceiros choram, alguns desesperam. Mas Deus quis. Após uma hora e dez minutos, alarga-se a fenda mais um pouco e Ademar José vê novamente o céu, contempla o rosto de seu pai e de seus amigos que estão rindo e chorando e, sobretudo, beija o rosto já cheio de lágrimas de sua mãe.
Era o Milagre.
6 – O Dr. Antônio Soares escreveu a seguinte legenda para o bronze que o Pâmpano certamente colocará naquele local: “ Aqui, na manhã de 13 de abril de 1958, reuniram-se em torno de uma criança, o Milagre, a Fé, a Aflição, a Coragem, a Renúncia, o Dever, o Heroísmo, e a Solidariedade Humana, Homenagem do Pâmpano Esporte Clube.
José Alexandre Garcia
O Poti, 18 de abril de 1958
______________
Dunga, meu Condestável do Beco.
José Magi de Oliveira é vivo, ainda. Tem quase noventa, acho.
O menino de 1958, seu filho, Ademar José, é Engenheiro de renome. Irmão de Ana Maria, patologista, professora universitária. Tem filhos, um deles também engenheiro. Ademar é casado com uma irmã do Jornalista Carlos Morais e é concunhado do "nego" Véscio (Barreto).
Eu estava lá naquele dia, nas pedras, nervoso, vendo o drama. A placa de que fala José Alexandre, parece, nunca foi chantada nos rochedos.
Abraço,
Laélio Ferreira
________________
À guiza de informação:
A placa foi afixada, sim, cansei de vê-la na chamada Pedra da Bicuda, onde ocorreu o fato, quando, adolescente, acorria às praias quase que diariamente para pescar. Para o mesmo local, ainda hoje, por se tratar de um dos melhores pesqueiros urbanos da capital, ainda acorrem dezenas de pescadores amadores, diariamente. Vi, ali, pescador de largo calado, como o saudoso Major Diomedes, "matar" carabebel de mais de 30 quilos (exagerando só nos quilos, senão não seria história de pescador)...
Dunga
Também vi a placa à época, pois lá também pescava com papai (Cap. Hélio) e Diomedes. Ademarzinho é meu amigo e, inclusive, deve ter votado em mim para presidente do CREA no último dia 9. Na Pedra da Bicuda, meu pai, auxiliado por Piaba (o grande zagueiro do ABC), fisgou uma pescada branca de 16 Kg. Quanto ao Garabebel de 30 kg ...!!!???
Wilson Cardoso
.
Huá, huá, huá!
Se passar de dezembro, impeachment nunca mais...
“Palocci foi atropelado pelo seu passado como prefeito de Ribeirão Preto que fez caixa 2 para o PT, e de arrecadador de recursos para a campanha de Lula. Ou vocês acham que nosso Delúbio, tosco como sempre foi, tinha cacife para sair por aí tomando dinheiro de empresários? Ele mandava buscar o dinheiro que arranjavam. E o redistribuía.”
Ricardo Noblat
Pôr fim ao governo Lula
"Afirmo que o governo Lula é o mais corrupto de nossa história nacional. Corrupção tanto mais nefasta por servir à compra de congressistas, à politização da Polícia Federal e das agências reguladoras, ao achincalhamento dos partidos políticos e à tentativa de dobrar qualquer instituição do Estado capaz de se contrapor a seus desmandos.
Afirmo ser obrigação de o Congresso Nacional declarar prontamente o impedimento do presidente. As provas acumuladas de seu envolvimento em crimes de responsabilidade podem ainda não bastar para assegurar sua condenação em juízo. Já são, porém, mais do que suficientes para atender ao critério constitucional do impedimento."
Roberto Mangabeira Unger
Léo Sodré
.
Mangabeira Unger? Noblablá? Hum…
Tudo da direita!
Marcus Ottoni Correio Braziliense, 19/AGO/1979 - Dia da Anistia
PARA A PÁGINA DE CLASSIFICADOS NACIONAIS
Oh, Brasile, mia terra natale, dove
le vecchie lotte - bene o male già vinte –
per noi vecchi riacquistano significato –
rispondendo alla grazia di delinquenti o soldati
alla grazia brutale
P.P.Pasolini
Vocês aí, em Brasília
Chafurdando na merda de suas próprias cabeças
E achando que ninguém está vendo
E que todos somos imbecis;
Vocês aí, em Brasília,
Bebendo comendo e trepando à custa
Da boa vontade nacional, à custa da
Inocente inculta ignorância nacional,
Achando que ninguém está vendo,
E que todos somos imbecis como vocês
E menos espertos;
Vocês aí, em Brasília, em cada base eleitoral
Transformada em prostíbulo de quinta categoria,
Vocês aí, em Brasília,
Senadores de pés de palha,
Deputados de alma de palha,
Presidentes de alma de palha,
Esse país não é de vocês,
Ninguém passou procuração em branco para assisti-los na
Suruba geral que há três décadas impera;
Eu nasci aqui há mais de seiscentos anos,
Eu cresci aqui há mais de seiscentos anos.
Esse país é meu também e muito.
Portanto ouçam de uma vez por todas:
Devolvam o país que vocês me roubaram
E vão para os quintos dos infernos
De onde jamais deveriam ter saído.
Marcílio Farias
A propósito do Dia da República, e de ter dito várias vezes aqui que o mais absurdo desta crise havia sido a quebra do pacto republicano, quebrado que foi o pressuposto da independência dos poderes, trago à baila o último artigo que escrevi a respeito, ainda no 16/09/2005, quando da cassação de Roberto Jefferson.
Dunga
A não-ficção que vivemos
Aquele silêncio que tomou conta do plenário da Câmara, depois da cassação de Roberto Jefferson, é muito significativo.
Ele merece a reflexão de todos nós brasileiros.
Perante a Nação, somos todos iguais e estamos no mesmo barco.
A lama é tanta que nem sabemos mais como sair do pântano.
É o Executivo, o Legislativo e também o Judiciário em xeque e, todos, em pecado.
Não existe o sol que nascerá amanhã.
A noite é densa e a Chapeuzinho Vermelho está cercada de lobos por todos os lados.
Os lobos não são ficção.
A Chapeuzinho Vermelho é um sapo e este desbotou para nunca mais tornar-se príncipe.
A República chora e nem pro bispo chegam mais nossas queixas.
É tentar recomeçar sem ódios e sem pecados. E isso é tão difícil quanto achar um final feliz para a ficção que vivemos.
Um Colégio Eleitoral ajuda.
Um dos argumentos da peça de acusação da Comissão de Ética da Câmara contra Roberto Jefferson foi a de que não existiu mensalão.
Tá bom: não existiu nem existe mensalão.
Mas está comprovado: houve dinheiro, e muito, vindo através do senhor Marcos Valério, para parlamentares de vários partidos, a mando do senhor tesoureiro do PT, Delúbio Soares.
Prática que foi confessada por presidentes de partido, como o próprio Jefferson, pelo senhor Delúbio Soares e pelo próprio agenciador do "dinheiro não contabilizado", Marcos Valério.
Se a isso chama-se mensalão ou caixa 2, pouco importa.
O que importa é que houve "encaminhamento" de altas somas (ainda há?) para parlamentares da Câmara Federal e isto está comprovado.
Se mensalão ou caixa 2 são pecados menores que podemos perdoar (como sugeriu Lula em Paris, puxando a defesa da tese cínica), de que serve a prestação de contas a TSE e TREs?
Há comprovação de fraude contábil em contas de partidos e candidatos e isso deve ser punido com rigor.
Do contrário, além do parlamento e do governo da República, eleições no Brasil também cairão em descrédito e isso jogará esta República na grande lata de lixo de nossa própria História.
Eduardo Alexandre
Hugo Macedo©
